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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Um pouco da história

O Antigo Egito (Ismael Gobbo)
II–  O Mestre Champollion



A divulgação do encontro da Pedra de Roseta foi feita por Lancret, membro do Instituto do Cairo, no dia 19 de julho de 1799.
     Dizia-se que a lápide continha inscrições dispostas em três faixas horizontais, separadas entre si; a inferior trazia várias linhas de caracteres gregos; a do meio, caracteres desconhecidos; e a superior, hieróglifos.
     O “Currier de l”Egypte”, jornal do corpo expedicionário, de 15 de setembro de 1799, anunciou que o achado seria utilizado para a leitura dos hieróglifos.
     Muitas cópias foram extraídas e enviadas para a França com tal finalidade.

O momento oportuno

     O desvendar da antiga escrita egípcia foi possibilitado pela somatória de pelos menos três grandes fatores concorrentes que se articularam espetacularmente: o primeiro, pela existência da própria Pedra de Roseta, que trazia o texto de grafia tríplice passível de comparação; o segundo, porque já encarnara entre os homens aquela que seria a maior autoridade em egiptologia de todos os tempos, o obstinado Jean François Champollion; terceiro, pela vontade política de Napoleão Bonaparte, que, não obstante o espírito belicista, era culto, nunca escondera  seu fascínio pelo Egito e estava decidido a estudá-lo com todo o rigor científico.
     A essas gratas “coincidências”, juntaram-se  uma plêiade de sábios precursores e contemporâneos, além de alguns mecenas que possibilitaram a arrancada decisiva à elucidação do milenar enigma.

A formação do sábio Champollion

      Para uma grande causa, um grande mestre. Jean François Champollion viveu apenas 42 anos, quase todos dedicados ao estudo das civilizações orientais, em geral, e ao Egito, em particular.
     Nasceu em Figeac, França, em 1790, filho de pai livreiro e mãe que pertencia à pequena burguesia local.
     Recebeu as primeiras lições do irmão mais velho, Jacques Joseph, que o acompanharia por toda a existência, muitas vezes abrindo-lhe caminhos junto aos especialistas e políticos.
     Após breve passagem pela escola primária, foi confiado a Dom Calmels, que o acompanhou em seus estudos de línguas.
     De inicio, estudou o latim, o grego e o hebreu. Em 1801, com dez anos, parte para Grenoble, onde, na escola de Dussert, aprendeu o árabe, o siríaco e o caldeu.
     Em 1804, entre para o Liceu Imperial, atual Liceu Stendhal, no qual permaneceu por três anos. O menino hipersensível, de saúde frágil, suportou com dificuldades o regime quase militar do estabelecimento.
     Em 1806, à frente de Fourier, prefeito de Isére e presidente da Comissão do Egito, faz um comentário das sagradas escrituras em hebreu.
     Inicia-se no copta e, optando pelo estudo da civilização egípcia, promete decifrar os hieróglifos.
     Em 1807, com 16 anos, chega a Paris para aperfeiçoar seus conhecimentos das línguas orientais mortas e vivas no Collége de France. Seu irmão o apresenta a vários cientistas, como Millin, conservador do Gabinete das Medalhas e da Biblioteca Imperial, onde fez um curso de Arqueologia; a B.J. Dacier, Secretário Perpétuo da Academia das Inscrições e Belas Artes; ao famoso arqueólogo L.J.J. Dubois; a E. Jomard, Secretário da Comissão do Egito e aos mais renomados professores orientalistas.
     Em 1809, retorna a Grenoble e, com dezoito anos, torna-se professor de história adjunto da faculdade criada por Napoleão Bonaparte, recebendo, por decreto imperial, o doutorado. Junto a Jacques Joseph, é igualmente ligado à biblioteca da cidade, que comportava um museu e, coincidentemente, possuía uma Múmia em seu acervo.
     É também jornalista junto ao “Annales de l”Isere”.
     Em 1811, aos vinte anos, publica a introdução de sua primeira obra: “L”Egypte sous Le pharaons”, estudo geográfico do antigo Egito, calcado na comparação dos topônimos em copta e em árabe. A obra completa sairia em 1814.
     Quando Napoleão retorna da ilha de Elba, muito promete aos irmãos Jacques Joseph e Jean François.
     O primeiro torna-se secretário particular do imperador, que acena com a possibilidade de fazer publicar as obras do segundo.
     Porém, em 1815, com as conturbações políticas, surgem as tenazes apurações, nas quais, sendo os irmãos considerados suspeitos, ficam exilados em Figeac.
     Em 1817, Jacques Joseph retorna a Paris e Jean François se fixa em Grenoble, onde cria escolas, como já fizera em Figeac, e retoma suas pesquisas em egiptologia.
Em 1820, novos problemas políticos surgem e os dois irmãos retornam a Paris. Na capital, Jean François mergulha de vez em suas pesquisas. Ele vale-se de toda a documentação existente, objetos com inscrições, desenhos elaborados pelos viajantes, como Caillaud e o arquiteto Huyot, que se faziam acompanhar da comitiva de Forbin ao Oriente e faz análises comparativas com os conhecimentos que já havia somado em todos os anos de extenuantes estudos.
Enfim, o ano de 1822 prenuncia grandes avanços e promete ser o marco de uma nova era da egiptologia. 
       
