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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um pouco da história da Folha Espírita Editorial Revisitando a Folha Espírita

jornalista Freitas Nobre e sua esposa a médica Marlene Nobre

fundadores da Folha Espírita

Em 18 de abril, a Folha Espírita completa 37 anos em circulação, com 444 exemplares mensais, ininterruptos. A partir desta edição, levaremos você, leitor, a uma viagem no tempo, revisitando cada edição e trazendo à tona um arcabouço de informações e comentários de colaboradores que, ao longo desses anos, nos auxiliaram a manter vivo o sonho de nosso fundador, Freitas Nobre, que até hoje inspira o conteúdo editorial de nossa publicação, que mantém fidelidade ao compromisso de apresentar ao meio espírita e não espírita reportagens, entrevistas e artigos totalmente atuais, analisados sob a ótica da Doutrina, sempre tomando como referência as lições do Codificador e os ensinamentos preciosos das revelações recebidas através da Obra de Chico Xavier / Emmanuel.

Começamos nossa viagem convidando você a descobrir quais foram os pontos mais relevantes em nosso primeiro número.

Objetivo
De forma clara e objetiva, a primeira página do jornal traz o editorial assinado por Freitas Nobre, que, dotado de extrema lucidez, apresenta ao Movimento Espírita o ideal da fundação de um jornal totalmente espírita, porém atualizado e comprometido com a disseminação da Doutrina. Reproduzimos alguns trechos desse editorial, em que Nobre ressaltou: “Folha Espírita pretende ser o veículo de divulgação das atividades espíritas em nosso país, sintetizando também os acontecimentos internacionais que interessam à Doutrina ou dando interpretação para os fatos diversos e a projeção explicativa do Espiritismo à história contemporânea.” Até hoje, as páginas de nosso jornal procuram trazer a Doutrina Espírita como base para o entendimento dos acontecimentos do mundo contemporâneo.

E continua: “... Os companheiros que o planejaram e que o executam esperam fixar através de alguns meses de experiência e de consolidação uma estrutura capaz de, coordenadamente, levar a Folha Espírita à condição de diário.” Infelizmente, esse sonho de nosso fundador ainda não foi alcançado, mas consideramos com alegria o fato de que, até hoje, nunca faltaram corações dedicados que mantêm, durante mais de três décadas, edições ininterruptas, uma verdadeira vitória diante de tantos percalços.

Congelamento dos corpos
A entrevista da primeira edição foi realizada com o médium e grande incentivador da fundação do jornal, Chico Xavier. Foram perguntas bem atuais, entre elas a que fala de congelamento de corpos: “... O congelamento do corpo ocupado pelo espírito, em processo de desencarnação, pode retê-lo, por algum tempo, junto à forma física, ocasionando para ele dificuldades e perturbações. Isso, de algum modo, já sucedia no Egito Ancião, quando o embalsamento nos retinha, por tempo indeterminado, ao pé das formas que teimávamos em conservar. Semelhante retenção, porém, se verifica na pauta da lei de causa e efeito. E, quanto ao congelamento, se alguns dos interessados – por força da provação deles mesmos – retomarem o corpo frio a fim de reaquecê-lo, a ciência não pode assegurar-lhes um equipamento orgânico claramente ideal como seria de desejar, especialmente no tocante ao cérebro, que o congelamento indeterminado deixará em condições imprevisíveis.” Até o momento, a ciência, 37 anos depois, não detém recursos capazes de congelar os corpos de desencarnados, como nos orientou Emmanuel através da resposta dado por Chico à FE.

A Casa da Noite Eterna
O filme que foi foco da análise da FE em seu número inaugural foi A Casa da Noite Eterna (The Legend of Hell House), dirigido por John Horegh. A produção apresenta a história de uma casa mal-assombrada, caso clássico em Parapsicologia classificado como Hauntings, existente na Inglaterra.

Uma equipe constituída por pesquisadores, incluindo dois médiuns, sendo um de efeitos físicos, propõe-se a investigar os fenômenos ocorridos na casa. No decorrer do filme, diversos fenômenos de efeitos físicos ocorrem, e o mais instigante é a influência de obsessores que levam a óbito um dos personagens. Depois de relatar o filme, a análise, muito bem escrita, faz um paralelo com as orientações de Kardec e traz luz sobre a questão do óbito, enfatizando a resposta dos espíritos registrada no cap. IX de O Livro dos Espíritos sobre sua influência em nossas vidas, esclarecendo que a condição de influenciar existe, porém um espírito vir a matar outra pessoa é praticamente improvável. Se assim fosse, esclarece o artigo, a mediunidade seria uma arma letal.

A procura do nome de Deus
Registrada também nas páginas da edição uma entrevista com a conceituada artista plástica brasileira Sulamita Marenies, que explicou um pouco de sua mostra denominada A Procura de Deus: “Estamos presos em uma gaiola de pequenos conceitos e preconceitos, separados da realidade por paredes de espelhos que refletem apenas nossas estruturas interiores da verdade dos pedaços do infinito. Só com o rompimento dessa gaiola poderemos entrar em contato com a realidade.”

