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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Artigo especial. 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo


Adelvair David
Jales, SP

O codificador, certamente tomado por força singular e incompreensível, entregou-se docilmente aos propósitos do Cristo. Inspirado pelas mentes venerandas dos céus, fazendo uso do coração e da razão, em abril de 1864, implanta um marco significativo na história da humanidade.
Tudo correu em segredo, o próprio editor, o Sr. Didier, ficou sabendo do conteúdo quando da sua edição, então publicada com o título de “imitação do evangelho” na primeira edição e “O Evangelho segundo o Espiritismo” a partir da segunda edição. Allan Kardec oferece aos homens a belíssima mensagem de Jesus, comentada e também dissertada pelas entidades luminares que deixaram sua marca nas inequívocas explicações através dos capítulos que se  seguem. É a revivescência do cristianismo, sem alegorias, figuras de linguagem que possa dar lugar a falsas interpretações.
Allan Kardec, sem temor, despoja-se de si mesmo, da imagem pública, para ser o servo fiel e prestimoso do Senhor, deitando esperança a uma era de nova moral que deveria iniciar-se, ferindo frontalmente os interesses menores de tantos quantos fizeram, até então, da mensagem do divino Mestre um instrumento de dominação e usura.
No Evangelho Segundo o Espiritismo encontra-se a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo. Asseveraram os espíritos ao codificador que ele havia comido o pão branco principal e que, agora sim, era chegada a hora das dificuldades, a solidez das suas convicções e a sua fé como uma muralha de bronze, deveria resistir a todos os ataques, e assim foi, o missionário do Senhor ergueu de novo a bandeira do cristianismo, sob a fúria e os dardos dos perniciosos inconformados, e bravamente resistiu.
Neste ano de 2014, comemora-se 150 anos de luz para o homem do planeta terra. Em cada frase da obra, o surdo gemido dos mártires dos primeiros tempos, as lágrimas das mães que tinham os seus filhinhos arrancados dos braços para o testemunho do evangelho do Senhor, hoje, nós os cristãos modernos, através do sacrifício moral de Allan Kardec, temos a alegria de poder beber nesta fonte que dessedenta, de tomar deste alimento que fortifica a alma, para que nunca mais sintamos qualquer privação.
Após as trevas, eis então que surge a luz imperecível, a bondosa mão do Senhor repousa sobre a humanidade para a confirmação do bendito convite do Nazareno:“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei”.
Salve Allan Kardec, bendita seja a obra que em nome do Cristo entregastes ao mundo. Salve o Evangelho Segundo o Espiritismo e Louvado seja para sempre o Cristo, nosso Senhor e Mestre que, como prometeu não nos deixou órfãos.
Busto de Allan Kardec, em seu túmulo, no Cemitério Pére Lachaise, Paris, França. Foto Ismael Gobbo
Cemitério Pére Lachaise, Paris, França. Foto Ismael Gobbo
Placa colocada na parte posterior do túmulo de Kardec no Cemitério Pére Lachaise, em Paris, França.
Foto Ismael Gobbo



Artigo especial. O que as vozes femininas nos ensinam no Evangelho segundo o Espiritismo1

