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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Artigo especial. O Evangelho, Allan Kardec e Espíritos Superiores

ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO
ANUÁRIO ESPIRITA – 2014 PELO IDE
INSTITUTO DE DIFUSÃO ESPÍRITA- ARARAS,SP
Walter Barcelos

“...reunimos, nesta obra, os artigos que podem compor, a bem dizer, um código de moral universal, sem distinção de culto”.    – Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, nº 1 – “Objetivo desta Obra” – Página 24 – 129ª edição – FEB)                                                      


“Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Essa parte é que será objeto exclusivo desta obra.” – Allan Kardec(O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, nº I – “Objetivo desta Obra” – página 23 – 129ª edição – FEB)
O Movimento Espírita Brasileiro comemora, no ano de 2014, os cento e cinquenta anos de existência cintilante e êxito espiritual e editorial de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
A primeira edição aconteceu em abril de 1864, em Paris, na França. É a terceira obra de Allan Kardec, após o lançamento de O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns. É fruto da competência evangélico-doutrinária do Codificador, de conteúdo profundamente moral e excelente orientador da conduta humana.
A obra evangélica nasceu do esforço e devotamento, ideia e raciocínio, meditação e inspiração, planejamento e detalhamento, amor e abnegação do sábio pensador Allan Kardec – um dos mais lúcidos Apóstolos de Jesus.
Jesus é o Divino Mestre da Verdade e do Amor,  assim como Kardec é o fiel discípulo incumbido de apresentar, nas dissertações doutrinárias, a Fé Raciocinada,  Verdade Divina e Amor Incondicional de Jesus Cristo, preparando a Nova Era de regeneração da Humanidade.

Novo Testamento

Os Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João redigiram, nos pergaminhos e tecidos de escrita da época, o que viram e sentiram, ouviram e aprenderam com as palavras, as ações e os exemplos de Jesus. Escreveram o que puderam assimilar e memorizar, o que conseguiram apreender e entender, através de seus raciocínios e sensíveis corações. O Apóstolo Lucas escreveu, além de seu Evangelho, os textos “Atos dos Apóstolos”, onde descreve a saga dos Discípulos e de Paulo de Tarso, recebendo importantíssimas revelações oriundas da lúcida memória de Maria, mãe de Jesus.
Surgiram nas páginas manuscritas as inspiradas cartas de Paulo de Tarso às diversas comunidades cristãs e,  para completar o Novo Testamento, as breves epístolas de Pedro e João, Tiago e Judas. E, por fim, João Evangelista escreveu, no final de sua existência, a obra “Apocalipse”.
Seleção de versículos

Quando o Codificador foi pesquisar o Novo Testamento a fim de selecionar os versículos mais importantes para inseri-los na próxima obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, as Sagradas Escrituras já vinham, de longa data, sofrendo lamentáveis e graves intromissões em seus textos, no decorrer de muitos séculos, por diversas inteligências, inumeráveis interpretações estranhas, diversificados raciocínios e inúmeros pensadores, ferindo, mutilando  e interferindo na essência dos textos sagrados que traziam a palavra clara, límpida e pura  de Jesus Cristo. As Escrituras Sagradas são terrenos intelectuais da Fé muito complexos, bastante confusos e grandemente problemáticos. É aí que o competente pensador Kardec deveria trabalhar, a fim de trazer, para o mundo moderno, limpo, puro e claro, o texto da palavra esclarecedora, iluminada e libertadora do Excelso Senhor Jesus Cristo.
O Codificador do Espiritismo, empreendendo grande acuidade intelectual, extremado cuidado interpretativo, comprovada sabedoria espiritual e poderosa fé divina,  lidou e vasculhou, na seleção rigorosa para filtragem e apuramento dos textos mais importantes e necessários destinados às explicações da Terceira Revelação.
As Santas Escrituras, como é muito compreensível, no longo processo histórico da tradição cristã, sofreram modificações, mutilações e deformações em seus diversos livros, capítulos e versículos. Era urgente e indispensável selecionar o melhor das traduções, o essencial dos preceitos do Novo Testamento, os versículos mais necessários, para criar-se uma obra evangélica espírita bem objetiva, trazendo o genuíno conteúdo da moral do Cristo. Esmerou-se em estudar e observar com atenção redobrada para separar, catalogar e selecionar as sentenças bíblicas que melhor traduzem os esplendorosos ensinamentos do Divino Mestre e Senhor Jesus.
A finalidade maior no pensamento do Codificador com sua terceira obra  é dar interpretação e explicação límpida e segura, metódica e didática  aos ensinos de JESUS CRISTO. Todas as sentenças escolhidas do Novo Testamento foram interpretadas mediante o crivo insuperável da FÉ RACIOCINADA de Allan Kardec e sempre sob a orientação e inspiração dos Espíritos Superiores.

