Buscando vencer congênita timidez, eu me atrevia a enfrentar “colossal” público de quinze pessoas, em reunião de estudos no Centro Espírita Amor e Caridade, naquela desafiadora noite de dezenove de fevereiro de 1957.
Em oração ardente, pedia um temporal, daqueles que fazem correr rios na via pública a fim de reduzir o comparecimento ou, suprema bênção, induzir providencial cancelamento da reunião.
Não se dispôs o Céu a atender meus anseios e não houve alternativa senão enfrentar o desafio.
Procurei minimizar incontrolável tremor, a refletir-se na palavra vacilante e no “branco” mnemônico, providencialmente controlado por estratégico roteiro nas mãos.
Mais importante do que esse “batismo de fogo”, que estava mais para banho de nervoso suor, foi uma vidência de minha mãe, Adélia.
A vidência, amigo leitor não familiarizado com o Espiritismo, é a faculdade mediúnica que permite uma visão do mundo espiritual, superando as acanhadas limitações impostas pela pesada armadura de carne que usamos, com discretas aberturas sensoriais para apreciar o mundo – o tato, o paladar, a visão, a audição e o olfato.
O que minha mãe viu enquanto eu tentava transmitir algo capaz de justificar o comparecimento do público, foi bastante significativo.
Um Espírito, mentor da reunião, oferecia-me folhas de papel em branco e uma pilha de livros.
Interpretei como um convite ao estudo, fundamental ao êxito em qualquer atividade, particularmente quando se pretende exercitar os miolos na desafiadora arte da exposição oral.
Hoje, ao ver publicado meu quinquagésimo livro, entendo que o mentor espiritual estava informando que havia uma tarefa a cumprir nos domínios da sublime e esclarecedora literatura espírita.
Oportuno destacar, leitor amigo, que esse episódio confirma importante informação da Doutrina Espírita: todos reencarnamos com determinados compromissos, relacionados com a família, a profissão, a sociedade…
Há algo que programamos ou foi programado para nós, quando mergulhamos, em valiosa experiência evolutiva neste planeta de provas e expiações, como ensina a Doutrina Espírita, onde dores e lutas funcionam como lixas grossas, a desbastar nossas imperfeições mais grosseiras.
Embora nem todos sejam agraciados com uma revelação espiritual, como ocorreu comigo, há sinais, muitos sinais que aparecem em nossa jornada na forma de impulsos, ideais, anseios, vocação…
Há algo para todos nós aqui, e o sucesso da jornada não está subordinado aos favores da sorte. Depende, essencialmente, do empenho por identificarmos esses sinais e descobrirmos o que viemos fazer neste mundo.
Recurso indispensável, nesse particular, é a oração. Rogar a Deus nos inspire quanto às iniciativas que devemos desenvolver a fim definir e atender aos compromissos assumidos. Como dizia sábia senhora, é importante que floresçamos onde estamos plantados, cumprindo nosso destino.
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Por iniciativa da CEAC-Editora, departamento editorial do Centro Espírita Amor e Caridade, ocorrerá no dia 2 de junho, às vinte horas, na livraria Jalovi, Rua Antonio Alves, 22-75, em Bauru, uma noite de autógrafos, para lançamento do romance “O Plano B”, meu quinquagésimo livro.
Ficarei feliz, leitor amigo, se você, que tem exercitado a boa vontade de ler meus exercícios literários, ajudar a florescer o evento com sua gentil presença.
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