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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ADEMIR RETORNA PARA A PÁTRIA ESPIRITUAL. BARRETOS, SP

Texto de Orson Peter Carrara


Na foto de 19/11/2011, o presidente da Federação Espírita do Paraguai,

Divaldo Pereira Franco, Ademir Paulo Dias - diretor do DOD da USE Barretos e sua esposa Inês


Nosso querido ADEMIR PAULO DIAS, ou simplesmente Ademir, da USE BARRETOS, retornou na madrugada desta terça-feira. Enfermo e cuidando da saúde com dedicação, costumava dizer que ele estava com o corpo doente, mas ele não era doente.

Quem não o conhecia? Seu dinamismo e intenso trabalho pelo movimento espírita foram as marcas de sua presença entre nós.

Durante o período da enfermidade e tratamento, Ademir demonstrou toda sua força e coragem, ignorando ameaças físicas e entregando-se ao trabalho com muita confiança e determinação. É o exemplo que fica,

do trabalhador que não se intimida e reconhece a importância de prosseguir.

Partindo quase em seguida a outro grande exemplo de trabalhador espírita na cidade, nosso valoroso Milton Ferreira, ambos formaram nomes de referência no movimento espírita de Barretos.

A gratidão da região e de todos nós que o conhecemos, falam bem dos laços que despertou nos vínculos saudáveis que construiu ao logo do tempo, assim como nosso valoroso Milton.

A partida, apesar da enfermidade, causa surpresa. Acostumamo-nos todos com a presença dos amigos nos contatos telefônicos, virtuais ou nos encontros físicos reais. Ele próprio esteve na recente reunião da

USE no último domingo, com sua costumeira dinâmica atuação.

Deixa saudades e reconhecimento, mas especialmente exemplo de trabalho assíduo e consistente.

Obrigado Ademir!

Deus sempre com todos nós!!

RESPINGOS HISTÓRICOS

A história da Palestina é, antes de tudo, a história de um povo sofredor em luta angustiante pela sobrevivência e a paz.

Escravo por longos séculos de egípcios, babilônios e outros povos, mais de uma vez, após esforços ingentes e sanguinolentos, conseguiu a reorganização comunitária em regime teocrático, experimentando quase sempre aflições inomináveis para perder a liberdade logo depois.

Fazendo da defesa da fé espiritual a sua política e da religião o alicerce da vida nacional, viveu sempre em comunidade fechada sob a inspiração do monoteísmo, qual ilha num convulso oceano politeísta.

Aproximadamente no ano 143 a.C., experimentando o jugo do império selêucida (1), que se encontrava, então, em lutas desenfreadas com partos, romanos, egípcios e outros povos. Simão Macabeu libertou a Judéia, fazendo-se eleger, de imediato, em assembléia popular, general e Sumo-Sacerdote, função esta que ficaria retida por hereditariedade na sua família: os asmoneus. (2)

Mais tarde, em 78 a.C., foram conquistadas e adicionadas à Judéia, a Samaria, a Galiléia, a Iduméia, a Transjordânia e outras terras, recuperando a Palestina os seus primitivos limites.

À medida, porém, que aumentavam as dimensões territoriais, diminuía o fervor religioso, enquanto o progresso grego era absorvido pela Casa Asmoniana que, então, passou a sofrer a mais severa restrição e desprezo da classe dos fariseus.

Em 63 a.C., como Pompeu se encontrasse com as legiões no Oriente, vitoriosamente às portas de Damasco, foi convidado pelos Israelitas para um arbitramento entre Hircano II e Aristóbulo II, (3) que disputavam a coroa. O arbitramento foi favorável a Hircano II. Esse fato deu origem à célebre campanha do apaixonado triúnviro contra Aristóbulo II que, inconformado com o resultado do arbitramento, o enfrentou. Perdendo a batalha na Cidade Baixa, refugiou-se o rebelde no Templo, na parte Alta de Jerusalém onde, 3 meses depois, foi vencido.

A vitória de Pompeu custou 12.000 judeus sacrificados e todas as terras dos macabeus, que passaram a pertencer ao Império Romano.

Depois da morte de Crasso, que saqueara a cidade em 54 a.C., novo levante foi afogado em sangue por Longino, que lhe sucedeu no governo da Síria, deportando cerca de 30.000 judeus, que ficaram reduzidos a hilotas (43 a.C). Com a morte de Antipáter, os partos vitoriosos invadiram Jerusalém e fizeram seu títere a Antígono, o último dos macabeus.