Nilza Teresa Rotter Pelá
 (Ribeirão Preto, SP)
ropela.nilza@gmail.com
Vozes femininas (?), poderão perguntar alguns já que sabemos que segundo os Espíritos da Codificação, Espíritos não têm sexo. A resposta está em um artigo da Revista Espírita2: “Pode acontecer que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa.”.
            Em uma investigação no Pentateuco e nos volumes da Revista Espírita publicados por Kardec encontramos 808 comunicações de Espíritos sendo que 734 (90,4 %) se identificaram como masculinos pelo nome ou outros indicativos como Espírito protetor, seu pai, dentre outras e 74(9,6 %) como femininos perfazendo um total de 467 espíritos comunicantes; 361 masculinos e 66 femininos, 27 de diversas denominações, 7 guias espirituais e 6 espíritos protetores3 .
            Em “O Evangelho segundo o Espiritismo” encontramos: Cáritas (2 mensagens),Elizabeth de França (1 mensagem),Delfhine de Girardin (1 mensagem), Irmã Rosália (1 mensagem),Um Espírito Amigo - Joanna de Ângelis 4,5- (2 mensagens).
CÁRITAS
Kardec apresentava admiração por esse Espírito: “é com felicidade que nos fazemos interprete da boa Cáritas...”
As mensagens encontram-se no capítulo XII- “Que a vossa mão esquerda não saiba o que dá a sua mão Direita”, no item “A caridade material e a caridade moral”. Mensagens de incentivo à caridade com ênfase na caridade material. Destaca a importância de indulgência e benevolência sem o que a caridade material torna-se humilhante para aquele que a recebe. Importante destacar essa frase: “Eu nada tenho... ...vou para todos os lados estimular a beneficência, insuflar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos.”
IRMÃ ROSÁLIA
Sua mensagem encontra-se inserida no mesmo capítulo e item das mensagens de Cáritas.
            Relata sua existência entre os sofredores da Terra e destaca que por ocasião de sua volta à espiritualidade sentiu alegria por reencontrar aqueles que beneficiou na última encarnação; “Eu revi um dos pobres da vossa terra que pude, por felicidade, beneficiar algumas vezes, e a quem me cabe agora implorar por minha vez”.
 Conceitua a caridade moral como: “não anotar os erros dos outrem.” Destaca também que a caridade moral “nada custa materialmente, e, entretanto, a que é mais difícil de por em prática”.
ELIZABETH DE FRANÇA
            Sua mensagem foi inserida no capítulo XI-“Amar o próximo como a si mesmo” no item “Caridade para com os criminosos”
            Como as outras duas enfatiza a caridade a benevolência e afirma ser essa a “sublime caridade”.
            Interessante destacar que já em 1862 quando a mensagem foi psicografada em Havre ela aborda a questão da transição planetária:
            “Permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamentos. Em breve, quando os homens se encontrarem submetidos às verdadeiras leis de Deus, já não haverá necessidade desses ensinos: todos os Espíritos impuros e revoltados serão relegados para mundos inferiores, de acordo com as suas inclinações.”
            Depois desse ensinamento não se pode mais perguntar por que tanta turbulência no planeta, pois fica claro que é para nos educarmos. DELFHINE DE GIRARDIN
Kardec em O Livro dos Médiuns no Capítulo XI Da Sematologia E Da Tiptologia faz uma crítica a Delphine no item 144:
“ Um aparelho mais simples, porém, do qual a má-fé pode abusar facilmente, conforme veremos no capítulo das Fraudes, é o que designaremos sob o nome de Mesa-Girardin, tendo em atenção o uso que fazia dele a Sr.ª Emílio de Girardin nas numerosas comunicações que obtinha como médium. Porque, essa senhora, se bem fosse uma mulher de espírito, tinha a fraqueza de crer em todos os Espíritos e nas suas manifestações.”
            “Mas Kardec era o BOM SENSO encarnado, assim quando esse Espírito se manifesta em Paris em 1861 ele inclui sua mensagem no capítulo V- “Bem aventurado os aflitos” com o título” A infelicidade real”.
            “a verdadeira desgraça, porém, está nas consequências de um fato, mais do que no próprio fato. Dizei-me se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta consequências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que a princípio causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem. Dizei-me se a tempestade que vos arranca as arvore, mas que saneia o ar, dissipando os miasmas insalubres que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade. Para julgarmos de qualquer coisa, precisamos ver-lhe as consequências.”
            Lembra ainda que os prazeres mundanos calam a consciência e assim o homem se torna incapaz de deduzir as consequências de seus atos.
UM ESPÍRITO AMIGO (JOANNA DE ÂNGELIS)
            Duas mensagens: “capítulo IX –Nem aventurados os brandos e pacíficos- item 7 A Paciência” e “ capítulo XVIII- Muitos os chamados e poucos os escolhidos- item 15-Dar-se-a aquele que tem”
            Na primeira coloca sobre as dificuldades da vida e dos sofrimentos que temos que experimentar na construção da nossa espiritualidade. Para isso é necessário o ato de perdoar que é uma caridade muito difícil, pois coloca a prova nossa paciência. Ser cristão é também ser paciente.
             Na segunda explica-nos a difícil passagem do Evangelho que diz que se dá aquele que tem e retira-se daquele não tem, pois em uma análise superficial parece ser uma injustiça.
            Joanna esclarece o sentido figurado da passagem uma vez que Deus é misericordioso e não tiraria de filho seu nada do que já houvera dado. O que ocorre é que aqueles que têm desenvolvimento moral atraem para si o encorajamento que lhe dá forças para continuar em sua jornada evolutiva. Os que não têm esse desenvolvimento moral são cegos e surdos aos chamamentos que lhes são feitos seria como se os primeiros preparassem os campos que lhes foram concedidos para seu plantio, enquanto os segundos deixam seus campos mofarem e nada produzem.
            As vozes femininas abordaram questões ético morais o que é compreensível pelo fato de suas mensagens estarem inseridas em O Evangelho segundo o Espiritismo, entretanto muitas das vozes femininas , no Pentateuco e na Revista Espírita, abordaram temas de cunho científico e fenomenológico .
Fontes
1- O Evangelho segundo o Espiritismo- Allan Kardec
2- Revista Espírita Jornal de Estudos Psicológicos ANO IX JANEIRO DE 1866 No 1.
3-As muitas vozes na obra de Allan Kardec, 5o Fórum Caminhos para o Espiritismo, São Carlos 31 de agosto de 2013.
4-A Veneranda Joanna de Ângelis, Celeste dos Santos & Divaldo P. Franco, Leal editora.
5-Os Expoentes da Codificação, Federação Espírita do Paraná.
 