Outro fato marcante na entrevista é o relato da artista sobre seu encontro com Chico Xavier: “A princípio, sentimo-nos pequenos diante da grandeza do espírito de Chico Xavier, mas, depois, sua modéstia e atenção muito nos comoveu. A lembrança de Chico será sempre um grande incentivo nesta nossa tarefa de comunicação com o espírito de outras dimensões dentro das artes plásticas.”

Retratos mediúnicos
Durante muitos anos colaborou com a FE a respeitada jornalista e editora da revista Planeta, Elsie Dubugras, que neste número assinou a coluna Retratos Mediúnicos e nos trouxe o relato de seu encontro com a médium inglesa Coral Polge, ocorrido em Londres, na Spiritualist Association of Great Britain.

A mediunidade da londrina desenvolve-se com um processo de mentalização de pessoas e espíritos conhecidos das pessoas que participam da reunião e, com isso, ela consegue visualizá-los com o auxílio dos espíritos, desenhando seus rostos. Foram mais de quatro desenhos executados, e eles se apresentavam como espíritos que de alguma forma auxiliavam Elsie em suas atividades. A mediunidade era de tamanha singeleza que Coral conseguia captar e desenhar rostos de parentes desencarnados, como, por exemplo, de um rapaz que pediu que desenhasse o rosto de sua avó que nem sequer ele tinha conhecido em vida. Elsie encerra o relato dizendo: “Tive a oportunidade de conhecer uma médium como poucas.”

Efeito Kirlian – Fotografia do perispírito?
O colaborador e amigo dedicado da FE, engenheiro Ney Prieto Peres, apresenta-nos os estudos, recentes na época, do efeito Kirlian, ressaltando que as manchetes de jornais internacionais apontavam as fotografias obtidas pelo efeito Kirlian (aparelho gerador de alta frequência, em que os eletrodos são terminais que emitem campos, e quando em contato direto dos eletrodos com os objetos, com auxílio de caixas plásticas e outros apetrechos, é possível sensibilizar os filmes com emissões próximas a um segundo). As fotografias obtidas apresentam dois aspectos: uma estrutura luminosa no interior dos objetos representada por nervuras irradiantes, linhas ou alvéolos; e as irradiações e protuberâncias em chamas brilhantes emanadas das periferias. Em um artigo muito consciente, o engenheiro avalia se essas captações não podem ser expressões da aura humana captadas pelas fotossensíveis, e nos deixa a pergunta avaliando com base em A Gênese se não seria o efeito Kirlian uma maneira de fotografarmos os perispíritos.

Manuscrito inédito
Para concluir a edição, o colaborador Canuto Abreu, emérito pesquisador espírita, apresentou-nos um manuscrito inédito em que se avalia um contato do codificador com um brasileiro que em sua correspondência solicitava a Kardec a autorização para a tradução de O Livro dos Espíritos para o português.

Datada de 23 de agosto de 1860, a carta configura-se como uma resposta de Kardec a Francisco Antonio Pereira da Rocha, advogado baiano que tinha papel muito atuante na sociedade da época através de seu empenho, que extrapolou as lides restritas ao Direito e passou a dedicar-se também a descobertas que fossem capazes de trazer progresso e melhorias para toda a sociedade de sua época. São dele, por exemplo, estudos para o aprimoramento do transporte férreo introduzindo rodas de borracha nas composições. Em suma, Antonio Pereira da Rocha era um homem sábio e admirável, figura influente no cenário baiano na época em que Ruy Barbosa ainda era menino.

Voltando à resposta de Kardec, podemos perceber traços de sua personalidade e comprometimento com a Doutrina bem expressos, como no trecho: “Não posso deixar de ficar bastante lisonjeado, doutor, com o passeio que me manifesta de fazer uma tradução portuguesa de O Livro dos Espíritos e minha Instrução Prática. Aspirando primeiro que tudo à propagação da Doutrina Espírita, nenhuma objeção eu poderia fazer a seu desejo...”. Porém, responsavelmente, o codificador consultou a editora na pessoa do sr. Didier, que explicou-lhes o processo, em que poderia ser cobrado algo, mas Kardec, em nome da difusão da Doutrina, na mesma carta, diz que só gostaria de receber alguns exemplares da tradução, e termina convidando Antonio Pereira da Rocha a ser membro correspondente da Sociedade Espírita Parisiense.

Com esse manuscrito maravilhoso, que, com certeza, deve fazer parte dos anais do Espiritismo nascente em terras brasileiras, fechamos o breve relato daquilo que, em nossa pequenez, fomos capazes de resgatar e aqui sintetizar da primeira edição da Folha Espírita, datada de 18 de abril de 1974.

Podemos perceber os propósitos bem escritos e apresentados, seguidos por entrevistas e matérias atuais, profundas e analisadas sob a ótica espírita, que anunciavam a chegada de um periódico comprometido com os ideais maiores de democratizar e difundir a Doutrina dos Espíritos com preceitos éticos e verdadeiros. Sigamos em frente nessa viagem debruçando-nos na história de um jornal que nos reserva muitos aprendizados.

Abril de 2011 - Edição número 440

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