Ao mesmo tempo, em Roma, o 2º. Triunvirato se estabelecia, e Marco Antonio e Otávio, tendo nas mãos os destinos do Império, nomearam Herodes, filho de Antipáter, para cingir, então, a coroa de Davi (40 a.C.).

Herodes, com mão de ferro, expulsou os partos, aprisionou Antígono e o entregou a Antônio para ser executado. Logo depois, para fazer-se temido e respeitado, mandou matar todos os judeus que haviam apoiado os invasores.

O esplendor helenista atingiu, em Israel, o período áureo, com Herodes.

Surgiram cidades deslumbrantes; a escultura encontrou guarida em toda parte; Jerusalém se enriqueceu de monumentos e edifícios pomposos; foram erguidos teatros e circo. Introduziram-se as competições de atletismo, os concursos musicais e as lutas de gladiadores.

Em Cesaréia foi construído um porto de mar e valiosas doações foram feitas a Biblo, Rodes, Esparta, Atenas...

Considerando o Templo de Jerusalém construído por Zerubabel, sem o esplendor digno de Israel, mandou Herodes derrubá-lo e no seu lugar fez erguer outro maior e mais imponente.

Dissoluto e ambicioso quanto inclemente, mandou matar quantos projetavam sua sombra sobre a coroa, não poupando a Aristóbulo (acidentalmente morto num banho, e herdeiro legal do trono), nem Mariamne, sua segunda esposa e neta de Hircano II, irmã, portanto, de Aristóbulo. Alguns dos próprios filhos, como Alexandre, pereceram nas mãos dos seus sicários, sendo que a Antipáter, considerado suspeito de conspiração, mandou prender indefinidamente.

Afogou em sangue quantas conspirações foram ensaiadas e o cerco de espiões se fez tão severo que, certo dia, disfarçado, no meio do povo, teria inquirido a um homem sobre o que pensava de Herodes, ao que este respondera: - “Em Jerusalém até os corvos são da polícia”.

II

No ano 4 da nossa era, vitimado por hidropisia, febres e úlcera, desencarnou Herodes, ficando a Casa de Israel, por testamento, dividida entre os 3 filhos: Herodes-Filipe II, Herodes-Ântipas e Arquelau.

Antes mesmo que se consumassem as exéquias fúnebres, no Herodium, já Arquelau, moço ambicioso, com 18 anos apenas, subjugava uma sedição, procurando, logo depois, em Roma, o apoio de Augusto, para um governo soberano.

Ântipas, após algumas providências, igualmente viajou à Itália.

Herodes-Filipe II demandou a região norte e ali se estabeleceu com segurança.

Roma, como sempre, através do Imperador, escolheu a melhor política de que se utilizava entre os povos conquistados: as próprias disputas e lutas intestinas que os enfraqueciam. Arquelau foi feito Etnarca da Judéia, Herodes-Ântipas e Herodes-Filipe II, Tetrarcas, cabendo ao primeiro as cidades da Gaulanítida, Traconítida, Batanéia e Panéias, e, ao segundo, a Galiléia, a Peréia, onde ficavam as cidades de Nazaré, Esdrela...

Herodes-Filipe I, o primogênito, neto do Sumo-Sacerdote pelo lado materno, fora radical e definitivamente deserdado. Tentou conseguir a “Mitra branca” e o “peitoral sagrado”, demorando-se, no entanto, como simples sacerdote, enquanto a função ficou retida entre os seus tios-avós.

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O lago de Genesaré era nomeado pelos rabinos como o lugar que “Elohim reservou para a sua exclusiva satisfação”, graças aos encantos de suas margens e às aragens frescas que espalhava. Era natural, pois, que os dois Tetrarcas aí disputassem a primazia para a cidade-capital dos seus domínios. Mais poderoso em armas e dinheiro do que o seu irmão, Ântipas ai mandou levantar a célebre Tiberíades, em homenagem ao Imperador, num sítio onde existira anteriormente um cemitério, o que granjeou dos judeus a animosidade, que a tachavam de “impura”.

