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sábado, 14 de janeiro de 2012

Focalizando o Trabalhador Espírita (122) Martha Rios Guimarães

Martha Rios Guimarães (Marthinha)

Nossa entrevistada deste sábado é com a jornalista, escritora e educadora espírita Martha Rios Guimarães, diretora do Departamento de Infância da USE- União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Marthinha, como é conhecida no meio espírita, se dedica intensamente ao trabalho de educação infanto-juvenil, seja no departamento que dirige na USE como no Centro Espírita Gabriel Ferreira da qual é uma das trabalhadoras. Recentemente lançou seu primeiro livro: “Comece pelo Comecinho”, uma espécie de manual que ajuda na implantação e/ou desenvolvimento dos trabalhos de educação espírita. Esta entrevista não deixa de ser um alerta aos dirigentes espíritas para que dêem o valor devido a esta atividade que se inscreve entre as principais, senão a principal, dentre todas aquelas a que uma Casa Espírita se propõe.

Martinha, por favor faça-nos sua autoapresentação.

Sou de São Paulo, capital, cidade que amo e me identifico. Amo o trabalho (profissional e espírita), estar com os que amo e sinto-me bem ao constatar que, dentro de minhas limitações, posso dar minha cota de colaboração para um mundo melhor. No meu caso, o Espiritismo é meu canal para isso.

Qual a sua formação acadêmica e profissional?

Sou formada e pós graduada em Comunicação Social (Relações Públicas e Jornalismo) e atuo profissionalmente nesta área.

Como você conheceu o Espiritismo e desde quando o freqüenta?
Nasci em família católica que, posteriormente, migrou pra o Presbiterianismo. Desde muito novinha tinha dúvidas e buscava respostas que pudessem satisfazê-la. Depois de muitas tentativas, um dia cheguei a um Centro Espírita, ouvi o Evangelho e me senti tão bem no local que resolvi voltar na outra semana. Eles faziam uma reunião mediúnica em paralelo com a pública e no meio da palestra uma trabalhadora me pediu que a acompanhasse porque o mentor da Casa queria falar comigo. Fui até a reunião mediúnica e o Espírito disse que eu tinha compromisso com a Doutrina Espírita e um bonito trabalho a realizar (em uma instituição perto de minha casa). Me deram o telefone da USE-SP e lá obtive o endereço de Casas Espíritas da USE Vila Maria, onde encontrei aquela em que estou (desde a década de 80).

A que casa espirita esta vinculada presentemente?

Centro Espírita Gabriel Ferreira, localizado na Rua Kaneda, 474 – Vila Maria - São Paulo/SP e membro da USE desde a década de 50. Foi a primeira Casa que me vinculei e estou até hoje,

Pode nos sintetizar a sua participação no movimento espirita durante esses anos?

Minha porta de entrada para o Espiritismo foi a do trabalho com infância e mocidade espírita, porém, com o tempo, passei a atuar em outros setores (comunicação, orientação doutrinária, administração e organização do centro espírita, etc.). Mas, em relação ao trabalho de Educação Espírita Infanto-Juvenil, defendo uma atividade totalmente pautada na base doutrinária segundo Allan Kardec. A meu ver, trabalhar apenas com a parte moral-religiosa do Espiritismo é deixar de oferecer ao Educando informações essenciais para sua caminhada nessa existência. Além do mais, ao contrário do que muitos pensam e alegam, a criança tem total capacidade de entender os ensinamentos espíritas, desde que os Educadores utilizem ferramentas e linguagem adequadas a cada faixa etária. No Gabi trabalhamos com crianças de todas as idades, sendo que a partir de 4 anos elas começam a seguir um programa baseado em O Livro dos Espíritos (obviamente, excluindo as questões pertinentes mais aos adultos, que as crianças estudarão mais tarde). Trabalhamos em equipe, com rodízio constante entre os educadores e mensalmente elaboramos em conjunto as aulas do mês seguinte (evitando imprevistos) e avaliamos – também em conjunto – as aulas ministradas. Tudo isso visando a melhoria e, acima de tudo, o cuidado de adequar o conteúdo doutrinário ao dia-a-dia de nossas crianças e jovens. Também os estimulamos a participarem das atividades da casa e a dar ideias de melhorias.