Retrato de Allan Kardec, em 1865. Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Allan_Kardec_portrait001.jpg
Ficheiro:Madame-elisabeth-2.jpg
Elizabeth de França. 03-05-1764 / 10-05-1794.
Óleo sobre tela por Elisabeth-Louise Vigée-Le Brun
Ficheiro:Joana Angelica martirio.jpg
Quadro do séc. XIX (anônimo), representando o martírio da Sóror Joana Angélica 
 autoria atribuída a religiosa de Itu, presentemente no Convento da Lapa, Salvador, Bahia
Amélie Gabrielle Boudet (1795- 1883), esposa e grande colaboradora de Allan Kardec (1804- 1869).
Imagem trabalhada em computador por Marisa Cajado (Guarujá, SP) a partir de imagens conhecidas

Praça da Concórdia, a maior de Paris, com a Torre Eiffel ao fundo.
No local muitos vultos da nobreza foram guilhotinados, dentre eles Elizabeth de França.
Foto Ismael Gobbo
Jardim das Tulherias tendo ao fundo o “Dôme Les Invalides” e a Basílica de Santa Clotilde. Paris, França.
Foto Ismael Gobbo




NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 09-04-2014.

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http://www.noticiasespiritas.com.br/2014/ABRIL/09-04-2014.htm

Artigo especial. A que se propõe O Evangelho segundo o Espiritismo?


                    Pedro Camilo. (Salvador, BA)

