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domingo, 28 de outubro de 2012

Pela preservação da boa prática do Espiritismo


Ismael Gobbo
Araçatuba, SP

Quando se fala em respeitar as crenças e as diversas orientações doutrinárias existentes, por sinal inumeráveis,  o Espiritismo pode ser inscrito como um dos  mais, ou possivelmente o mais incisivo nesse particular.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no seu capitulo XXVIII, item 1, FEB, encontramos precisa orientação a esse respeito: “O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente. Nenhuma impõe, nem reprova nenhuma. Deus, segundo ele, é sumamente grande para repelir a voz que suplica ou lhe entoa louvores, porque o faz de um modo e não de outro. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus. Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade”.
Não temos a menor dúvida que esse respeito às convicções de outrem, aliado ao labor incansável dos trabalhadores espíritas no permanente movimento de espiritualização da humanidade,  liderado por Jesus, ensejou ao Espiritismo granjear a simpatia, o respeito e admiração de outros segmentos religiosos, da sociedade em geral, da mídia e até de órgãos de governo.
Todavia, temos que convir que respeitar as convicções alheias não significa agir no sentido de incorporar práticas inerentes àqueles cultos ou mesmo técnicas que mais dizem respeito a profissões e profissionais especializados,  no rol das atividades cotidianas do  Centro Espírita. Mas, infelizmente,  é isto que estamos presenciando de forma avassaladora no meio espirita.
Casas espíritas tradicionais, dirigentes espíritas de reconhecido valor, expositores e oradores de grandes recursos,  vários escritores, parecem querer entronizar algumas dessas muitas práticas no seio do movimento espirita como se elas fossem imprescindíveis ao trabalhoque a Casa Espírita sempre desenvolveu de forma tranqüila, sem excentricidades e com absoluta segurança  sob orientação dos postulados da codificação assinada por  Allan Kardec. 
No modesto e despretensioso trabalho de divulgação que desenvolvemos diariamente,   temos enxergado essas distorções com muita clareza. Podemos relacionar desde  alguns livros com títulos chamativos, completamente fora do contexto e do bom senso espírita, cartazes com dizeres e imagens estranhas e atividades que envolvem de forma direta e quase exclusiva,  Apometria, Cromoterapia, Ufologia, Cursos de Magnetismo, TVP, Regressão de Memória, Musicoterapia, hidroterapia,  mediunidades de cura, de pintura, dentre outras.
Será que isto está correto? 
Além dessas práticas que parecem ganhar mais espaço que o estudo,  livros de baixíssimo nível, alguns com posicionamentos chocantes e absolutamente contrários aos princípios espíritas, são editados, divulgados e vendidos como  se espíritas fossem. E em livrarias de Centros Espíritas, de Clubes do Livro Espírita e Feiras de Livro Espírita.
Quem pode criticar as seitas e as práticas que arrolamos? Na nossa maneira de entender, ninguém. Mas, podemos,  em sã consciência,  admitir que essas práticas  adentrem  as casas espíritas sem a menor cerimônia e se tornem corriqueiras e até principais, fugindo a tudo aquilo que aprendemos com Kardec e nos ditados da espiritualidade superior?  Será que estamos honrando o compromisso que assumimos de preservar a pureza doutrinária no seu mais elevado sentido? Ou estamos querendo fazer um Espiritismo à moda da casa onde tudo vale, priorizando o fim sem a menor  preocupação com o meio, agradando todo mundo e fazendo de conta que tudo caminha às mil maravilhas?  
Tem cabimento aqueles que gostam das práticas da  Umbanda buscarem inserir as  práticas usuais da Umbanda no seio da  casa espírita?   Ou alguém que por ter feito cursos de Apometria, Cromoterapia, TVP, Magnetismo, etc, buscarem implantar aquilo que viram ou aprenderam no centro espirita que freqüentam e vendendo a idéia de que se trata de modernização, inovação ou renovação?
Que dizer de casas espíritas que começam a aplicar passes com os pés descalços, substituir a mesa habitual pelos colchões “tatami” e gastar mais tempo com algumas das práticas que acima arrolamos, do que com o efetivo e sistemático estudo do Espiritismo?
Será que o Espiritismo depois de mais de 150 anos de sucesso absoluto no seu esplendoroso trabalho em prol do movimento de espiritualização está precisando dessas  reformas e desses reformadores?  
Ou será que estamos enxergando a  Doutrina Espírita crescer cada vez mais, avançando para frente, sendo exaltada e respeitada pelo mundo todo e vendo um movimento espirita que caminha exatamente na contramão?
Onde está o senso critico que todo espirita deve buscar por inspiração no maior e melhor guia que Deus nos ofereceu, Jesus, e em Allan Kardec o grande codificador da doutrina do bom senso?
Acredito que seja uma boa e oportuna pergunta para buscarmos responder.

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Obras Póstumas, Allan Kardec, FEB,
Dos Cismas:

 “Uma questão que desde logo se apresenta é a dos cismas que poderão nascer no seio da Doutrina. Estará preservado deles o Espiritismo?
Não, certamente, porque terá, sobretudo no começo, de lutar contra as idéias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refratárias a se amalgamarem com as idéias dos demais; e contra a ambição dos que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer; dos que criam novidades só para poderem dizer que não pensam ou agem como os outros, pois lhes sofre o amor-próprio por ocuparem uma posição secundária.
Se, porém, o Espiritismo não pode escapar às fraquezas humanas, com as quais se tem de contar sempre, pode todavia neutralizar-lhes as conseqüências e isto é o essencial.
É de notar-se que os vários sistemas divergentes, surgidos na origem do Espiritismo, sobre a maneira de explicarem-se os fatos, foram desaparecendo à medida que a Doutrina se completou por meio da observação e de uma teoria racional. Hoje, raros partidários ainda contam esses primitivos sistemas. É este um fato notório, do qual se pode concluir que as últimas divergências se apagarão com a elucidação integral de todas as partes da Doutrina. Mas, haverá sempre os dissidentes, de ânimo prevenido e interessados, por um motivo ou outro, a constituir bando à parte. Contra a pretensão desses é que cumpre se premunam os demais”.
Jesus
Quadro da artista Maria Tereza Braga
Allan Kardec


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