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sábado, 3 de setembro de 2011

Espiritificar

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Richard Simonetti

richardsimonetti@uol.com.br

1 – Nota-se atualmente, no movimento espírita, a formação de grupos centralizados na orientação de determinados médiuns. É um progresso?

É um desvio, com a perigosa possibilidade de protestantizarmos o Espiritismo, com a formação de múltiplas igrejas, cujos fiéis gravitam em torno de revelações produzidas por médiuns que assumem a postura de oficiantes.

2 – Considerando o dinamismo da Doutrina Espírita, sempre avançando nos domínios do conhecimento, particularmente em relação ao intercâmbio com o Além, não é natural que assim aconteça?

Desvios não obedecem à lógica de nenhuma doutrina. Longe de representarem uma contribuição ao debate das ideias espíritas, esses movimentos pecam pela base quando se afastam de elementares noções sistematizadas por Allan Kardec.

3 – Agindo com excessiva obediência às obras da Codificação, não estaremos cultivando indevida dogmatização?

Obviamente o bom senso nos diz que não devemos catolicizar o Espiritismo. Isso não acontecerá se considerarmos que o único dogma a ser sustentado é o da razão. Imperioso passar por seu crivo as ideias que surgem, a ver se são coerentes e obedecem à lógica doutrinária.

4 – Quando foi lançado o livro Nosso Lar, com a ampla visão das realidades espirituais, houve resistência dos intelectuais espíritas, sob alegação de que se tratava de uma fantasia. Não estará acontecendo o mesmo com as ideias novas que estão surgindo sobre o Além?

É preciso considerar que a obra de André Luiz passou pelo crivo da razão e é hoje reconhecida, quase unanimemente, como uma complementação da Codificação, o que não ocorre com supostas revelações na atualidade, distanciadas de um consenso, admitidas por minorias que gravitam em torno dos médiuns que as produzem.

5 – O que pode ser feito para evitar uma protestantização, sem cair numa catolicização?

Em primeiro lugar, que busquemos espiritificar, nossa ação, isto é, torna-la legitimamente espírita, com o estudo sistemático das obras da Codificação. Precisamos aprender a raciocinar como profitentes esclarecidos, capazes de manter a disponibilidade para admitir progressos na conceituação doutrinária, mas sem espaço para a fantasia.

6 – Em segundo...

Cerremos fileiras em torno dos órgãos de unificação, para que possamos debater as ideias e contribuir em favor de uma uniformidade do pensamento espírita, sem cair na uniformização. Não é necessário nem admissível que sejamos absolutamente iguais nas atividades espiritas, mas é fundamental que não sejamos desiguais na apreciação de novidades. Juntos será mais fácil guardar coerência com a verdade.

7 – O que dizer de médiuns que se recusam a participar de movimento de unificação, sob alegação de que não querem ter a sua liberdade cerceada?

Estamos diante de mera desculpa de quem deseja dar asas à imaginação, sem sofrer questionamentos. O movimento de unificação não tem por objetivo cercear a liberdade de ninguém, mas evitar que, isolados, os médiuns percam o contato com a realidade.

8 – O que dizer do fato de que Chico Xavier não participava do movimento de unificação?

Ninguém colaborou mais com a unificação do que ele. Seus livros mais importantes foram editados pela Federação Espírita Brasileira, que lidera o movimento federativo. As mensagens mais incisivas de Bezerra de Menezes sobre o assunto vieram por seu intermédio, e sempre manteve estreito contato com dirigentes do movimento de unificação, a nível local, estadual e federal. Oportuno lembrar a recomendação que Emmanuel lhe fazia: se um dia você tiver que decidir entre Kardec ou eu, fique com Kardec. Se o médium não observa essa recomendação, tenderá a ficar com a fantasia, sob inspiração de supostos guias.

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