BLOG DE NOTÍCIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA.....ARAÇATUBA- SP

Atenção

"AS AFIRMAÇÕES, INFORMAÇÕES E PARECERES PUBLICADOS NESTE BLOG SÃO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DE QUEM OS ELABOROU, ASSINA E OS REMETEU PARA PUBLICAÇÃO. FICA A CRITÉRIO DO RESPONSAVEL PELO BLOG A PUBLICAÇÃO OU NÃO DAS MATÉRIAS, COMENTÁRIOS OU INFORMAÇÕES ENCAMINHADOS."

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Focalizando o Trabalhador Espírita (139) Maria Eny Rossetini Paiva


Maria Eny Rossetini Paiva


Focalizamos neste sábado a nossa companheira    de ideal Maria Eny Rossetini Paiva, educadora da cidade  de Lins, SP. Muito conhecida no meio espírita, tivemos o privilégio de  conhecê-la  desde  os  tempos  de  mocidade    espirita, quando  ainda namorava o   esposo Aylton Coimbra Paiva. Excelente oradora, Maria Eny    trabalhou  muito na  área de evangelização infantil e  juventude  espírita.  Hoje  está ao lado do marido na Casa dos Espíritas,   em Lins,e, também com ele, prosseguindo no trabalho de unificação junto à USE,  órgão do qual, Maria Eny participou  no  Departamento de Mocidade, até 1978 , ainda hoje como secretária da Regional de Bauru. Aylton participa da diretoria da USE São Paulo,  atualmente  como diretor  do   SAPSE- área de
assistência social.

Cara Maria Eny,  pode nos fazer sua autoapresentação?

Sou Maria Eny Rossetini Paiva, nome da  atual reencarnação do meu espírito,  residente em Lins, estado de São Paulo, desde que nasci em 12 de setembro de 1939, tendo presentemente 72 anos de idade. Meus pais. Moacyr Rossetini   e.  Josefina Ouvinhas Rossetini. Sou  casada com Aylton  Guido Coimbra Paiva e mãe de dois filhos,  Karen e Fabiano.

Qual a sua formação acadêmica e profissional?

Sou Pedagoga, formada na Faculdade Salesiana de Lins, hoje Universidade , mas na ocasião em 1961, Faculdade “Auxilium” de Filosofia, Ciências e Letras de Lins. Foi a primeira faculdade de Filosofia da cidade. Sou da segunda turma, portanto ela deve ter iniciado no ano de 1957. Fiz vários cursos de especialização como Administração Escolar, e Orientação Educacional, além de cursos concomitantes, como um curso de quatro anos de Filosofia, oferecido pela Faculdade, durante o próprio Curso de Pedagogia, que muito auxiliou meu conhecimento. Com 60 anos, no ano 2000, portanto, comecei um Curso de especialização na Universidade Sagrado Coração de Jesus de Bauru, em Psicopedagogia, que terminei  em 2001.
Profissionalmente comecei minha carreira de magistério aos 18 anos, lecionando Biologia para o curso de Contabilidade do Instituto Americano de Lins, instituição metodista, onde estudara no ginásio e curso de magistério e onde aprendi a pensar muito livremente. Embora estudante universitária o Inspetor Federal, proibiu após dois anos que eu lecionasse em curso de segundo grau, por não ter ainda 21 anos. Nos seis meses que me separavam da maioridade, continuei lecionando na mesma Escola, dando Cursos preparatórios e fazendo uma espécie de assistência ao catedrático de Psicologia e diretor de Cursos.
Passei depois de formada pelo magistério oficial do Estado de São Paulo, onde ocupei posteriormente os cargos de professora, diretora de ensino, aposentando como Supervisora de Ensino a nível de Sistema na então Delegacia de ensino de Lins.

De que maneira você conheceu o Espiritismo e desde quando o segue?

