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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

“EVANGELHO DE JESUS PRECISA SER EXEMPLIFICADO"

PUBLICADO NO JORNAL FOLHA ESPIRITA

SÃO PAULO, DEZEMBRO DE 2011

Fuga para o Egito. Gruta do Leite, Belém, Palestina. Foto Ismael Gobbo

Ismael Gobbo / Cláudia Santos

É indiscutível a importância que Jesus tem para a humanidade. Com seus ensinamentos e exemplo, Ele se fez para todos nós o caminho da verdade e da vida. Recordou-nos nossa filiação divina e irmandade humana, e nos abriu perspectivas de, por meio da união com Ele, por seguirmos seus ensinos e exemplos, alcançarmos a união com o Pai. Por ter vindo, pregado e exemplificado a Boa Nova, seu Evangelho está bem difundido e conhecido em todo o mundo. Sua mensagem é universal e possui uma aceitação plena por todos aqueles que tomam conhecimentos dela.

“Sua presença física foi fundamental para implantar os ensinos da sua Doutrina. Encarnando entre nós, Jesus tornou evidente que, mesmo habitando este mundo, corporeamente, é possível viver o ideal, manter a virtude e a tudo e a todos amar e beneficiar. Se Ele não houvesse vivido entre nós e exemplificado o bem, continuaríamos a achar impossível estar na Terra e agir como um Filho de Deus”, analisa Therezinha Oliveira, coordenadora de Estudos e Divulgação Doutrinária do Centro Espírita Allan Kardec (Ceak), de Campinas (SP).

Mas, mesmo assim, com seus ensinamentos perpetuados, sabemos que, de uma maneira geral, o homem perdeu a referência de sua mensagem. Seus exemplos foram esquecidos e estão perdidos para muitos dos que se dizem cristãos. “A história nos tem demonstrado como estamos longe do que Jesus nos recomenda no Evangelho de Mateus, capítulo 10: 7-10: ‘Ide, proclamai que o Reino dos Céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, conduzi os espíritos inferiores; de graça recebestes, de graça dai. Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento’”, lembra Severino Celestino, presidente do Núcleo de Estudos Espíritas Bom Samaritano, em João Pessoa (PB), e autor de vários livros de natureza espírita, buscando integrar Espiritismo e Bíblia, e de natureza didático-religiosa.

“O Evangelho de Jesus não está definitivamente implantado entre os homens. Se estivesse, saberíamos implantar ao nosso redor um mundo de justiça, paz e bondade. O que falta? A exemplificação de todos nós, que lhe reconhecemos a excelência da orientação moral para que o reino ideal se concretize na Terra”, avalia Therezinha.

Presente em cada coração que ama

Marlene Nobre

Hoje em dia, em muitos países de largo desenvolvimento intelectual, a tendência é deixar de lado a vida e os ensinamentos de Jesus, com a justificativa de que trouxeram muitos enganos e decepções à vida comunitária. Detestam seitas e a “lavagem cerebral” que provocam. Descartam as religiões de maneira geral. Entram para a carapaça, cultivando o modo materialista de viver.

Por outro lado, é notório o aspecto consumista em que se transformou a comemoração do Natal entre a maioria dos cristãos, que se inspira no estilo de vida do modelo materialista, voltada para o cultivo do que é descartável e perecível, sem conexão com as comemorações dos primeiros tempos do Cristianismo.

Entre os que descartam as religiões e igualmente a vida e a obra do Mestre Jesus, a justificativa está centrada nos crimes e enganos cometidos em nome do Cristianismo. Realmente a humanidade tem muito do que se lamentar quanto às interpretações errôneas das lições do Mestre Jesus, que redundaram nos crimes da Inquisição, no apoio a tiranos e invasores impiedosos, no fomento às guerras religiosas, nas perseguições cruéis aos cientistas, na sexualidade malconduzida, na preferência por riquezas perecíveis em detrimento da defesa dos pobres, fracos e injustiçados. Sem dúvida, são ações lamentáveis, mas que tiveram origem nos erros das interpretações humanas, sem conexão com o real significado das lições do Cristo.

Mas por que os milhões de revoltados contra as religiões não raciocinam dessa forma? Cremos que a análise simplista que fazem, na verdade, disfarça uma atitude comodista das almas que se apegam à lei do menor esforço, desejosas de prosseguir na porta larga do materialismo.

Desde o nascimento da imprensa escrita, há cerca de seis séculos, as criaturas humanas têm à sua disposição a vida e a obra de Nosso Mestre Jesus. Principalmente nas culturas bem sedimentadas, que têm mais de 3 mil anos de história, elas teriam condições de estudar em O Novo Testamento, em toda a sua pureza, os exemplos e as lições do Cristo. Como julgá-lo e descartá-lo, sem consideração, se os seus ensinamentos não se confundem, de modo algum, com os atos de seus pretensos seguidores?