Dissertações evangélicas

Na primeira parte de cada capítulo, todos os comentários são da autoria de Kardec. Estão consubstanciados de verdade, amor, caridade e educação, esperança e consolação, originaram-se dos conhecimentos elevados, seculares experiências cristianizadas, profunda sabedoria espiritual e convicção da fé divina de Allan Kardec.
Dos variados textos dos quatro Evangelhos e Epístolas que fazem parte do Novo Testamento, Kardec retirou e destacou o mais essencial do ENSINO MORAL para montar a terceira obra básica do Espiritismo. De seu raciocínio extremamente sério, sutil e perspicaz nasceu o apurado cotejamento das diversas sentenças e máximas neotestamentárias. Com suas extraordinárias qualidades de convicção inquebrantável, sólida fé raciocinada, inteligência iluminada e interpretação requintada, soube, com apurado bom gosto intelectual e finíssima sensibilidade moral, formatar a primeira obra evangélico-espírita, que inicialmente recebeu o título de capa “Imitação do Evangelho”.
Kardec, com pensamento sempre elevado, grandemente responsável, livre de injunções humanas e religiosas, trabalhou em uníssono com a mente do Cristo e a falange dos Sábios Espíritos. Deu acabamento à belíssima obra evangélica de cunho lítero-bíblico, filosófico e científico, repleto do ensino moral do Cristo, grande beleza espiritual, inigualável conteúdo de consolação e esperança. Após hercúleo trabalho intelectual e espiritual, surgiu a primeira edição da terceira obra de Kardec que atendia plenamente às necessidades mais profundas dos corações dos homens, com o título definitivo “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

A trindade da fé

O Evangelho espírita, produzido pela dedicação, amor e coragem do Apóstolo da Fé Raciocinada, Allan Kardec, no século XIX, veio atender às mais profundas necessidades do homem moderno, de raciocínio avançado, bafejado pela Ciência em ritmo alucinante de progressos em todas as direções, tecnologias sempre mais novas e sofisticadas.
O Evangelho dos espíritas, em seu conteúdo doutrinário extremamente harmonioso, o pensador Kardec soube muito bem fundir em uma só LUZ ESPIRITUAL, apresentando a trindade inseparável, unificada e imbatível que são: a Ciência, a Filosofia e a Religião. A Ciência é a verdade pesquisada e comprovada; a Filosofia é a capacidade do ser humano de raciocinar e refletir, indagar e responder; a Religião é a prática do Amor, da Caridade e a Educação do coração e do caráter do homem, transformando para o Bem e oferecendo a ele a Felicidade Imorredoura.
O Evangelho dos espíritas, mesmo sendo obra eminentemente de aspecto moral, ainda carregou, em seus conteúdos, o aspecto científico em alguns capítulos:
Capítulo nº III – “Há muitas moradas da Casa de meu Pai” - (trata da Pluralidade dos Mundos Habitados, visão espírita do Universo),
Capítulo nº IV – “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” - (Estuda a Lei Divina da Reencarnação),
Capítulo nº XXVI – “Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes” - (Explica as potências psíquicas da mediunidade),
Capítulo nº XXVII – “Pedi e Obtereis” - (Esclarece o Poder Mental da Prece).
Melhor interpretação

O Evangelho produzido por Kardec não nasceu para competir, nem desrespeitar as Sagradas Escrituras, nem desprezar jamais os extraordinários ensinos da Bíblia Sagrada.  
O Evangelho dos espíritas foi pensado, analisado, meditado, interpretado, trabalhado e elaborado por Allan Kardec, em comunhão mental superior com os Sábios Espíritos da Codificação.
O Evangelho elaborado por Kardec veio desfraldar, no mais alto patamar da cultura espiritual da Humanidade, a melhor e mais límpida interpretação da Doutrina de Jesus, o Amor de Jesus, as ideias de Jesus, a doutrina moral de Jesus, a crença de Jesus em Deus, a sintonia com o Pai Criador, a fé divina de Jesus, a proposta libertadora de Jesus, as lições de amor ao próximo, os exemplos de Jesus, a pedagogia do amor de Jesus, a simplicidade e humildade comovedoras de Jesus, as regras educativas do espírito por Jesus, a felicidade futura prometida por Jesus e o sacrifício supremo de Jesus a envolver exemplar aceitação.