Conheci o Espiritismo através de uma colega de classe, na 4ª série do primeiro grau, (hoje 8ª série). Minha mãe, como todo brasileiro, sempre gostou de consultar curandeiros, médiuns  e havia muitos casos interessantes de mediunidade na família. Estava pois, acostumada aos benzimentos, previsões e fenômenos populares, que muitas vezes são importantes, e que formam nossa emoção.
Essa colega  Sulamita Leila Alfonso levou -me à Mocidade Espírita de Lins, que possuía no máximo uns quinze elementos e era dirigida pelo mentor ( assim se dizia na época), encarnado Dr. Otávio Noronha Ribeiro. Ela funcionava como departamento da União Espírita de Lins, “Deus, Cristo e Caridade”, que era um Centro Espírita.  Tinha quinze anos. A partir daí, nunca mais deixei a doutrina espírita, tomando a filosofia espírita como orientação para minha vida.
Dr. Otávio bastante conhecido no meio espírita então nos orientava, segundo sua visão tradicional e baseada em Roustaing, do qual estudávamos obra condensada.
Felizmente começamos a freqüentar as Confraternizações de Mocidades e aprendemos com outros jovens que Kardec  não aceitava Roustaing  porque ele só colheu informações de uma só médium. Descobrimos como aplicar os Critérios de Kardec, contidos na Introdução de “ O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Racionalidade dos ensinos, segundo os conhecimentos científicos e filosóficos da época e universalidade do ensino dos Espíritos. Segundo esse critério, revelações feitas por um só médium, sem o consenso de outros médiuns que não se conheçam e em diversos lugares, não podem ser consideradas “revelações confiáveis” para que façam parte do corpo da Doutrina Espírita. É uma pena que hoje, as Mocidades espíritas não enfatizem esses critérios, para analisar as publicações de médiuns, sejam eles quem for.
No entanto, quero enfatizar que Dr. Otávio, foi o meu primeiro professor de direitos humanos, porque era um advogado bastante honesto, que em 1954, já pagava salário mínimo e registrava suas empregadas domésticas, entendendo os direitos ainda não exigidos por lei.

Qual casa espirita você freqüenta presentemente?

A Casa dos Espíritas, que é o mesmo Centro Espírita em que  comecei meus estudos, em sede nova, com novo nome e novo estatuto. Sou vice presidente, tentando deixar aos poucos a diretoria, onde militei  como presidente, por quatro anos, para  dedicar meus últimos anos, aos estudos e Cursos de nossa Casa. O trabalho administrativo é muito desgastante mas, absolutamente  necessário.

Pode nos fazer uma retrospectiva de sua atuação no movimento Espírita?