Quais os livros de sua autoria espirita e não espirita?


Não espíritas, tenho publicados poemas e contos em sistema coletivo, isto é, vários autores se reúnem e publicam uma obra sobre um tema específico. Já Espírita, acabei de lançar o “Comece pelo Comecinho”, meu primeiro “filhinho” literário.

Fale-nos sobre o “Comece pelo Comecinho”, livro que foi lançado em 2011.

O livro é uma espécie de manual para implantação (ou aprimoramento) da atividade de Educação Espírita Infantojuvenil (até há pouco tempo chamada de Evangelização). E baseia-se em minha experiência de quase duas décadas de atividade neste setor, focalizando experiências práticas e de fácil assimilação e aplicação. Tenho tido um retorno muito positivo dos leitores que têm se manifestado com mensagens carinhosas de apoio e com a informação de que a obra, de fato, cumpre o papel a que se propôs. Como o objetivo era ajudar, de alguma forma, os tarefeiros desta área estou muito feliz com os resultados obtidos até aqui.
A obra fala sobre os objetivos e os participantes do processo educativo na Casa Espírita, ensina como planejar a área e as aulas, como colocar Kardec ao alcance dos menores, como selecionar corretamente os recursos didáticos, enfatiza a necessidade de integrar o setor na estrutura geral da instituição (tirando-o do isolamento, comum na maioria delas), enfim, como estruturar o trabalho.

Como o livro pode ser adquirido?


No CE Gabriel Ferreira, na USE São Paulo (11-2950.6554) ou podemos enviar pelo correio (para isso, pode ser usado o e-mail marthinharg@yahoo.com.br). O valor é acessível (R$ 20,90/exemplar, com acréscimo de R$ 5,65 para envio via correio) sendo destinado às atividades de Educação do Gabi.

E o departamento de evangelização da USE/SP como anda?


O Departamento de Educação Espírita da Infância da USE tem à frente a mesma equipe do CE Gabriel Ferreira, ou seja, nossos cursos, oficinas, encontros e demais atividades têm como base o conteúdo do livro. Nosso trabalho baseia-se na troca de experiências e, acima de tudo, fazer com que o trabalhador entenda que a base é a mesma (Kardec), mas os detalhes mudam conforme o perfil de cada público. Como ninguém conhece melhor os Educandos do que os Educadores, a proposta é mostrar-lhes como desenvolver um trabalho específico para a turma com que convive. Os resultados são fantásticos! Temos a grata satisfação de fazer amigos entre os participantes de nossas iniciativas e eles dão sempre retorno do que estão fazendo com as experiências obtidas conosco e, acima de tudo, demonstram que o trabalho vai se solidificando. É muito bom!

Alguma participação especial do departamento no Congresso a ser realizado em Franca?

Sim, estaremos presentes com a Oficina voltada para o Educador Espírita. O tema será “Inclusão: uma forma de solidariedade”, abordando a forma indicada de receber os que possuem necessidades especiais (um dos capítulos do livro citado) e como incluir o setor na estrutura do Centro Espírita. Além disso, claro, vamos dialogar com os presentes, trocar experiências.

Na sua opinião a Evangelização Infantil tem recebido a atenção devida nas casas espíritas?


Infelizmente, é uma das áreas menos valorizadas dentro das Casas Espíritas. Há que se entender que trata-se de um trabalho tão importante quanto os demais das Casas Espíritas, porém, muito mais estratégico, haja vista que – se bem feito – auxiliará na formação de pessoas mais esclarecidas e aptas a conviver dentro da sociedade. Isso sem contar que pode formar novas lideranças (temos no Gabi uma Diretoria Junior que participa ativamente das atividades da casa e dão sugestões de melhorias, com resultados excepcionais).
De maneira geral, as Casas iniciam a atividade quando começam a chegar crianças e “atrapalhar” as reuniões dos adultos. Geralmente colocam à frente do trabalho pessoas que gostem de crianças, esquecendo que este não é o único requisito. Precisamos de pessoas que conheçam a Doutrina Espírita, segundo Kardec, que saibam trabalhar em equipe e identifiquem-se com a tarefa. Caso contrário, estaremos realizando recreação, bem diferente de Educação Espírita Infantojuvenil.
Material didático, na minha opinião, não é o maior problema porque, como demonstro no livro, o Educador consegue elaborar um material específico para sua turma, usando criatividade e o trabalho em equipe.