Testemunha

No livro Boa Nova, Humberto de Campos, através da psicografia de Chico Xavier, reafirma o engano em que viveu, quando encarnado, e testemunha a mudança do seu padrão mental, relembrando-nos lições inesquecíveis do Evangelho. Nele, ressalta o seu tributo ao Mestre dos Mestres: “Hoje, não mais cogito de crer, porque sei. E aquele Mestre de Nazaré polariza igualmente as minhas esperanças. Lembro-me de que, um dia, palestrando com alguns amigos protestantes, notei que classificavam Jesus como ‘rocha dos séculos’. Sorri e passei, como os pretensos espíritos fortes de nossa época, aí no mundo. Hoje, porém, já não posso sorrir, nem passar. Sinto a ‘rocha’ milenária , luminosa e sublime, que nos sustenta o coração atolado no pântano de misérias seculares.”

O sentimento do grande escritor foi lapidado pela dor e descortinou-lhe a verdadeira personalidade de Jesus. Fica-nos a certeza de que somente descobriremos a verdadeira essência dos ensinamentos do Cristo quando a humildade florescer em nossos corações. Descobriremos, então, que o Mestre dos Mestres optou por ajudar os pobres, cegos, coxos, paralíticos, perturbados do sexo, hansenianos, loucos, enfim, os descartados da sociedade, que não tinham vez, nem voz. Apontou-nos o caminho: “O que fizerdes a um desses pequeninos é a mim mesmo que o fazeis”, quando recomendou que os seus seguidores vestissem os nus, dessem alimento aos que têm fome, visitassem os encarcerados. Ele mesmo não tinha uma pedra onde reclinar a cabeça. Suas túnicas eram simples e toscas, feitas por sua mãe.

Ensinou nas praças públicas, nos montes, nas estradas, junto ao Lago de Genesaré, distribuindo pães e peixes às multidões. Curou doentes de toda sorte. Privilegiou a caridade. Ao longo de sua existência, demonstrou sabedoria muito acima da média, não se deteve, porém, nas academias de ciência, nem nos templos suntuosos, asseverando que Deus deve ser adorado em toda parte, mas, sobretudo, no interior do próprio coração humano.

Combateu a violência, exemplificou a paz. Recolocou a orelha de Malco, decepada por Pedro, pedindo ao discípulo que guardasse a espada porque “quem com ferro fere, com ferro será ferido”. E do alto do Gólgota, na cruz injusta, perdoou os ofensores.

A verdade é que Jesus não fundou religião nenhuma. São de falha humana os erros acoplados às suas lições. Para reconhecer isso, porém, é preciso ter “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”. Felizmente, uma minoria existe que, ao longo dos milênios, exemplificou suas lições, tornando este mundo melhor. Isso é possível porque Jesus está presente em cada coração que ama.

Sobre o Mestre

Therezinha Oliveira, coordenadora de Estudos e Divulgação Doutrinária do Centro Espírita Allan Kardec (Ceak), de Campinas (SP), e Severino Celestino, presidente do Núcleo de Estudos Espíritas Bom Samaritano, em João Pessoa (PB), responderam a algumas perguntas sobre Jesus:

Folha Espírita – Sob o ponto de vista físico, Jesus foi uma pessoa normal como qualquer um de nós?

Therezinha – Allan Kardec nos diz, em A Gênese (cap. XV, itens 65-66): “Desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias habituais da vida” e que “Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico”. Na literatura histórica de muitos povos, lê-se a notícia de virgens dando à luz homens que, gerados por deuses e em situação especial, vieram a ser grandes figuras no cenário dos povos antigos. Para Jesus, também se criou a ideia de uma geração virginal, mas Ele não precisa que o queiram engrandecer assim falsamente.

FE – Seria Ele, como nos dizem os espíritos, o governador do planeta Terra?

Therezinha – Sabendo-se que, na Terra e no além, sempre há o fenômeno da liderança e do comando nos agrupamentos dos seres, podemos aceitar que Jesus represente para nós, a humanidade terrena, o seu governador espiritual, conquanto devam existir, nesse outro lado da vida, entidades igualmente sublimes e mesmo superiores a Ele, na regência de mundos e seres, em nome de Deus.

FE – Teria Jesus conhecido ou mesmo participado da seita dos essênios?