Próximo artigo, na próxima semana: III – Os Hieróglifos Decifrados
Ficheiro:Napoleon y sus Generales en Egipto.jpg
Napoleão Bonaparte em sua campanha ao Egito. Quadro de Jean Léon Gérôme(1824–1904)
Arquivo: Fourier2.jpg
Joseph Fourier (1768- 1830). Presidente da Comissão do Egito
Inscrições em hieróglifos no
Obelisco de Luxor que se encontra
na Praça da Concórdia, em Paris, França.
Foto Ismael Gobbo
Pedra de Roseta. Um  texto em três grafias diferentes. Museu Britânico, Londres. Foto Ismael Gobbo 
Coluna em forma de Papiro aberto  (Papiriforme) com figuras e
escritos hieróglifos no Templo de Carnac, Egito.
Foto Ismael Gobbo






Estátua de Champollion no pátio interno do Collége de France, Paris.
Obra executada em mármore por Frédéric Auguste Bartholdi
File:Place des ecritures Figeac.jpg
Replica gigante da Pedra de Rosetta em Figeac, cidade natal de Champollion.


Explicação

Conforme noticiamos, estamos dando inicio à publicação de 22 textos ilustrados, às segundas feiras, contando um pouco da história do Egito. Esses artigos, já publicados em jornais,  não são  Espíritas, todavia, algumas informações sobre a extraordinária civilização egípcia podem suscitar aos caros leitores estudos mais aprofundados e fazerem essa correlação do Egito com o Espiritismo. Desde já, convidamos os leitores que tenham artigos fazendo esse paralelo que  nos facultem as  publicações.  Também quem possua álbuns fotográficos documentando suas viagens ao Egito e queiram que publiquemos as imagens podem nos enviar  em JPG,  uma a uma, como anexos,  com a respectiva legenda, crédito das fotos, data da viagem, etc. Será uma forma de realizarmos um trabalho de ampla participação, com conteúdo cultural, religioso, etc, O nosso objetivo é para que venhamos realizar uma atividade interessante  e proveitosa para a qual muitos poderão contribuir. Ismael Gobbo


Máscara mortuária do faraó Tutancâmon
Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo


Um pouco da história
O Antigo Egito (Ismael Gobbo)
I – A Redescoberta

O Egito abrigou na antiguidade uma das mais avançadas e admiradas civilizações que a humanidade conheceu.
     Sua técnica construtiva; a curiosa grafia dos hieróglifos; a religião pautada na crença da imortalidade; as artes retratadas nos papiros, murais, sarcófagos, estátuas e jóias; as tradições; a forma de vida; os governantes; o Nilo; enfim, tudo o que diz respeito ao território dos faraós fascinou os estudiosos antigos e continua sendo objeto de reiteradas pesquisas pelos especialistas modernos, seja pelas escavações naquele território, como pelo estudo dos acervos espalhados pelo mundo nos grandes museus, galerias de arte e coleções particulares.