A Mocidade Espírita foi minha grande mestra. Ali formei amizades, que cultivo até hoje. Os encontros, estudos muito me auxiliaram a ir me libertando ( devagar) da formação católica e ganhar a visão  universalista que todos deveriam adquirir nas Casas Espíritas.
Aos dezoito anos, fui convidada para falar em um sábado em nossa Casa Espírita. Era exigido na ocasião que os oradores, fossem oradores, fizessem oratória, com belas frases, metáforas originais e soubessem emocionar os ouvintes. Esforcei-me para atingir o modelo, que era Divaldo Franco e Jacob Holzmann Neto. Mas, por natureza, escolhi um tema que na ocasião era tabu, no movimento. Sexo á luz do Espiritismo.
Minha visão, embora avançada, era a possível para a época, e acho que devido aos assuntos polêmicos que eu escolhia e ainda abordava com exemplos muito claros e precisos, comecei a falar com convites repetidos em toda a Região e após os 21 anos por vários estados.
Poucas mulheres usavam a tribuna, pois a mulher devia ser recatada, maternal, e a oratória exige força, emoção e paixão, para não entediar os ouvintes.  Nessa época também desenvolvi mediunidade, em que milito até hoje com disciplina e persistência.
Falei em vários encontros de Mocidade, aqui, na Região que vai até Andradina e em outras Regiões.
Durante doze anos fui incumbida pelo Departamento de Mocidade da USE estadual de organizar um curso para dirigentes de Mocidades Espíritas, que tentava trabalhar as lideranças do movimento jovem, no Estado. Nesse curso estudávamos temas polêmicos, desde  a discussão sobre Espiritismo como ciência, diante dos avanços da metodologia científica e suas exigências. até o político filosófico, em uma fase em que a ditadura militar  proibia esses assuntos entre os jovens, passando por aspectos da psicologia como mecanismos de  escape, auto conhecimento,  aspecto cultural, do Espiritismo brasileiro e do movimento, sem pieguismos e religiosismos e sem medo de encarar nossa realidade.
Muito líderes atuais do movimento espírita, passaram por esse curso e fico feliz quando os vejo bastante racionais e atuantes no sentido autêntico da doutrina espírita, como libertadora de um processo de igrejificação e irracionalidade, naturais no processo de crescimento e pela mentalidade extremamente católica, mística, autoritária e acrítica, que sempre caracterizou na História os movimentos religiosos, e especialmente o Brasil.
Desde os 18 anos, fui secretária da Diretoria do Hospital Espírita Dr. A. Bezerra de Menezes”, ainda em construção e mais tarde,  fui colocada como secretária da União Municipal Espírita de Lins, onde secretariava as reuniões dos presidentes dos diferentes Centros Espíritas. Foi também uma boa escola, onde ouvi muito e sempre compreendi que o trabalho de unificação é muito difícil, e exige personalidades muito especiais, com uma liderança extremamente tolerante.
Com 19 ou 20 anos, fiz,  planejei e realizei o primeiro Curso de Espiritismo  em nossa Casa Espírita, reunindo os freqüentadores e passando algumas apostilas, feitas  datilográficamente e impressas a mão, folha a folha nos antigos mimeógrafos à tinta, por nós mesmos.
Enviei o material a Therezinha de Oliveira, de Campinas e ela gentilmente fez uma observação que me ajudou a libertação dos parâmetros católicos: Havíamos aprendido com nosso mentor, que ao princípio de racionalidade e universalidade, deveríamos acrescentar por lógica o princípio de autoridade. Exemplificando: Se o livro  fosse editado pela Federação Espírita Brasileira, e tivesse o selo da FEB, com certeza era para ser aceito. Afinal, era editado pela  “Casa Mater do Espiritismo” que trabalhava sob a égide do anjo Ismael. Da mesma forma tudo o que viesse do “homem luz” de Pedro Leopoldo ( Francisco Cândido Xavier), deveria ser aceito, sem dúvidas, pela mediunidade missionária do apóstolo do Espiritismo.
Terezinha me respondeu que havia achado interessante  os estudos, mas dizendo que ela desconhecia o princípio da autoridade  que este  não se achava em Kardec e não fazia parte dos princípios doutrinários.
Conto esse fato, porque considero esse um marco em minha vida. Graças à essa crítica  foi que comecei a entender que o princípio de autoridade não existia no Espiritismo. Mas, alguns anos se passaram ainda, até que descobrisse a diferença entre o sentimento de religiosidade baseado no autoritarismo (autoridades, papas, livros sagrados, rituais, médiuns, autoridades presidentes, etc) e a religiosidade baseada no humanismo ou seja, no sentimento de respeito aos direitos humanos e à diversidade e no conhecimento de que não há verdades absolutas. Uma pena que hoje as pessoas ainda precisem se apoiar em outros para viver, ter segurança , sejam médiuns,dirigentes, padres, pastores, aiatolás, monges, mestres e não consigam sentir ainda a beleza da liberdade e da dúvida!
Quando já estava com quase 60 anos, Adalgiza Balieiro, convidou-me para auxiliá-la a montar um Curso para Educadores Espíritas a ser dado pela USE. Caprichamos e durante um ano, a cada dois ou três meses, reunimo-nos com educadores espíritas em Valinhos  cumprindo em encontros de dois dias e meio, em Hotel ( com apoio generoso da USE Campinas),  extensa programação, tendo os participantes levado tarefas para Casa e voltado para trocar experiências, ouvir retro- informações sobre suas respostas, que eram tabuladas por mim e ouvir vários convidados. Isso foi em 1998, 2000 e foi uma experiência inesquecível. Desses encontros, nasceu por sugestão de Adalgiza, o Livro Asas para o Infinito, em que condensamos nossa parte nesses estudos.
Participei como convidada de muitos Encontros e de vários Congressos Espíritas da USE, até o ano de  2005 em Campinas.

De todas essas etapas de vida espirita quais os momentos que mais a marcaram?

O evento que mais me marcou ter sido escolhida pelos jovens para dirigir estudos da XXIV Comenoesp de Lins. Na ocasião os jovens estavam estudando em cada Confraternização uma obra de Kardec. Já havia feito vários estudos, mas iríamos estudar A Gênese. Tudo foi diferente e inesquecível. Além disso, o grupo de mais ou menos 40 jovens ainda estudou por dois anos, mantendo-se como monitores até assumirem outras funções. Esses três anos, com eles, em encontros a cada três meses em que eles liam, cumpriam tarefas de análise dirigida de livros, mostraram-me um imenso crescimento e me auxiliaram a aprender com eles e crescer também em conhecimento, convivência e compreensão.

E os amigos que participaram desses momentos?