Quase sempre abrimos um livro, qualquer que seja ele, e nos precipitamos sobre as abordagens feitas pelo autor sem, contudo, procurar entender as razões de ser daquele trabalho. Interessa-nos o conteúdo, as lições, o aprendizado possível a ser realizado naquelas páginas que se abrem para nós, como um convite vivo ao conhecimento. Esquecemos, porém, que as introduções costumam falar muito de uma obra, representando o norte sem o qual a sua compreensão não será a mais completa possível.
Temos agido assim, ao longo das décadas, com O Evangelho segundo o Espiritismo. Tratado como um livro de autoajuda, quase sempre passeamos por suas páginas à procura de um consolo, de um alívio para nossas dores, esquecidos, porém, que também ele é um livro de estudos e, como tal, a sua introdução tem muito a nos dizer.
Sim, de estudos! Ali, naquelas páginas luminosas, Allan Kardec sedimentou as bases morais do Espiritismo, partindo do modelo de moral proposto pelos espíritos na resposta à pergunta 625 deO livro dos espíritos: Jesus. Não são, portanto, meros comentários sobre lições evangélicas, mas estudo sistematizado dos ensinamentos morais trazidos por Jesus, que também podem ser extraídos de sua vida, de seus feitos, de sua obra.
Somente começando a sua análise pelo começo, ou seja, pela sua introdução, é que poderemos perceber isso. Logo de início, Allan Kardec, como bom educador que era, tratou de fixar qual o objeto que perseguia ao apresentar aquele volume ao público. Tal medida era – como foi – de fundamental importância, haja vista que o grande público poderia entender que se tratava de uma tola pretensão de substituir, com aquele, os quatro Evangelhos ditos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João). Até hoje, inclusive, há quem se refira jocosamente à obra, dizendo tratar-se de “o Evangelho dos espíritas”!
Talvez antevendo isso, bem como pela precisão metodológica que marcava suas ações, Kardec principia seu estudo aduzindo, nas páginas introdutórias:

Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável.

O mestre francês divide as abordagens possíveis sobre os Evangelhos em cinco eixos, afirmando que o “ensino moral” é aquele que se conservou inatacável, apesar dos milênios. De fato, as controvérsias sobre os atos da vida do Cristo, os milagres, as predições e os dogmas das Igrejas persistem até os dias de hoje. Contudo, mesmo os que não são cristãos admiram e reconhecem o valor dos ensinamentos morais do Cristo, o que revela sua grande importância teórica e prática para a vida.
Ninguém negará, por exemplo, o valor de virtudes como o amor, a beneficência, o perdão das ofensas e a necessidade de honrar pai e mãe, dentre outros. São valores cultuados em diversos credos e em diversas culturas, embora assumindo, por vezes, feições bastante peculiares.
É por essa razão que Kardec ainda afirma:

Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura.

Na medida em que explicitava suas lições a partir das lições do dia-a-dia, extraindo conceitos e exemplos da vida particular e da vida pública de homens e mulheres, Jesus apresentava um código de como proceder, revelando “o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça”.
Por essa razão, afirma Kardec, os ensinamentos morais do Cristo são postos como “roteiro infalível para a felicidade vindoura”, por constituir-se no “levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura”.
E, após fazer afirmações tão peremptórias e importantes, arrebata ele, dizendo: “Essa arte é a que será objeto exclusivo desta obra”.
A ideia não era, pois, substituir os quatro Evangelhos, mas estudar os ensinos morais neles conditos, Assim sendo, na medida em que se propõe a resgatar tais ensinos, conferindo-lhes uma interpretação mais abrangente, por considerar a imortalidade da alma e as vidas futuras que a aguardam, a proposta de O Evangelho segundo o Espiritismo é constituir-se, para nós, “um roteiro infalível para a felicidade vindoura”.
É com isso em mente que devemos, a cada dia, buscar as suas páginas e sobre elas refletir.
Allan Kardec  Imagem Internet
Selo comemorativo do Centenário de O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em 1964
Imagem: Internet
Estátuas dos quatro Evangelistas na Catedral de Brasília
Brasília, DF. Foto Ismael Gobbo
Teatro romano na Colina de Fourvière, em Lion, França.
Lião foi terra natal de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)
Foto Ismael Gobbo
Átrio subterrâneo do Museu do Louvre, Paris, França.
A obra da Codificação Espírita, por Allan Kardec, se deu em Paris.
Foto Ismael Gobbo

Paris, França. Ile de la Cité, o Sena e a  Catedral Notre Dame. Foto Ismael Gobbo

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 08-04-2014.

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