O grande enigma

     Durante séculos, historiadores procuraram conhecer o “modus vivendi” dos egípcios e alguns aspectos do dia a dia foram transmitidos à posteridade por testemunhas oculares. Heródoto (século V a.C),  autor da célebre legenda – “O Egito é uma dádiva do Nilo” – é o mais famoso.
     Essas informações, embora de grande valor, infelizmente não ofereceram nenhum referencial que permitisse decifrar a mais antiga escrita dos egípcios, hieróglifa, abandonada em passado remoto e que grafava os seus antigos textos.
     Com a falta de parâmetros com outras línguas antigas conhecidas, todas aquelas informações passariam á posteridade como incógnitas.
     A descoberta sempre foi um desafio aos historiadores e arqueólogos, que viam nos hieróglifos interpretados a chave do conhecimento da precisa cronologia da história dos faraós e suas dinastias; o aclaramento das concepções religiosas e informações mais completas da literatura, direito, astronomia, matemática e medicina.
     Caso contrário, as obras faraônicas, ainda que belas, continuariam mudas.
     Felizmente ao século XIX estaria reservada a resposta para tais indagações.

As Expedições Napoleônicas  

     Em 1798, Napoleão Bonaparte (1769 – 1821) empreende campanha ao Egito. Parte de Toulon, em março daquele ano, à frente de 38.000 homens conduzidos por 48 navios de guerra e 280 de transporte.
     O objetivo da expedição era acabar com o poderio inglês no Oriente, substituindo-o pela influência francesa.
     Além do aparato bélico, Napoleão impressionou por organizar uma extraordinária missão científica de 175 componentes, tendo  como uma das metas o estudo das ruínas arqueológicas.
     Fez-se acompanhar de especialistas em arqueologia, astronomia, química, física, historiadores, geógrafos e artistas.
     Tudo deveria ser registrado e, quem sabe, os mais recônditos segredos da milenar civilização seriam revelados.
     Atestando inegável interesse pela cultura egípcia, em agosto de 1798, funda, no Cairo, o Instituto do Egito, que começa a publicar os primeiros resultados dos trabalhos levados a efeito por aqueles sábios.
     Em julho de 1799, na pequena cidade de Roseta, situada na embocadura do Nilo com o Mediterrâneo, o capitão de artilharia Bouchard recebe das mãos de operários que trabalhavam na edificação de um forte um fragmento de basalto negro, medindo aproximadamente 1 metro de comprimento por 70 centímetros de largura, coberto por inscrições que denotavam três textos de grafias diferentes, separados por espaços horizontais entre si. O achado foi amplamente comemorado.
     Ainda que, de momento não pudessem  aquilatar exatamente o integral conteúdo da curiosa lápide, os especialistas não tiveram dúvidas de que se encontravam diante de um importante tesouro.
     A partir daquele instante, a batizada “Pedra de Roseta” viria aguçar ainda mais o espírito dos especialistas que, durante três décadas, sobre ela se debruçaram a fim de descobrir seus segredos e darem por inaugurada a moderna egiptologia.

Próximo artigo, dia 16-07-2012:  II - O Mestre Champollion

File:Leon Cogniet - L Expedition D Egypte Sous Les Ordres De Bonaparte.jpg
Expedição ao Egito,  sob as ordens de Napoleão Bonaparte.
Pintura por  León Cogniet. Museu do  Louvre, Paris.
Ficheiro:Jean-Léon Gérôme 003.jpg
Napoleão diante da Esfinge (Gizé, Egito). Pintura de Jean-Léon Gérôme
Esfinge e Pirâmide de Quéfren. Gizé, Egito. Foto Ismael Gobbo





Papiro da tumba do arquiteto  Kha e da sua mulher Merit. Aqui cena do Livro dos Mortos com  ambos adorando ao  deus Osíris.  De Deir El-Medina XVIII Dinastia.  Foto gentilmente cedida pelo Museu Egípcio de Turim, Itália. Acervo de  Ismael Gobbo

Rio Nilo passando pela antiga Tebas,  atual Luxor, Egito. Foto Ismael Gobbo

Esfinge de Alabastro. Mênfis (Região do Cairo), Egito. Ismael Gobbo
Ficheiro:Egito pt.svg

Mapa do Antigo Egito
Museu do Louvre, Paris. Foto Ismael Gobbo

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 19-07-2012

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