Obra popular

O pensador Kardec não queria produzir obra interpretativa à feição da Bíblia, apresentar obra teológica repleta de inumeráveis dados dos textos evangélicos, extremamente carregada de referências a versículos complicados. Poderia produzir uma bela obra, mas obra carregada com milhares de sentenças bíblicas seguidas de pequenas e breves explicações. Grande obra, porém, trazendo um emaranhado de ideias que mais complica que facilita o entendimento dos leitores. Isto, Kardec não queria para o Evangelho dos espíritas.
O Espiritismo não veio para confundir o pensamento dos homens: veio com  objetividade educacional, a fim de descomplicar, simplificar e agilizar o entendimento da verdade divina. O codificador sabia muito bem que, se produzisse uma obra grande e complexa, iria prestar grande desserviço à evangelização das almas, pois dificultaria em muito o estudo e a assimilação, o aprendizado e o entendimento verdadeiro do grande público ainda não acostumado a análises detalhadas e pormenorizadas das referências evangélicas. Pensava o sábio professor Hippolyte Rivail em concretizar obra doutrinária simples, direta e bastante popular.
Pronunciou o sábio Codificador a respeito: “O essencial era pô-lo ao alcance de TODOS, mediante a explicação das passagens obscuras e o desdobramento de todas as consequências, tendo em vista a aplicação dos ensinos a todas as condições da vida. Foi o que tentamos fazer com a ajuda dos Bons Espíritos.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, nº 1 – “Objetivo desta Obra” – Página 25 – 129ª edição – FEB)
O aprendizado moral deveria ser bem claro, muito objetivo, bastante direto, alcançando, com facilidade expositiva e interpretativa, a capacidade de raciocínio e análise, estimulando a elevação da emoção e o fortalecimento da vontade das pessoas para não somente seu aprendizado evangélico,  mas muito especialmente a sua renovação mental, transformação moral, reforma íntima, iluminação da fé, crescimento interior, aperfeiçoamento dos sentimentos, engrandecimento da personalidade imortal, formação verdadeira  do sentimento cristão.

Estrutura da obra

O Evangelho espírita está formado de 28 capítulos, dividido em duas partes: a primeira, de autoria de Kardec; a segunda, de autoria dos Espíritos. Em cada um deles, o Codificador inseriu transcrições de versículos do Novo Testamento. Não obedeceu a nenhuma ordem cronológica dentro dos Evangelhos.  Reuniu diversos versículos pela semelhança das ideias e conteúdos em cada capítulo na sua terceira obra. O Codificador desejava produzir e realmente produziu  uma obra resumida, unificada e sintética, que facilitasse em muito a leitura e o estudo, promovendo a assimilação das ideias e o entendimento dos diversos aspectos dos ensinamentos do Cristo.
Em cada capítulo criou a secção “Instruções dos Espíritos”. Nestas, o Codificador inseriu encantadoras mensagens psicografadas, de autoria dos Sábios Espíritos, selecionadas pelo seu próprio critério de análise, cotejamento e seleção, entre centenas e centenas de dissertações  provenientes de toda a França e doutros países europeus. O sábio pensador da  Codificação explicou: “Como complemento de cada preceito, acrescentamos algumas instruções escolhidas, dentre as que os Espíritos ditaram em vários países e por diferentes médiuns.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, nº 1 – “Objetivo desta Obra” – Página 25 – 129ª edição – FEB)
O mestre Kardec fez questão de selecionar e inserir o maior número possível de mensagens de autoria dos Espíritos, a fim de ficar patenteado que a terceira obra do Espiritismo não é produto exclusivamente seu, pois é também dos Espíritos elevados [as grandes Vozes do Céu] que trabalharam profundamente unidos de mente, ideia e coração, sob o comando sábio, orientador e amoroso de Jesus Cristo.
Do Codificador selecionamos as palavras que demonstram o caráter cristão genuíno do formidável trabalho coletivo, quando afirmou: “Se elas fossem tiradas de uma fonte única, teriam talvez sofrido uma influência pessoal ou do meio, enquanto a diversidade de origens prova que os Espíritos dão indistintamente seus ensinos e que ninguém a este respeito goza de qualquer privilégio.” Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, nº 1 – “Objetivo desta Obra” – Páginas 25-26 – 129ª edição – FEB)
O Evangelho, para ser obra genuína do CRISTO, é o resultado esplendoroso do esforço intelecto-moral de Kardec e dos Espíritos Superiores, no trabalho unido e unificado, sintonizado e fundido no mais alto grau de amor fraternal, humildade vivida, fraternidade universal, desprendimento completo e objetivos sagrados de promover o progresso moral e espiritual da Humanidade. 

