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domingo, 19 de agosto de 2012

O Antigo Egito (Ismael Gobbo). VII– Primeiro período intermediário e médio império



Após um reinado de duração quase secular de Pepi II, o Antigo Império fenece e o Egito mergulha no dramático interregno denominado Primeiro Período Intermediário, situado entre 2181 e 2133 aC., abrangendo da VII à X dinastia.
     Esse duro trato da história egípcia é assinalado, sobretudo, pela quebra da primitiva unidade estabelecida desde Narmer, a instalação dos feudos e o quase retorno ao estado dos “nomos”.
     Com os senhores feudais exercitando a política de interesses, via de regra marcada pela opressão e o despotismo, acabam por fazer eclodir seguidas guerras civis, uma verdadeira revolução social, que, lançando pobres contra ricos, faz graçar uma inusitada onda de subversão, saques, anarquia e, para agravar, a abrupta paralisação das atividades econômicas, especialmente as agrícolas, sustentáculo da nação.
     As conseqüências  para o Egito não poderiam ser piores, resultando, como foi documentado, num nefasto período de miséria e fome.
     O faraó, que até então brilhava altaneiro, não só perdeu o prestígio como teve sua imagem aviltada pelos governantes provincianos, que, sem nenhuma cerimônia, investiram-se das mesmas prerrogativas, exigiam as mesmas deferências e escarneciam de forma provocativa aos tradicionais governantes da nação.
     Esse tipo de política regional fez folgar a vigilância das fronteiras tornando o território egípcio muito assediado e vulnerável às invasões estrangeiras. Paulatinamente, os povos limítrofes, especialmente os habitantes das regiões inóspitas e desérticas próximas do Delta, vislumbraram uma ótima oportunidade de resolver seus problemas econômicos pela tomada das tão cobiçadas terras, que sempre estavam forradas de exuberantes pastagens e se mostravam pródigas à colheita de grãos.  

Novos Rumos

     Esse estado de coisas perdurou por muitos anos e só após dolorosos sofrimentos, com o país combalido sob todos os aspectos, começaram a surgir movimentos tentando reconduzir o Egito ao antigo “status quo”, pugnando sobretudo pelo restabelecimento da ordem interna e buscando a paz e a prosperidade perdias.
     Destacam-se para este fim dois núcleos importantes. Um, em Heracleópolis, perto de Faium, onde uma família influente, polarizando considerável parcela de poder, consegue unir todo o Médio Egito e exercita influência sobre vasta área da região do Delta.
     Esses heracleopolitanos, que teriam constituído as dinastias IX e X, conseguiram com muita luta expulsar os invasores asiáticos do Delta, consolidaram o prestígio de Mênfis, fizeram grandes progressos na área de irrigação e fomentaram o intercâmbio comercial com o exterior, especialmente com Biblos*.
     O outro centro de poder, dominando uma vasta área entre Abidos e Elefantina, no Alto Egito, permaneceu independente e sob a tutela de príncipes tebanos.
     Em dado momento, os príncipes de Tebas combatem os heracleopolitanos e, sob o comando do príncipe Mentuhotepe 1, derrotam estes últimos, recobrando a reunificação do Egito, que volta a viver sob a tutela de um faraó. Este momento, tido como o fim de longa e dolorosa crise política, é considerado como o da inauguração do Médio Império.

O Médio Império

     Na XI dinastia, restabelece-se novamente a autoridade real, com a capital se transferindo de Mênfis para Tebas, berço da família que havia logrado a reunificação.
     Dos sete monarcas da XI dinastia, cinco levaram o nome de Mentuhotepe (Unificador).
     Mentuhotepe I, elevado à condição de “senhor das duas terras”, embora tenha concentrado uma grande gama de obras na região de Tebas, não deixou de fazê-las por todo o país.
     Mentuhotepe II, encontrando um estado unido e pacificado, sem vestígio algum das encarniçadas guerras civis, pôde atuar com tranqüilidade em várias frentes.
     São assinaladas numerosas expedições ao estrangeiro, como a comercial em direção ao Punte, registrou-se a melhoria da vigilância em relação aos beduínos hostis, implantou-se uma indústria naval nas costas do Mar Vermelho e também explorou-se a extração de pedra em blocos para as construções de santuários em Elefantina, Ábidos e toda a região de Tebas.
     Nessa época, em processo de aprimoramento das artes, os santuários passaram a ter relevos mais delicados que de seus antecessores.
     O templo-sepulcro de Mentuhotepe II, em Deir El-Bahari (nome árabe moderno), é característico dessa época, abandonando a tradicional forma de pirâmide e adicionando os pórticos como inovação.
     Uma vez realizada a tarefa da reunificação e com o restabelecimento de um poder central, graças aos esforços realizados pelos reis da XI dinastia, seus sucessores, os da XII, propuseram-se trasladar a capital para um lugar mais central, para isto escolhendo a região de Faium, de onde eram originários.
     Amenemés I, o Iniciador, teve como principal papel pacificar as tribos nômades do deserto, instalou postos militares nos oásis, fez várias conquistas, como a Núbia ao sul, que se transforma em província egípcia, além da Palestina e Fenícia, à leste.
     Expulsa os semitas e beduínos do Baixo Egito e constrói uma grande muralha ao longo do limite do deserto, transportando sua capital de Tebas para a orla do deserto, nas proximidades de Mênfis.
     Subindo ao poder Sesóstris I, este continua a pacificação da Núbia e se apodera das pródigas minas de ouro da região.
     Sesóstris III celebrizou-se como um grande conquistador e granjeou a fama de se apoderar de todas as nações por onde passasse.
     Com Amenemés III, Amenemés IV e Sebekneferoure, completa-se a XII dinastia e o Médio Império.
     A partir daí, advém novo enfraquecimento do poder central e o Egito experimenta, com a invasão do povo hicso, uma das maiores humilhações de sua longa história, no chamado Segundo Período Intermediário.

* antiga cidade da Fenícia, atual Líbano.

Próximo artigo, na próxima semana: VIII–  Segundo Período Intermediário e Novo Império

Ficheiro:GD-EG-Caire-Musée121.JPG
O chanceler Méketrê observa a contagem de seus animais. 11ª. Dinastia. Museu do Cairo, Egito
File:Mentuhotep Seated.jpg
Estátua de Mentuhotep II, no Museu do Cairo, Egito. Arenito pintado. 11ª. Dinastia
File:Mentuhotep Deir el-Bahri.jpg
Templo funerário de Deir el Bahri. Egito.
Ficheiro:GD-EG-Louxor-116.JPG
Senuseret III  ou Sesóstris III
Museu de Luxor, Egito
File:Siwaoasis.JPG
Ruínas de cidade no Oásis de Siwa, no deserto líbico, que abrigava o templo de  Amon.
Rio Nilo na região de Luxor, antiga Tebas. Egito. Foto Ismael Gobbo
Delta do Rio Nilo visto do espaço à noite.
Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo






NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 18-08-2012

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NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 17-08-2012

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