Nos estudos de Mocidades, ficaram presentes, todas as lideranças da região, por quem tenho imenso carinho. Mas, não poderia me esquecer em especial no estudo de A Gênese de Rui Assis Brasil, então presidente da Mocidade Espírita de Lins, e Nelson Navas, que muito me auxiliaram com esse trabalho e também nessa época e posteriormente Omar e Amir Zina, que me  assessoravam e  especialmente Omar, que tabulava os estudos dos quarenta jovens, enviava-me os resultados, para que na reunião seguinte eu verificasse os acertos e erros, ( e as questões não eram fáceis), comentando com os monitores.
Durante os doze anos em que durante uma semana, vivíamos e estudávamos Espiritismo, no curso para Dirigentes de Mocidades, todos os muitos monitores e auxiliares foram meus companheiros dedicados e estudiosos, com os quais muito aprendi. Destaco, por motivos emocionais: meu irmão do coração, Orlando Ayrton de Toledo de Araçatuba  que na ocasião, falava o difícil tema Espiritismo e ciência, Israel Antonio Alfonso, querido companheiro, cuja liderança na ocasião,  no movimento jovem, era reconhecida. Todos nós monitorávamos grupos de oito a dez jovens. E ainda meu  amigo de todas as horas Almir Del Prette,  que substituiu Orlando Ayrton de Toledo, quando ele não pode mais nos auxiliar e que  já era nosso monitor de grupos.
Foi uma luta difícil, em que me auxiliaram todos os que receberam o Curso nas cidades com uma infra estrutura que hospedava 40 a 60 jovens do estado, com alimentação, e todo o necessário por oito dias. Trabalhávamos 9 a 12 horas por dia. O Curso  sofria uma perseguição espiritual dos que não querem a racionalidade e o espírito crítico, encarnados  ou  desencarnados, com fatos incríveis, mas conseguimos cumprir esse ciclo abençoado para nós. Agradeço a meu esposo, que colaborou  a partir de 1969 quando nos casamos, tendo inclusive me substituído na direção de dois  Cursos  quando por problema de doenças nos filhos e uma gravidez difícil  não pude comparecer. Todos os que me ajudaram e monitoraram os grupos de 8 a 10 jovens no máximo, são pessoas pelas quais tenho imensa gratidão e que muito me ensinaram com suas observações e críticas.   Abel Glaser, diretor do Departamento de Mocidade da USE, sempre nos deu o maior apoio, tendo comparecido nos cursos em  todos os anos em que trabalhamos.
Não poderia esquecer  de citar, que essa época  de 12 anos,  se iniciou graças ao  apoio especial do atual presidente da USE José Luis Antonio Balieiro, que nos possibilitou  os recursos financeiros entregando-nos a sobra de Caixa da 1ª COMJESP, o primeiro encontro estadual de Mocidades Espíritas do Estado, quando ele por sua liderança, e por sua capacidade de organização reuniu em Ribeirão Preto,  mais de mil jovens todos hospedados em Casas de famílias.

Quais os livros de sua autoria espíritas e não espíritas?

Temos quatro livros infantis editados pela EME: A bruxa que era Bela; A nuvem que não chovia; Menino Iluminante X Dragão Fumegante; A Princesa do Nariz de Lingüiça. Todos eles podem  ser e tem sido usados por escolas comuns porque visam educar a emoção e o sentimento das crianças. Possuem orientações no final das histórias, para educadores e pais, ensinando a utilizar convenientemente o texto para realmente atingir a emoção dos pequenos.  Tenho várias obras publicadas em conjunto, com outros autores, das quais citarei apenas duas Novos Rumos para a Sociedade, editada pela USE  e  SOBREVIVER , o primeiro livro espírita  sobre Espiritismo e Ecologia, publicado, como resultado de um grupo de estudiosos que se reunia em Lins e Guaimbê, durante dois anos a cada três meses.
Sobre Espiritismo, educação, moral e ecologia temos Asas para o Infinito  (também editada pela EME), que cito anteriormente. Mostro nesse livro o que o Espiritismo veio de fato revelar. O Espiritismo não revelou a imortalidade da alma, Deus, a comunicabilidade, a reencarnação. Isso  já era conhecidos desde a Antiguidade. A revelação espírita veio revolucionar toda a Filosofia, e abrir novas perspectivas à Ciência,  revelando a dialética do espírito e sua interação com a matéria, e outras  coisas, inclusive sobre instinto, paixão, evolução,  totalmente novas e até hoje  ignoradas pela maioria dos estudiosos espíritas.   