Números e componentes 

Se, trabalhando sozinho, Allan Kardec – o grande pesquisador e intérprete da Verdade – poderia realizar monumental trabalho doutrinário, o que pensar na grandeza de sua obra filosófico-doutrinária por operar em perfeita simbiose espiritual, mente a mente, coração a coração com os Sábios Espíritos da Codificação e o Excelso Senhor Jesus Cristo.
Com a finalidade grandiosa de trazer excelente obra de interpretação do Evangelho que retratasse da melhor maneira possível, de forma resumida e concentrada, as ideias libertadoras, lições de amor e pensamentos esplendorosos extraídos dos Evangelhos do Novo Testamento.
A estrutura do Evangelho elaborado por Kardec contém perfeita síntese da Doutrina do Cristo, sendo muito bem planejada, organizada e ordenada.
Do Novo Testamento, o Codificador selecionou grande número de referências dos Evangelistas, a saber: de Mateus, 78 versículos; de Marcos,  21 versículos; de Lucas, 30 versículos; de João, 7 versículos, e variados somam 11 versículos. Destaca-se a predominância das referências do Evangelho de Mateus.
O Codificador Rivail, espírito altamente competente das Letras Sagradas, dominava com sabedoria e discernimento os textos bíblicos. Soube muito bem distribuir os diversos versículos selecionados nos diferentes temas doutrinários, com os quais formatou os 28 capítulos desta Obra Básica –  imensamente encantadora ao raciocínio sequioso da Verdade e muito mais penetrante ao coração sedento de Amor e Paz.
Organizou todos os capítulos, distribuindo as diversas dissertações, colocando ordem numérica a seus comentários e dissertações dos Espíritos. Cada capítulo possui determinado número de itens sequenciados, sendo o seu número total 370 itens, os comentados por Kardec vão ao total de 260 itens e dos Espíritos Superiores são da ordem de 110 itens. O Codificador foi autor de 70% dos itens, enquanto os Espíritos Sábios ficaram com 30% deles. Cada capítulo possui diversos subtemas, inseridos numa sequência lógica pela competência doutrinária e conhecimentos aprofundados do Codificador. Em contexto total da obra, Kardec escreveu 128 temas, na primeira parte de cada capítulo, enquanto os Espíritos elevados foram responsáveis por 71 temas na secção “Instruções dos Espíritos”.
A produção intelectual de Kardec foi maior, porque se responsabilizou por 65% dos textos dissertados, enquanto os Espíritos escreveram 35% dos temas do Evangelho.
Foi de quarenta e nove (49) o número total de Espíritos iluminados que colaboraram na redação dos diversos temas que compõem a estrutura doutrinária inseridas na magnífica secção “Instruções dos Espíritos”.
A seguir, apresentamos relação completa, em ordem alfabética, de nomes ou criptônimos dos Espíritos elevados, sendo que, na segunda coluna, temos os números de capítulos, do item ou itens, onde se encontram as dissertações de cada autor espiritual, psicografadas por diversos médiuns, na França e outros países da Europa.
Relação dos Espíritos elevados que colaboraram com dissertações evangélico-doutrinárias em O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Espíritos Superiores
Capítulos e itens em
O Evangelho Segundo o Espiritismo


