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domingo, 4 de março de 2012

Focalizando o Trabalhador Espírita (131) Francisco Aranda Gabilan

Francisco Aranda Gabilan


Caro companheiro de ideal Francisco Gabilan, pode nos fazer sua auto-apresentação?

Sou nascido na Capital de São Paulo, em 1942. Filho de imigrantes espanhóis, que vieram para o Brasil no princípio do século passado. Tanto como meu irmão -- que é advogado da Ambev, onde trabalha há mais de cinco décadas -- somos os primeiros formados em curso superior da família. Fiz o curso primário em escola municipal da Vila Esperança, bairro da Penha, capital, depois o ginásio em colégio interno por decisão pessoal, em razão de sérias dificuldades financeiras da humilde família; cursei o Clássico (hoje curso médio) no Colégio Anglo-Latino, com bolsa concedida pela Fundação Antônio e Helena Zerrenner (controladora da Cia. Antarctica Paulista), onde trabalhei por diversos anos, inclusive no Departamento de Assistência Judiciária.

Sou pai de cinco filhos (três mulheres e dois homens), com sete netos, todos, como eu, residentes, estudando ou trabalhando na Capital, e também todos de algum modo professando a Doutrina Espírita.

Resido atualmente em Santana de Parnaíba/SP e mantenho escritório na região da Av. Paulista, em São Paulo.

Qual sua formação acadêmica e profissional?

Exerço a advocacia liberal, desde 1968, formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco); dedicado exclusivamente à área do Direito comercial e empresarial.

Como conheceu o Espiritismo e desde quando o frequenta?

Sou filho de ventre espírita, pois mamãe era (e por certo continua sendo no Mundo das Causas) médium de cura, vidente desde adolescente; trabalhou a vida toda com médicos da equipe do Dr. Bezerra de Menezes, mais especificamente tratando e curando problemas de coluna. Até mesmo alguns hospitais e médicos enviavam pacientes à casa dela, carregados em macas para receberem os tratamentos espirituais devidos - tudo sem uso de instrumentação ou técnicas invasivas. Resultado: milhares de pessoas atendidas e centenas curadas definitivamente.

Desse modo, frequentei muitas Casas Espíritas acompanhando mamãe, desde criança. Porém, frequentar como aluno e, depois, como trabalhador na seara espírita (professor, palestrante, divulgador ), isso deu a partir dos meus 18 anos.

A que casa espirita está vinculado presentemente?

Não estou vinculado especifica e permanentemente a nenhuma Casa Espírita, porquanto faço palestras e dou aulas em centenas delas em todo o Estado e até mesmo algumas fora dele. Porém, há algumas Casas em que tenho uma frequência maior em razão da ligação de anos e dos trabalhos nelas desenvolvidos, como: O Semeador, de Alphaville (Santana de Parnaíba), o Luz Divina, também de Santana de Parnaíba, o Núcleo Espírita Segue a Jesus, no bairro da Casa Verde, na Capital, Sociedade Fraterna de Estudos Espíritas, de Pirituba, SP. Fiquei ligado por 31 anos às atividades da FEESP-Federação Espírita do Estado de São Paulo, tanto na área de ensino, quanto na área da assistência espiritual e também na área federativa, onde também fui membro do Conselho Deliberativo, eleito por nove anos. Fui, durante alguns anos e tempos atrás, também professor e dirigente de turmas de Aprendizes do Evangelho e Educação Mediúnica do Centro Espírita Nosso Lar/Casas André Luiz. Do mesmo modo, na Coligação Espírita Progressista.

No âmbito da assistência social, sou dirigente de um orfanato de origem e direção espírita no Bairro da Casa Verde (Casa Jesus, Amor e Caridade-Larzinho), bem assim conselheiro de um asilo no Horto Florestal (Casa Luz do Caminho), além de conselheiro de uma entidade assistencial de animais em Santana de Parnaíba (Projeto S.Au.S.-Proteção Animal)

Pode nos fazer uma retrospectiva de sua atuação no movimento espirita durante esses Anos?

Acho que, de certo modo, já respondi acima um pouco dessa trajetória. Mas, para que os amigos tenham uma ideia pouco mais aproximada da minha atividade no meio espírita, dou alguns dados: em 2011, fiz 143 palestras e aulas, participando de alguns simpósios; em 2010, tive 128 eventos; e, assim, por diante nos anos anteriores.

Como trabalho constante, ministro há 17 anos um Curso Intensivo de Oratória, em um dos semestres do ano, e, no outro, ministro um Curso sobre A Gênese. Tenho a satisfação de ter encaminhado centenas de palestrantes, hoje ativos e que indico para as Casas Espíritas.

Escrevo em diversas revistas, em especial na “Espiritismo e Ciência”, vários jornais e sites de Casas Espíritas.

Tenho centenas de artigos postados em meu site doutrinário (www.infoespirito.com.br), onde procuro abordar temas filosóficos, científicos e evangélicos à luz da Doutrina dos Espíritos.

Durante mais de quinze anos, fui à Uberaba, ao menos cinco vezes por ano, sempre acompanhado de vários confrades muito queridos, tais como “Seu” Gonçalves da Casa Transitória e Diretor da FEESP, Samuel Angarita, Alfredo Nahas, Osvaldo Sarno, Osvaldo Le Fosse, Umberto Fabbri, D. Yolanda César e muitos outros. Muitas das vezes estivemos até de madrugada na casa de Chico Xavier, a maioria das vezes palestrando no Grupo Espírita da Prece e ao pé do famoso abacateiro, fazendo distribuição de alimentos etc. Outras vezes, estivemos com a querida médium Antusa, em sua casa, e também com os irmãos médiuns Pedro e Paulo, todos de Uberaba... As fotos adiante falam desses eventos.