Filipe transformou, da mesma forma, a antiga Pânias, aformoseando-a e enriquecendo-a, e denominou-a de “Cesaréia de Filipe”, situada na foz do Jordão com o lago, quase debruçada sobre as águas.

Em Roma, depois de entrevistar-se com o Imperador, Arquelau conseguiu a Samaria, a Iduméia e a Judéia, tendo Jerusalém como capital dos seus domínios, ficando melhormente aquinhoado. Como semelhasse ao genitor em crueldade e astúcia, aumentou os impostos, reconstruiu cidades com o suor e as lágrimas dos súditos. Não atendendo às reiteradas solicitações do povo para que diminuísse a opressão, arrebentou uma insurreição que foi afogada em sangue, crescendo o movimento interno, que passou a objetivar a dominação romana. Notificado o Imperador por uma comissão de judeus prestigiosos, em Roma, da situação calamitosa, em Jerusalém, caiu Arquelau em desgraça, sendo deposto por Augusto, que o obrigou a transferir residência para as Gálias (em Viena) sem ordem de afastar-se dali (ano 6 da nossa era).

Para Jerusalém, foi nomeado, então, um procurador romano.

Como, porém, continuasse a rebelião, os romanos agiram com impiedade, mandando crucificar 2.000 judeus, como coroamento das vitórias alcançadas.

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Jesus viveu a sua infância como súdito de Herodes-Ântipas.

Ao inicio do seu ministério público, a Palestina se encontrava sob a fiscalização da Síria, cujo legado era Pompônio Flaco e o procurador da Judéia era Pôncio Pilatos, o quinto na série de sucessão.

Do seu palácio em Cesaréia Marítima, o procurador tudo dominava desde “Don a Bethsabé”. (4)

Sob a opressão, Israel apresentava três classes sociais distintas, que se diferenciavam social, política e religiosamente, admitindo diversas seitas outras, entre as quais distinguiu-se pela austeridade dos costumes dos seus membros, cordura e fraternidade, a dos essênios, que tinha por norma o preceito: “o que é meu é teu”.

Governado pelo Conselho de Anciãos que, constituído por 72 membros, entre os quais o Sumo-Sacerdote, legislava sobre a vida e a morte dos súditos.

Os saduceus (zadokim – nome derivado de Zadok, seu líder e fundador da classe), constituíam a aristocracia feudal, encarregada dos ministérios religiosos, e zelosos observadores da aplicação rigorosa dos códigos da Torah ou Lei,. Invariavelmente ricos, fruíam de consideração e destaque.

Os fariseus (perushim- separados) eram considerados independentes economicamente, constituindo a classe média; criam-se mais “judeus que os judeus”, sendo os continuadores da severa exigência ortodoxa, na prática religiosa, inicialmente instituída pelos macabeus.

O povo, (Am Há-aretz – “pessoas da terra”) resultado da fusão entre mendigos, tecelões, trabalhadores braçais, artesãos de todas as procedências e pequenos agricultores, reduzidos à extrema miséria pelos impostos exagerados, constituía o denominado “proletariado” (Como em Roma eram chamados os proletários). Este, o povo, era odiado pelas outras classes, sendo que o Am Ha-aretz, detestado, era mesmo perseguido e desdenhado.

Sem qualquer direito, estigmatizado pelo ódio generalizado, os Am Ha-aretz que enchiam os campos e as cidades (Jerusalém rivalizava com Roma, no que diz respeito aos sem trabalho, com a agravante de que em Roma estes recebiam o pão e circo propiciados pelo Imperador, que assim os entretinha e alimentava), se uniram num partido: o dos fanáticos, que mais tarde se dividiu em zelotes e sicários que, insurretos perseguiam os próprios judeus simpatizantes dos romanos, aos quais apunhalavam, ás vezes, na praça pública. Espalhando o terror, conclamavam à rebelião, destruindo, em conseqüência, aldeias e povoados que se negavam segui-los.

Os fariseus, por comodidade, procuravam unir-se aparentemente aos romanos, embora os detestassem, e, por sua vez, fossem detestados.

Roma, através dos seus diversos procuradores, insistia em colocar no Templo de Jerusalém os símbolos do seu poder: a águia dominadora ou a estátua do Imperador, motivando reações sangrentas.