Adolfo, bispo de Argel
7:12, 12:11, 13:11.
Bernardine, Espírito protetor
5.27
Cáritas
13:13-14.
Cheverus
16:11.
Constantino
20:2.
Delfina de Girardin
5:24
Dufêtre, bispo de Nevers
10:18.
Emmanuel
11:11.
Erasto, discípulo de Paulo
1:11, 20:4, 21:9, 21:10.
Espírito protetor
11:13.
Fénelon
1:l0, 5:22-23, 11:9, 12:10, 16:13. 
Ferdinando, Espírito protetor
7:13
Francisco Xavier
12:14.
François de Genève
5:25
François, Nicolas-Madeleine
5:20, 17:8-9.
Guia protetor
13:19.
Hahnemann
9:10.
Henri Heine
20:3.
Irmã Rosália
13:09.
Isabel de França
11:14.
João
13:16.
João Batista Vianney, Cura d’Ars
8:20.
João Evangelista
8:18.
João, bispo de Bordeaux
10:17.
Jorge, Espírito protetor
17:11.
José, Espírito protetor
10:16, 19:11.
Júlio Olivier
12:09.
Lacordaire
5:18, 7:11, 16:14.
Lamennais
11:15.
Lázaro
9:6, 9:8, 11:8,17:7.
Luís
21:8.
Luís, Espírito protetor
21:11.
M., Espírito protetor
16:10.
Miguel
13:17.
O Espírito de Verdade
6:5-6-7-8, 20:5.
Pascal
11:12, 16:09.
Paulo, apóstolo
10:15, 15:10.
Sanson
5:21, 11:10.
Santo Agostinho
3:13-14-15, 3:18-19, 5:19, 12:12,12:15, 14:9, 27:23.
São Luís
4:24-25, 5:28-29-30-31, 10:19-20-21, 13:20, 16:15.
São Vicente de Paulo
13:12.
Simeão
10:14, 18:16.
Um Anjo guardião
5:26
Um Espírito amigo
9:7, 18:15.
Um Espírito familiar
13:18.
Um Espírito israelita
1:9
Um Espírito protetor
8:19, 9:19, 12:13, 13:10, 13:15, 16:12; 17:10, 19:12.
Uma Rainha de França
2:8






Leitores da Obra
O Codificador Allan Kardec, excelente intérprete das Sagradas Escrituras, preocupou-se muito com o entendimento e o aproveitamento dos leitores desta obra – leitores que seriam bem diversificados em seus níveis intelectuais, línguas diversas, costumes variados e tradições religiosas. No grande futuro, ele sabia que  os leitores viriam aos milhões, provenientes dos diversos povos e variadas classes sociais. A obra evangélica seria consagrada a beneficiar o espírito de todos os seres humanos!
Sabia muito bem o Codificador que a maioria das pessoas era possuidora de pouca experiência bíblica e distanciada das leituras complicadas. Para ele, esta obra não poderia ser eminentemente teológica, limitada a atender somente alguns especialistas, tornando-se embaraço para a grande massa de leitores que viriam das almas simples do povo. Não era para satisfazer somente o gosto intelectual apurado de Kardec, mas especialmente cumprir o luminoso programa pedagógico de Jesus Cristo para a Humanidade inteira. Obra espírita de conteúdo extremamente evangélico para esclarecer e iluminar todos os espíritos, todas as mentes, todos os raciocínios e todos os corações. E não somente para ser objeto de pesquisas de alguns estudiosos especializados em textos bíblicos.   
Kardec não estava criando “nova Bíblia” para atender especificamente uma elite de leitores intelectuais espíritas. Obra genuinamente evangélica que pudesse estudar, de forma sucinta e de forma bem concentrada, boa percentagem das ideias, ensinos e projetos educativos de Jesus Cristo. Obra espírita que pudesse interpretar com lucidez e explicar com clareza a estrutura filosófica fundamental contida nos Evangelhos da Bíblia Sagrada.
O pensador Allan Kardec é o exímio organizador do pensamento cristão para atender o imaturo homem tecnológico do Terceiro Milênio. Conseguiu efetivar, com elevados méritos, ao formar e formatar os 28 capítulos de O Evangelho Segundo o Espiritismo.     