Você acha que nosso movimento espírita vai bem ou enxerga situações que mereçam cuidado?

1)Enxergo que o movimento cresce e como todo movimento que cresce vai trazendo as adaptações ao pensamento e sentimento, que constituem nossa cultura e a permeiam como um caldo cultural. É uma pena que não estudemos em nossas Mocidades e Centros, Herculano Pires. Os livros dele Revisão do Cristianismo, Agonia das Religiões e O Reino, deveriam ser leitura constante, entre os espíritas e nos cursos de Espiritismo, além do importante O Espírito e o Tempo. Continuamos muito apegados à tradição católica romana, ( desde o princípio de autoridade, com médiuns indiscutidos e indiscutíveis, pelas provas dos fenômenos que intermediam), até a mitificação ou santificação  de trabalhadores e médiuns. Vejo, que se não conseguirmos corrigir essa tendência natural, poderemos nos transformar em uma religião de médiuns, e cairemos nas crendice, nas revelações sistemáticas, nas revelações inverificáveis,na mitificação e santificação de pessoas. Veja a advertência de Kardec em O  Evangelho Segundo o Espiritismo,  ( Introdução, pag 11, § 2° e seguintes).
2) As revelações personalistas pululam e se analisadas  com racionalidade, não apenas contrariam as obras básicas, como restauram noções de inferno medieval com espíritos em locais tenebrosos, iniciando o processo de  “demonização”, soltando inclusive cheiro de enxofre pelas narinas.
Infiltram-se também doutrinas orientalistas, “revivendo e retomando velhas noções hinduístas, rosacruzianistas, esoteristas,” que Kardec, conhecia e rejeitou, porque os espíritos que o assessoravam não  tomaram por base tais noções e componentes das religiões orientalistas. Ao contrário, o Espiritismo é uma Nova Revelação, que contraria e revoluciona, tudo o que existia e estabelece novas visões religiosas. A idéia de milenarismo, típica das religiões antigas, permeou a Doutrina na década de 50 e atualmente  foi retomada com ênfase nas comunicações de espíritos, ( por médiuns que se conhecem e até são amigos, o que invalida o princípio de universalidade).
Embora o próprio Chico esclarecesse que temos um milênio para trabalharmos o novo mundo de Regeneração, insistimos na idéia de “fim de mundo”, de sofrimento coletivo intenso, de alterações de eixo da Terra, de invasão de planetas e morte de até dois terços da humanidade. Até parece que gostamos de ver os outros “serem castigados”, sofrerem, enquanto nós, nos esforçamos para sermos os “eleitos” e aqui ficarmos para o mundo melhor.  Acho tudo isso muito semelhante ao Juízo Final das religiões em geral.

O que fazer então?