Qual a solução?


Conscientizarmo-nos que receber bem os menores e colocar o conteúdo doutrinário ao alcance dos mesmos não é favor, mas dever de toda Casa Espírita. Trabalhar em conjunto porque a atividade envolve Educadores e Educandos, mas sem a participação efetiva dos Dirigentes (e público da instituição) e dos pais, é muito difícil atingir resultados expressivos. Finalmente, termos pessoas que abracem a tarefa de Educar com amor, dedicação e responsabilidade, cientes de que o sucesso da empreitada depende do grau de comprometimento que doarmos à causa.

Pelas USES intermunicipais ou regionais?


Os órgãos da USE devem estar cientes que possuem material (e elementos humanos) e uma proposta de trabalho no setor de extrema qualidade e de fácil aplicação. Basta que nos procurem para que, juntos, possamos buscar as soluções e a qualidade que o trabalho merece.

A Internet vem sendo utilizada no trabalho da evangelização?

Sim, vem sendo muito bem utilizada. Nosso departamento, por exemplo, possui um curso à distância, com o mesmo conteúdo do presencial, porém os módulos são enviados por e-mail e o participante, devolvem suas reflexões, recebendo o próximo módulo e assim sucessivamente. Já ministramos várias turmas desta forma, com resultados extremamente satisfatórios, para interessados do interior de São Paulo, outros estados e até mesmo Educadores de outros países. Estamos, ainda, providenciando uma atualização no site do Gabi (www.cegabrielferreira.org.br), onde será possível obter informações sobre o setor (deve estar pronto em fevereiro de 2012).

Algo mais que queira acrescentar?


Gostaria de lembrar que qualidade não se mede por quantidade. Não importa quantos Educandos tenha na turma, nosso dever é recebê-los com carinho, oferecendo o que de melhor pudermos.

Suas palavras finais aos nossos leitores.


Agradeço a oportunidade de falar de um tema normalmente esquecido, mas de extrema importância. Agradeço, ainda, o carinho com que o meio espírita vem recebendo o “Comece pelo Comecinho” e o apoio dos irmãos queridos que me acolheram no movimento espírita e colaboram para o meu aprendizado.


Martha Rios Guimarães visitando o túmulo de Allan Kardec no Cemitério Pére Lachaise, Paris, França

Martha Rios Guimarães com o namorado Álvaro na Praça da Concórdia em Paris, França

Martha Rios Guimarães aos 3 anos

Marta R. Guimarães aos 7 anos

Marthinha com o namorado e a sobrinha mais nova, Rebeca

Marthinha com os sobrinhos Pedro, Juliana, Felipe e Henrique

Evento no Gabi: Marthinha e o casal Bíades e Marisa (irmã), ambos da USE Sorocaba.

Alunos do Gabi em um dos seus eventos

Martinha e Antonio Carlos Amorim durante encontro da Use Regional São Paulo

Público presente em um dos cursos da USE

Mutirão de jovens, em trabalho no Gabi

Marthinha com equipe do Bazar Beneficente do C.E. Gabriel Ferreira


Almoço na Feiculte – Feira Cultural Espírita da

USE Vila Maria



Marthinha no lançamento do livro

Comece pelo Comecinho de sua autoria


Marthinha na sessão de autógrafos de seu livro “Comece pelo Comecinho”

Educadores e jovens do C.E. Gabriel Ferreira em passeio à Serra da Cantareira, São Paulo, SP


OBS: AS FOTOS DESTA ENTREVISTA SÓ PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO ENTREVISTADO.

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 14-01-2012

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