Dificuldade de entendimento

Kardec teceu breve, porém, sincera e verdadeira análise a respeito dos leitores dos Textos Sagrados, os quais manuseiam muito pouco ou quase nada. Sendo que poucos leem e menos ainda estudam com seriedade os Evangelhos. Esmagadora maioria sente enorme e invencível dificuldade em ler, interpretar e entender os variados capítulos e versículos da Obra Sagrada. Pronunciou-se, pois, a respeito: “Poucos, no entanto, a conhecem a fundo e menos ainda são os que a compreendem e lhe sabem deduzir as consequências. A razão está, por muito, na dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho, que, para o maior número dos seus leitores, é ininteligível”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, nº 1 – “Objetivo desta Obra” – Página 24 – 129ª edição – FEB)
Dos simples religiosos, em sua generalidade, poucos conhecem a fundo os Evangelhos, e menor ainda é o número dos que o compreendem em espírito e verdade. A maioria dos crentes, na grande massa da população, não está afeita à leitura complicada, dificultosa e confusa como se depara com a maioria das sentenças dentro dos versículos do Antigo e do Novo Testamento.
O Codificador descreveu o retrato intelectual e psicológico dos religiosos em geral a respeito de sua capacidade de leitura e aproveitamento do estudo individual dos textos da Bíblia Sagrada:
“A forma alegórica [forma figurada] e o intencional misticismo da linguagem fazem com que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito”.
“Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas”.
“Impossível, então, apanhar-se-lhes o conjunto e tomá-los para objeto de leitura e meditações especiais.” Allan Kardec  (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, n.º 1 – “Objetivo desta Obra” – Página 24 – 129ª edição – FEB)
Com sua perspicácia, Kardec observou que a maioria dos crentes das religiões tradicionais lia os textos das Escrituras, e pouco entendia, muito menos assimilava, menos ainda compreendia. Bom número de adeptos lê as páginas complicadas da Bíblia por simples dever, sem vontade e intenção em aprender os ensinos morais e muito menos ainda em praticá-los. Lamentável a condição de ignorância espiritual da maioria dos religiosos em geral, quanto ao aprendizado dos preceitos morais do Cristo!

Espíritas esclarecidos

O Mestre Kardec percebeu a necessidade de produzir obra doutrinário-evangélica que facilitasse bastante o entendimento para a maioria das pessoas que fossem manusear e estudar o Evangelho espírita. Este, o objetivo maior do lúcido Codificador para a obra espírita da Boa Nova que interpretou com profundidade e explicou à LUZ DA FÉ RACIOCINADA o pensamento, a ideia e o ensino da Verdade Eterna contidos no Evangelho de Jesus Cristo.
A intenção grandiosa do Codificador era elaborar obras que aumentassem o número de leitores estudiosos a realmente aprender com clareza os ensinamentos de Jesus Cristo e vivê-los com alma e coração. Esses leitores seriam os espíritos decididos, os alunos estudiosos, os espíritas esclarecidos, os que pensam a Fé Racional, os que se esforçam em corrigirem-se, os que se arrependem de suas faltas e crimes, os que aprendem a amar, os alunos sinceros da renovação, os aprendizes da boa vontade, os espíritas da fé raciocinada, os que trabalham com desprendimento por uma Humanidade mais feliz. Esses são os leitores modernos que Kardec desejava seduzir e arrebanhar, preparar e formar com o lançamento da obra eminentemente didática  - O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Obra-prima de Kardec

