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domingo, 19 de junho de 2011

Terapêutica espiritual é realidade em hospital gaúcho

PUBLICADA NA FOLHA ESPÍRITA, SÃO PAULO

JUNHO, 2011

Baumgarten Coordena Setor de Mediunidade

Aberto à necessidade de tratamento também na esfera espiritual, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre (RS), vivencia a aplicação de passes magneticos desde março de 2007. Com a equipe de voluntários dos servidores da Sociedade Espírita Dom Thomé, também na capital gaúcha, esta terapêutica espírita tem feito a diferença no cuidado aos pacientes hospitalizados.

A iniciativa de aplicar passes magnéticos em pacientes começou a germinar cerca de seis anos antes, com o objetivo de prestar o atendimento espiritual a irmãos impossibilitados de comparecer à casa espírita, devido à gravidade e limitações dos estados enfermiços.

O projeto de aplicação de passes foi proposto e aprovado em reunião de diretoria da sociedade, em março de 2006, demandando um ano na preparação das equipes que atuariam voluntariamente em um hospital escolhido.

As atividades, realizadas por seis equipes com seis servidores cada, compreendem duas ações: visitação a pacientes da ala de Oncologia do Hospital Conceição, levando o diálogo fraterno, e o passe, naturalmente opcional, e uma palestra, com duração de 15 minutos, na Capela do Hospital com temas de O Evangelho Segundo o Espiritismo, seguida de passe e atendimento fraterno.

Houve momentos em que os frequentadores da palestra na capela se resumiam aos servidores, mas, aos poucos, com a divulgação da atividade pelos próprios trabalhadores do hospital, a frequência tem crescido, e o número de passes chegado a mais de 50. Na visitação aos leitos, o atendimento espiritual alcança até cerca de 40 pacientes. O coordenador do Setor de Mediunidade do Departamento Doutrinário e das atividades no Hospital Nossa Senhora da Conceição, Cleyton Schuch Baumgarten, revela detalhes na entrevista abaixo.


Folha Espírita - Como surgiu a ideia da aplicação de passes no hospital?

Cleyton Schuch Baumgarten - A diretoria da sociedade sentiu necessidade de ampliar parte de suas atividades para além da sede, como já vinha fazendo, há anos, em um asilo. Por meio de pesquisa de opinião entre os trabalhadores da casa, a escolha da entidade recaiu no Hospital Conceição, por localizar-se na mesma região e próximo da sociedade espírita em que atuavam.

Ao procurarmos o voluntariado do Hospital Conceição, constatamos que a
disponibilidade oferecida não se enquadrava em nosso propósito. Por
intermédio da Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul, conseguimos a indicação de um médico que fazia parte do quadro de profissionais do hospital, o qual, consultado, nos indicou quem devíamos procurar. Posso ressaltar que o encontro foi acima da expectativa, envolto em emoção, pois, além da permissão para as visitas, ainda foi aberta a possibilidade ao passe e disponibilizado um horário na capela para utilizarmos da forma como desejássemos. Um dos poucos horários disponíveis na capela do hospital, ecumênica desde 2001 e já usada por várias correntes religiosas, era aos sábados, das 18 às 20 horas, justamente o melhor dia, pela disponibilidade dos servidores, dentro do que havíamos definido na pesquisa realizada.

Preliminarmente, nossa meta, da forma como a vemos hoje, era
demasiadamente ambiciosa: um projeto-piloto com a participação dos
profissionais da área de Saúde do hospital e servidores da Sociedade Espírita em que trabalhamos, com avaliação de resultados.

Apenas os pacientes oncológicos recebem esse tipo de atendimento fraterno?

Sim, somente pacientes da ala da Oncologia. É o que podemos fazer no momento, por causa das diversas ocupações dos servidores com os trabalhos da própria sociedade e com suas respectivas áreas profissionais.

Qual a aceitação dessa aplicação de passes por parte dos pacientes? E da equipe de profissionais de Saúde?

Pelos pacientes, a aceitação tem sido muito boa, independentemente do credo que professam, sendo raros os que recusam atendimento. Quanto aos profissionais da Saúde, nosso contato é mais estreito com os enfermeiros, sempre muito acessíveis, já que, em contrapartida, respeitamos o trabalho desenvolvido por eles.

De acordo com o atendimento, 50 pessoas vão à capela
receber passes e cerca de 40 pacientes são atendidos em seus leitos, já que não conseguem deslocar-se. Este atendimento é semanal, certo? Há algum relatório sobre melhor aceitação e/ou melhor enfrentamento dos quadros enfermiços?

Sim, o atendimento é semanal. Não temos relatórios prontos, mas os servidores da sociedade se sentem espiritualmente preparados para enfrentar e confortar nesses momentos difíceis e dolorosos.

Houve o relato de algum médico sobre a melhora emocional ou psicológica do paciente atendido?

Essa era a meta inicial. Mas, até hoje, ainda não obtivemos essa importante abertura. No entanto, o retorno dos diálogos com os pacientes tem sido muito gratificante. Quando os pacientes permanecem por mais tempo no hospital, é comum a demonstração de que nos aguardavam.

Essa vivência tem prática ininterrupta desde 2007?

Aconteceu apenas um período de interrupção na visita aos pacientes, durante cerca de nove meses, em 2010, consequência da precaução, por parte do hospital, contra o vírus H1N1 (gripe A). Mas as atividades na capela foram mantidas.

Como coordenador, como você resume as atividades e resultados desses anos?

Os trabalhos são abertos na Sociedade Espírita Dom Thomé, às 16 horas, todos os sábados, e a visitação aos leitos ocorre das 16h30 às 18 horas. Às 18h15, acontece a palestra na Capela do Hospital, com temas de O Evangelho Segundo o Espiritismo, seguida da sessão de passes e atendimento fraterno pelo diálogo.

Na visitação aos leitos, os seis servidores se dividem em três duplas, limite estabelecido pelo hospital para não perturbar pacientes e enfermeiros. Com essa sistemática, o tempo disponível permite atender toda a ala, inclusive dois quartos em outro andar, reservados a pacientes mais graves.

Os resultados são altamente estimulantes, gratificantes a todos e, muitas vezes, acontecem situações emocionantes. Aliás, em 22 de maio, dois meses e meio após o início das atividades, recebemos mensagem espiritual cumprimentando-nos pela tarefa, falando dos preparativos prévios na espiritualidade e incentivando-nos a não esmorecer.


Os familiares recebem algum tipo de assistência?

Os acompanhantes dos pacientes são convidados a assistir à palestra na capela; e quando o desejam, também recebem o passe.

Existe alguma metodologia ou disciplina seguida pelos aplicadores de passe?

Somente participam dos trabalhos servidores devidamente orientados por normas da Sociedade Espírita e do hospital (credenciados e identificados por crachás); a metodologia é a mesma que se usa na Sociedade, de acordo com orientações de nossa Doutrina Espírita e acompanhando diretrizes dos órgãos federativos.

Qual a sugestão para hospitais ou clínicas que queiram iniciar essa terapêutica?

Consideramos que, se alguma instituição hospitalar quiser iniciar essa terapêutica, é altamente elogiável e importante para todos os envolvidos. O melhor caminho é entrar em contato com alguma instituição espírita por meio da respectiva federação local.

ENTREVISTA POR GIOVANA CAMPOS

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Fotos do Hospital e da equipe que faz o voluntariado, recebidas de Giovana Campos






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