Therezinha – Certamente terá conhecido essa seita, que ensinava o amor a Deus e ao próximo, a imortalidade da alma, e cujos membros eram celibatários, mantinham bens em comum e costumes brandos, condenando a guerra e a escravidão. Mas não fez parte dela, apesar de suporem isso, porque nada se fala de sua vida entre os 12 e os 30 anos. As ideias e comportamento de Jesus superam os dos essênios e correspondem ao conhecimento e capacidade de seu próprio espírito, altamente evoluído e em perfeita sintonia com a vontade de Deus (ver as Notícias Históricas, na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, e o Cap. XII de A Caminho da Luz – Emmanuel/Chico Xavier).

FE – Você considera apócrifa a carta de Públio Lentulus com a descrição física de Jesus?

Severino É uma carta* muito interessante que não pode ser desconsiderada. Seu conteúdo apresenta um caráter descritivo da figura de Jesus. Públio Lentulus teve a ímpar oportunidade de um encontro como nosso Mestre e não foi egoísta, pois nos legou de uma forma particular tudo que pôde colher do caráter físico da pessoa de Jesus. Não acho que seja uma carta apócrifa, pois seu conteúdo é muito rico e minucioso de detalhes a ponto de nos sentirmos mais fisicamente próximos de Jesus.

*Foi encontrada uma carta do senador Publius Lentulus Cornelius (personagem de Há Dois Mil Anos, por Chico Xavier/Emmanuel) nos arquivos do Duque de Cesadini, na cidade de Roma, enviada pelo senador em Jerusalém, na época de Jesus, que havia sido endereçada ao imperador romano Tibério César. Nela, há uma descrição física e moral de Jesus feita pelo senador.

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Revelações por Chico Xavier (*)

A Estrela de Belém – A Estrela de Belém era o séquito que acompanhava a descida do Cristo, tendo à frente Ele próprio. E o séquito parou sobre a Manjedoura.

Calendário – O espírito Humberto de Campos, em uma de suas mensagens através do médium, fez uma revelação importante, a de que o nosso calendário ocidental está atrasado em torno de cinco anos. Pode-se consultar em qualquer tempo o seu livro, Crônicas de Além-Túmulo, editado pela FEB, desde 1937, e ler a mensagem A Ordem do Mestre. Nela, o escritor destaca um diálogo do Apóstolo João com o Mestre Jesus, no qual o discípulo afirma que, por uma ordem arbitrária e destituída de sentido de Frei Dionísio, ficou estabelecido o nascimento do Cristo no ano 754 da Era Romana, quando na verdade foi em 749. Assim, neste mês de dezembro de 2011, já estaríamos vivendo o ano 2016 da Era Cristã.

Esse erro básico do novo calendário implantado por Dionísio foi confirmado por historiadores e estudiosos, que apontaram inúmeras falhas a partir dele, como, por exemplo, a fixação da data da morte do rei Herodes cinco anos antes do nascimento do Cristo, o que, evidentemente, não corresponde à verdade histórica. No relato de O Novo Testamentoficamos sabendo que Herodes enfureceu-se com o nascimento de Jesus e tentou matar a criança de forma cruel, tendo sido responsável pela fuga dos pais e do menino para o Egito. Como sabemos, o rei morreu alguns meses depois do nascimento do Cristo. O nosso calendário está, dessa forma, atrasado em cinco anos.

(*) Não incluídas na publicação da FE.


Quadro na Igreja da Dormição em Jerusalém. Foto Ismael Gobbo

Estrada de Jerusalém a Belém. Foto Ismael Gobbo

Esta estrela de prata situada em um nicho da Basílica da Natividade simboliza o local do nascimento de Jesus. Belém, Palestina. Foto Ismael Gobbo

Afresco do Santuário do Campo dos Pastores localizado em Bet Sahur (Casa dos vigias) a cerca de 3 km do centro de Belém. É um Bairro com cerca de 6.000 habitantes árabes, a maioria cristãos, que vivem do artesanato e do pastoreio de ovelhas. Foto: Ismael Gobbo

Campo dos Pastores em Bet Sahur a cerca de 3 km do centro de Belém, Palestina. Foto Ismael Gobbo

Praça da Manjedoura em Belém, Palestina. Foto Ismael Gobbo

Basilica da Natividade, na praça da Manjedoura, em Belém, Palestina.

Construída pelo Imperador Justiniano (527-565), sobre o local da basílica anterior do século IV), erigida por Constantino, que havia sido muito danificada em 529 durante a revolta dos samaritanos.

Foto Ismael Gobbo

Nazaré, Galiléia, Israel. Foto Ismael Gobbo

Mosaico com a representação de Jesus

no museu de Óstia Antica (Roma) Itália

Final do século IV. Imagem arquivo Ismael Gobbo

Deserto da Judéia na região de Massada. Israel. Foto Ismael Gobbo

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA. 06-12-2011

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