E na AJE Associação Jurídico Espírita?

Há exatos 4 anos atrás fui informado e convidado pelo Promotor de Justiça Tiago Essado e pelo advogado de Franca Rogério Castro a participar de um encontro em que se propunham expor a ideia de criar uma Associação que congregasse os operadores do Direito em geral. Depois de algumas reuniões, novos contatos com promotores de justiça, juízes, delegados, escrivães, procuradores e também universitários cursando Direito, acabamos por fundar a AJE-SP – Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Paulo. A Associação tem crescido e já está notabilizada no meio jurídico e espírita nacional por sua atuação derivada dos seus objetivos e o propósito de promover o estudo e a divulgação da Doutrina Espírita, fundada nas obras de Allan Kardec, mediante a análise e discussão de questões sócio-jurídicas, no movimento espírita e nas instituições sociais. Estamos no segundo mandato consecutivo, sendo que o Tiago é o Presidente da entidade e o Rogério diretor financeiro. Lá sou coordenador do Conselho Deliberativo desde sua criação.

Qual sua visão sobre a descriminalização do aborto?

Sou espírita e sou humanista, logo, sou pela vida, radical e frontalmente contrário à descriminalização do aborto. O aborto não será uma saída, mas a sua erradicação está vinculada exatamente à melhoria das condições sociais e, sobretudo, à educação, tão relegada a planos inferiores em nosso País.

E da Maconha?

Tenho dito que o medo que as pessoas têm de que o mundo “acabará” em fogo, água e destruições em geral, não procede; a humanidade vai se destruindo aos poucos – em especial a juventude - como refém e escravo das drogas, que começa pelo uso da maconha e, a seguir, dá um passo rápido para outras mais gravosas, todas, absolutamente todas, causando dependência ruinosa, física, mental, social e espiritualmente. Logo, não só sou contra a descriminalização das drogas, como luto pela sua erradicação.

Acha que existe criminoso irrecuperável?

Como espírita, sabemos que não existe Ser irrecuperável. Embora sejam insidiosos os reflexos de encarnações anteriores, todas as Criaturas têm a oportunidade de repensar suas atitudes e de se regenerar, reeducar, merecendo, é claro, a oportunidade de alcançar esse objetivo. A Doutrina Espírita tem um histórico de força e eficácia incríveis nesse campo da regeneração de pessoas, sem incutir qualquer medo, castigo ou ameaças, mas esclarecendo sobre os efeitos imediatos e remotos futuros.

Aproveito para acrescentar que, durante anos, fui expositor de diversos cursos, seminários e palestras espíritas para presidiários no Presidio Militar Romão Gomes, bem assim na antiga Penitenciária, ambas na Capital, visando exatamente a conscientização dos apenados para a possibilidade de recuperação social. Tive igual trabalho, em diversas oportunidades, no centro de formação de soldados da Polícia Militar, procurando uma conscientização de como propiciar a regeneração de eventuais indiciados na atividade repressiva policial.

Acha que ser Espírita ajuda no exercício da advocacia?

Muito! As noções do justo e do injusto, as noções de ética e de moral pregadas e ensinadas pelos Espíritos freiam as ações que poderiam resultar ruinosas para os clientes e até mesmo para as partes adversárias. O estudo das Causas e dos Efeitos de todas as vicissitudes humanas dão uma visão ponderada ao advogado que o fazem conduzir os conflitos humanos com sobriedade, respeito e com soluções equilibradas e de proveito para todos os envolvidos, na busca constante de conciliação, evitando ao máximo o estabelecimento de conflitos e embates judiciais intermináveis e, muita vez, com resultados nada expressivos para os interessados O advogado espírita, consciente disso, não induz nem pratica atos contrários à moral e aos costumes cristãos.

Tem algum livro escrito?

Sou autor de algumas obras de cunho espírita: “Entre o Pecado e a Evolução”, “Macho e Fêmea Etc.”, “É Possível Prever o Futuro? A Doutrina Espírita Responde”, “Distúrbios da Sexualidade”, e, mais dois outros em co-autoria: “Curso Para Expositores na Sociedade Espírita” e, mais recentemente, “Direito e Espiritismo”, este envolvendo temas atuais e legais da sociedade humana sob a ótica espírita.

Algo mais que queira acrescentar?

R: Afinal e por outro lado, viajo muito profissionalmente e aproveito todas essas viagens profissionais pelo País para ir a alguma Casa Espírita da respectiva cidade para algum evento em que eu possa divulgar a Doutrina. Nesse contexto, tenho tido a satisfação de ter palestrado para associações de juízes, desembargadores, médicos, delegados, além, de, é claro, em inúmeras Secções da Ordem dos Advogados.

A sua mensagem final aos nossos leitores.

Tento seguir a recomendação do amorável Emmanuel quando nos aclara que o maior trabalho que podemos fazer pelo Espiritismo e, em suma, pela humanidade, é divulgá-lo, porquanto estaremos desse modo abrindo os horizontes da mente humana para a mais ampla racionalidade e do bom-senso, alentando os corações desesperançados, soerguendo caídos e oprimidos, aclarando os indecisos e descrentes, sob a égide do uso da lógica e da razão, sempre escudados nos princípios morais preconizados pelo Cristo.


Francisco Gabilan em fotos da infância

Francisco Gabilan com a familia

Francisco Gabilan participando dos trabalhos de Chico Xavier

Francisco Gabilan em palestras no movimento espírita

OBS: AS FOTOS DESTA ENTREVISTA SÓ PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO ENTREVISTADO.