O excelente intérprete das Escrituras Sagradas – o Codificador Allan Kardec – organizou uma obra que pudesse penetrar com leveza e grandeza na alma humana. Adentrando as provações, os dramas, as tragédias e os grandes  sofrimentos dos leitores de todo o mundo e, oferecendo, com  caridade moral, o caminho da luz espiritual. Para Kardec, a vitória do espírito sobre as experiências da vida corpórea e sua efetiva melhoria moral seriam sempre mais importantes para o feliz destino futuro das almas humanas.
Cativar o máximo de leitores pela racionalidade da fé, bem como emotividade do amor fraternal, simplicidade na linguagem e objetividade nas explicações. Tudo para beneficiar verdadeiramente os leitores espíritas que iriam aprender a aplicar simultaneamente na leitura as ferramentas do espírito: inteligência e sentimento, raciocínio e coração, pensamento e emoção, ideação e afetividade, inspiração e espiritualidade.
O Evangelho dos espíritas em todas dissertações de suas abençoadas páginas, tanto de autoria de Allan Kardec como dos Espíritos Superiores, foram redigidas e comentadas, interpretadas e explicadas, obedecendo à clareza da fé raciocinada, à luz poderosa da fé divina, a força imbatível do amor universal e a eficiência educativa da caridade moral. O Evangelho elaborado por Kardec é obra bastante humilde em sua confecção material: contém poucos capítulos, sem ostentação de vaidade literária, contudo, traz, em seu conteúdo, todas as lições e princípios, normas e regras para o esclarecimento, educação, aperfeiçoamento moral e espiritual das criaturas humanas.
O Codificador não ansiava por agradar aos leitores simplesmente pelo altíssimo número de versículos selecionados e catalogados, estudados e explicados. O insigne Kardec desejava verdadeiramente encantar os leitores da Fé Espírita com dissertações repletas de ideias claras, explicações bem articuladas, beleza imortal da Verdade Divina, Amor profundo a Deus,  amor fraternal ao próximo, Amor universal a tudo e a todos, pregação da Caridade prestadora de serviços, Fé divina, amorosa, misericordiosa e racional.
O abnegado pensador Kardec – verdadeiro sábio das sagradas escrituras – soube, através desta esplendorosa obra, cativar e conquistar milhões e milhões de leitores sequiosos da Verdade Espiritual pela simplicidade e objetividade das dissertações, exposição clara, amena e didática das interpretações à luz poderosa da Fé Raciocinada.
O Evangelho elaborado por Kardec é obra de brilho espiritual sem igual, celeiro de fé raciocinada, amor fraternal e caridade moral.
O Evangelho dos espíritas é a mais excelente, a mais exuberante, a mais encantadora, a mais rica de esperanças e consolações, a que mais multiplica as alegrias intraduzíveis nos corações!
O Evangelho Segundo o Espiritismo é a obra-prima de Kardec por excelência; fulgura acima de todas as suas outras obras extraordinárias por trazer a beleza cristalina e a grandeza imortal das lições do Senhor e Mestre Jesus Cristo. 
Podemos perguntar ao coração de cada companheiro espírita: Quem de nós, nas horas das grandes lutas e incertezas, dores e sofrimentos, tragédias e obsessões, angústias e solidão, dispensa o manuseio do Evangelho de Kardec?
Quais de nós não abraçamos o Evangelho organizado por Kardec, fechamos os olhos, concentramo-nos, proferimos uma prece, depois, abrimos suas páginas luminosas, lemos e meditamos com respeito às suas lições imortais e não nos vemos de um momento para outro, mais fortalecidos e mais calmos, renovados na fé, na confiança, na esperança e no amor ao próximo! É a influência imensamente benfazeja desta obra admirável e abençoada de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores sob a orientação magnânima do amorável Mestre e Senhor Jesus! 
O Evangelho dos espíritas interpreta e descreve, com o máximo de lucidez de raciocínio e magnificência esplendorosa de amor, os ensinamentos mais importantes de Jesus selecionados nos quatro Evangelhos do Novo Testamento e nas Epístolas do Apóstolo Paulo.
O Evangelho dos espíritas é obra organizada pelo raciocínio refinado de Allan Kardec. Através dela, Jesus retorna ao mundo, esclarecendo o povo. O Senhor volta ao cenário triste, descrente e sombrio do mundo moderno, conversando e orientando homens e mulheres infelizes, inseguros e frágeis.
O Evangelho elaborado por Kardec espalha e semeia, ensina e ilumina, esclarecendo o raciocínio e fecundando o coração que fará produzir  a verdadeira felicidade do ser humano dentro de si mesmo, na família e na sociedade!
 
Capa do Anuário Espírita 2014 traz Kardec e fac-simile de edição francesa
de O Evangelho Segundo o Espiritismo

(Texto recebido em email do IDE, Araras, SP)
Ide

Representação dos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João.
Fachada da Catedral da Sé, São Paulo, Brasil
Foto Ismael Gobbo

Página do Novo Testamento publicada por Louis-Isaac Lemaistre de Sacy em 1667. Allan Kardec se utilizou da
tradução de Sacy no trabalho de elaboração de  “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Louis-Isaac Lemaistre de Sacy
Hahnemann, Pai da Homeopatia, está presente em O Evangelho Segundo o Espiritismo
No cap. 9, item 10, dando instrução sobre a Cólera.
Túmulo de Hahnemann, o criador  da Homeopatia,  no Cemitério do Père Lachaise,  em Paris, França.
Foto: Ismael Gobbo
Ficheiro:Hugues Felicité Robert de Lamennais.PNG
Hughes Félicité Robert de Lamennais (19-06-1782 / 27-02-1854)
Lamennais,  espírito, está presente em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 11, item 15)
dando instrução sobre “Deve-se expor a vida por um malfeitor?”
Estampa em bronze representando  o apóstolo São Paulo. Autor não identificado; sem data.
Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foto Ismael Gobbo
O  Rio Sena e a Ponte de Bercy, Paris, França. Foto Ismael Gobbo
Em Paris Allan Kardec codificou o Espiritismo.