Nesse ínterim, as lutas perderam a aparência política e assumiram caráter religioso, quando Teudas, um misto de Messias e libertador, conduziu o povo ao Jordão e procurou repetir a façanha de Moisés, no Mar Vermelho, gerando uma chacina violenta por parte dos opressores que, inclusive, mataram o pseudo Messias...

Em 66 d.C., irrompeu nova onde de libertação, com poucos resultados, para os judeus. Novamente batidos e derrotados, a paz foi comprada pelo rabino fariseu Jochanan ben Sakkai, ensejando a muitos ricos a salvação. Os pequenos comerciantes, artesãos e “homens da Terra”, porém, inconformados, refugiaram-se no palácio real, que foi saqueado, e lutaram até a destruição total do Templo, em 70, quando Tito mandou matar mais de 600.000 rebeldes em toda a Palestina.

Pelos fins de 132 da nossa era, sob o comando de Simeão Bar Cocheba, que se dizia o Redentor, os judeus tentaram novo levante e foram definitivamente destruídos, morrendo Cocheba, em Bithar. Os romanos mataram mais de 500.000 judeus, destruindo mais de 900 aldeias, descendo o “preço de um israelita, como escravo, a menos do valor de um cavalo”.

Adriano, em todo o Império , proibiu qualquer ato religioso ou civil judeu, e o “povo eleito” sofreu a dispersão dolorosa, passando séculos sem poder recuperar-se do desastre de Bar Cocheba.

Nos sítios de Jerusalém, foi levantada a cidade pagã de Aélia Capitolina, onde predominavam os hábitos e costumes romanos...

Jamais um povo sofreu tão longo e cruel exílio!

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Nesse clima de ódios de toda a espécie, entre os sofrimentos mais diversos, Jesus disseminou o amor, a liberdade, a paz, conclamando ao Reino de Deus e pregando a “não-violência” até o próprio sacrifício. Sintetizando os objetivos da vida no “amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, fez esse legado de amor, em torrentes luminosas e soberanas.

(1) A dinastia dos Selêucidas foi fundada por Seleuco I, na Pérsia, em 312 a.C. Por volta do ano 200 a.C., os selêucidas conquistaram a Síria e os povos circunjacentes quando, então, a Palestina lhe caiu sob o domínio. (Nota da Autora Espiritual)

(2) Esse período foi denominado de 2ª. República Judaica que abrange de 142 a.C. a 70 da nossa era.

(3) Filhos de Salomé Alexandra, que restabeleceu a paz com os fariseus. Mesmo antes da sua morte, seus filhos Hircano II e Aristóbulo II se puseram em renhidas disputas pela sucessão. (Nota da Autora Espiritual)

(4) Para governar esse povo de 2.000.000 de habitantes à época (calculava-se que em Jerusalém viviam 100.000 judeus), Roma mantinha 3.000 homens divididos em 3 coortes de infantaria, 1 ala de cavalaria e auxiliares diversos recrutados entre sírios, samaritanos, gregos e árabes. (Nota da Autora Espiritual)

Muro Ocidental ou Muro das Lamentações, a única parede que restou do Templo de Jerusalém.

Principal local de peregrinação dos judeus. Foto Ismael Gobbo

Domo da Rocha ou Mesquita de Omar, que fica no quarteirão Muçulmano na Cidade Velha de Jerusalém. No local estava fincado o Templo de Jerusalém. Foto Ismael Gobbo

Cascata de En Gedi, nas proximidades do Mar Morto, um oásis em pleno Deserto da Judéia. O Velho Testamento registra que aqui Davi se escondeu de Saul. Foto Ismael Gobbo

Cabeça em mármore do Imperador romano César Augusto. Durante seu reinado nasceu Jesus. Originária de Antióquia da Psídia a peça está exposta no Museu Arqueológico de Istambul. Foto Ismael Gobbo

Cabeça em mármore do Imperador romano Tibério que governava quando Jesus foi crucificado. Peça originária de Pérgamo se encontra no Museu Arqueológico de Istambul. Foto Ismael Gobbo

Ruínas do Palácio de Herodes chamado “Herodium” no topo de um monte (758 m acima do nível do mar), distante 12 kms de Jerusalém. Foto Ismael Gobbo

Jerusalém vista do Monte das Oliveiras. Foto Ismael Gobbo

Lago de Tiberíades, também conhecido como Mar da Galiléia, Israel. Foto Ismael Gobbo

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 07-12-2011

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