Sinceramente o processo de esclarecimento e a retomada da visão Kardecista, de uma religião racional, está se tornando cada vez mais complicado. Quem conhece hoje o Capítulo XVIII de A gênese e faz estudos sobre os conceitos ali desenvolvidos e que são indispensáveis para compreender as fases naturais de transição do planeta ?
Tentamos fazer uma retomada dos Critérios de Kardec,  com um trabalho direto e simples, encaminhando aos líderes de nosso conhecimento uma série de slides, falando dos critérios kardecistas, como podem ser retomados, e deixando claro, que mesmo nossos médiuns missionários, não estão acima deles. Observamos  que esses conceitos por abalarem as “certezas absolutas em médiuns seguros e confiáveis”, por nos mostrarem como os critérios de Kardec, podem ser aplicados ainda hoje, mesmo em um mundo interligado pela internet, por levarem a auto- crítica de nossas condutas e da nossa falta de racionalidade, são ignorados e ninguém quer ensiná-los ao povo. Líderes há que me disseram que ainda não é o momento, temerosos perderem “seguidores” ao confrontá-los com o racional e o científico. Quem quiser receber esses slides em seu e- mail, favor solicitar  no e- mail acima que enviarei.
Não sei o que possamos fazer, a não ser insistir em levar principalmente às lideranças e especialmente as lideranças juvenis Kardec. Não apenas falar e escrever, como estou fazendo, mas ensinando-os a aplicar esses critérios na análise de revelações e colocações de espíritos, de livros de estudo, em mensagens de diferentes médiuns.   Exercícios de análise prática e não apenas  discursos. Ninguém desenvolve espírito crítico e de análise sem exercitá-los  e sem que alguém o auxilie mostrando o que é uma crítica construtiva.
Isso exige uma compreensão das obras básicas e um estudo comparativo de onde elas alteram os conceitos religiosos vigentes. Por exemplo, ao estudar o Evangelho Segundo o Espiritismo, seria preciso verificar como os conceitos  de perdão, de crítica, de humildade, de divórcio, ali contidos, são totalmente diferentes dos conceitos que aprendemos em outras religiões e outros autores espíritas ou não.  Sem esse estudo comparativo, fica difícil, porque passam desapercebidas essas diferenças. Nossa emoção foi formada por conceitos morais católicos, evangélicos e orientalistas,  que na maioria das vezes são incompletos, errôneos e nos induzem a uma submissão degradante que não nos beneficia, nem àqueles com os quais convivemos.
Penso que o próprio processo da educação no Brasil,  que precisa mudar, para que o país se desenvolva, poderá auxiliar.  Criando mentalidades mais racionais e enfatizando o pensamento científico, as escolas, estarão formando crianças e jovens, que saberão analisar criticamente, ler textos e interpretá-los com clareza.  Essa geração terá condições de analisar práticas, comunicações e idéias, nas casas espíritas, enxergando com clareza a mitificação de lideranças e do poder mediúnico. Mas, enquanto esperamos essa geração mais educada racionalmente, deveríamos divulgar ao máximo as análises e as críticas necessárias à nossa preservação como crença racional, embasada em fatos científicos e com conseqüências morais como queria Allan Kardec.
Se não o fizermos, a história nos julgará. E não seremos absolvidos.

Algo mais que queira acrescentar?

Acho que já disse tudo o que queria dizer. Coloco-me à disposição dos que pretendam divulgar idéias como as que aqui colocamos para enviar-lhes artigos, estudos e outras coisas que possam auxiliar seu trabalho.

Suas despedidas aos nossos leitores

Sou imensamente grata a todos os que tiveram a paciência de ler esses comentários até o final. Deus os abençoe. Sou-lhes devedora. Jesus os inspire. Um grande e fraterno abraço. Paz e alegria a todos.


Maria Eny de ósculos escuros à frente em um dos doze  Encontro de Dirigentes de Mocidades do Estado de SP

Maria Eny ladeada pelo grande líder espírita de Cambé, PR, Hugo Gonçalves (Paizinho) e Almir Del Prette. Palestras por Maria Eny no Paraná no ano de 1968


Maria Eny, de costas em um dos muitos c ursos para professores da rede pública que ministrou ou participou

                              
Maria Eny aos 27 anos falando na .Federação Espírita do Estado de São Paulo, (Semana Espírita do Estado de São Paulo,) realizado no mês de julho de 1967. De cabelos brancos o saudoso e inesquecível Carlos Jordão da Silva, presidente da USE.

Curso de Dirigenes em Taubaté, SP, no ano de 1994
Maria Eny de roupa estampada e óculos escuro

Os recém casados Maria Eny e Aylton.
XIV COMENOESP. Santo Anastacio, SP, 1970. Ela está grávida de 3 meses de Karen.


AYLTON PAIVA AO LADO DA ESPOSA MARIA ENY QUE ACOLITA  FABIANO TENDO A FILHA KAREN AO LADO . CURSO DE DIRIGENTES, ARAÇATUBA, SP

Maria Eny Rossetini Paiva com a filha Karen
 e o filho Fabiano, no ano de 1982


I Congresso Espírita Internacional, Brasília, DF
A partir da esquerda: Daisy Steagal, Aylton Paiva, José antonio Luiz Balieiro, Maria Eny e Adalgiza Balieiro

Maria Eny Rossetini Paiva com o Marido Aylton Paiva


Maria Eny e o marido Aylton Paiva no 3º.  Congresso Estadual de Espiritismo da USE/SP realizado em Bauru, SP  

Maria Eny com o marido Aylton Paiva em Serra Negra, Congresso da USE SP ( 2009)

OBS: AS FOTOS DESTA ENTREVISTA SÓ PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO ENTREVISTADO.











Notícias do movimento espírita enviadas no dia 30/04/2012
clique abaixo

http://noticiasespiritas.com.br/2012/ABRIL/30-04-2012.htm