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terça-feira, 19 de abril de 2011

Trecho do livro “O Voo da Garça”

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Chico Xavier nasceu e morou por muito tempo na antiga Rua Quebra Nariz,2 que posteriormente passou a ser chamada de Rua da Matriz, em razão de sua proximidade com a primeira sede da igreja católica em Pedro Leopoldo, e, finalmente, passou a ser chamada de Rua de São Sebastião, abreviada no transcorrer dos anos pelos moradores da cidade como Rua São Sebastião:

“A Rua Quebra Nariz, (naquele tempo), hoje São Sebastião, devido ter sido o leito das lagoas e charcos, naquela ocasião, foi ocupada por pessoas muito pobres, que ali construíram, respeitando o alinhamento, verdadeiros barracões, ora cobertos de telhas, ora cobertos de zinco e muitos deles do próprio capim das choupanas” (FERREIRA, (s.d.), p. 37).3

De acordo com discurso de Chico Xavier, de 19 de fevereiro de 1972, ao receber o título de cidadão da cidade de Ribeirão Preto, podemos observar que o atual nome “Rua de São Sebastião” foi sugerido pelo seu próprio pai, João Cândido Xavier:

“O fato que eu peço permissão para narrar se refere a meu pai, João Cândido Xavier, que esteve durante um mês na antiga Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, no ano de 1894, quando era muito jovem... Meu pai acompanhava como ferroviário humilde alguns engenheiros que se dedicavam a estudos da estação da Mogiana, trazida para Ribeirão Preto em 1883. Embora zelando pertences de funcionários categorizados da Estrada de Ferro Central do Brasil, da qual foi ele pequenino servidor durante alguns meses no ano referido, ele se enamorou, como era muito natural, da cidade que visitava. Voltou à cidade de Palmyra, hoje Santos Dumont, com a ideia de se consorciar, mudando-se, logo após, para a Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto. Seguiu para a cidade de seu nascimento, Santa Luzia do Rio das Velhas, entre Belo Horizonte e Pedro Leopoldo. Casou-se e como a cidade de Pedro Leopoldo estava nascendo com os serviços da Companhia de Fiação e Tecelagem Cachoeira Grande foi ele um dos colonizadores da localidade nascente... Em Pedro Leopoldo, começou, meu pai, nova vida, sempre com a ideia de se transferir para a Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, mas a família aumentava e com a família as dificuldades, os sacrifícios domésticos. Meu pai se fizera tecelão, juntamente com a minha mãe; os dois, trabalhando em uma fábrica,4 para depois organizarem, por responsabilidade de minha mãe, uma tinturaria. Mas o Comendador Antônio Alves, que era um dos fundadores da cidade de Pedro Leopoldo, cedeu a meu pai, à nossa família, uma pequena taba em determinada rua, mas essa rua em Pedro Leopoldo nascente era teatro de rixas constantes. Meu pai se dirigiu ao Comendador Antônio Alves e disse a ele que conhecia uma cidade que era protegida por São Sebastião de Narbone, a Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, que ele se encantara com o trabalho, com a ordem, com a paz, com a segurança que todos os seus habitantes desfrutavam e pedia então ao Comendador que desse o nome de São Sebastião à rua que ele passara a habitar. O Comendador Antônio Alves achou interessante a notícia e não hesitou em fazer a concessão. A nossa família foi então organizada na Rua de São Sebastião em Pedro Leopoldo, a rua que mereceu a homenagem humilde de um homem humilde que foi o meu pai à cidade de Ribeirão Preto. Nessa cidade, nasci pela graça de Deus, nessa Rua de São Sebastião, nasci pela graça de Deus” (DISCURSO de 19/02/1972. Grifo meu).

De acordo com as pesquisas, e desconsiderando o período que Chico residiu com sua madrinha, Rita de Cássia, de 1915 a 1917, aproximadamente, o médium morou em quatro residências na cidade de Pedro Leopoldo: de 1910 a 1918, aproximadamente, onde hoje se encontra o Centro Espírita Luiz Gonzaga (...)); de 1918 a 1948, residiu com os familiares do primeiro e segundo casamentos de seu pai na também Rua de São Sebastião, quase em frente ao antigo endereço (...); de 1948 a 1950, aproximadamente, mesmo com a casa acabada, passou a morar com sua irmã Maria Luiza Xavier (...); de 1950 a 1959, em razão do casamento de uma de suas sobrinhas, passou a residir mais regularmente na casa construída nos fundos da casa de sua irmã Maria Luiza Xavier (...).

Na década de 40, Chico Xavier morou com alguns de seus irmãos e sobrinhos, entre eles as irmãs Lucília e Doralice Xavier, do segundo casamento. Logo depois do casamento de Lucília, Chico foi morar na Rua Comendador Antônio Alves, na casa onde residia a sua irmã Maria Luiza Xavier, e onde, mais tarde, no fundo do mesmo terreno, construiu uma casa com a ajuda de amigos e parentes (hoje Rua Pedro José da Silva, 67 B)5, permanecendo nessa residência até 4 de janeiro de 1959.6

(...)"

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2 Segundo o pedroleopoldense José Issa Filho, esse nome surgiu porque moradores da rua, alterados pelo consumo de bebida alcoólica, ao passarem por ela, uma rua irregular, costumavam cair e machucar, principalmente, o nariz. A rua também era palco de brigas e discussões constantes.

3 FERREIRA, Elysio Alves Gonçalves. A verdadeira história da origem de Pedro Leopoldo. Pedro Leopoldo: (s.d.t). p. 37.

4 De acordo com o depoimento de sua irmã, Maria da Conceição Xavier Pena, seus pais também teriam trabalhado na Fábrica de Marzagânia, distrito de Sabará.

5 O repórter Clementino de Alencar, chegando a Pedro Leopoldo, e depois de se acomodar no Hotel Diniz, resolveu dar uma volta pelas poucas ruas da cidade e observou que as casas não tinham número. Inquirindo o fato aos moradores eles responderam que não havia necessidade, pois todos eram conhecidos.

6 Numa feliz iniciativa, o empresário Geraldo Lemos Neto adquiriu, revitalizou e disponibilizou a casa para visitação pública. Em 2 de abril de 2006, foi inaugurada a Casa de Chico Xavier, contendo todas as suas obras psicografadas e muitas biográficas. Hoje, a casa integra o roteiro “Caminhos de Luz Chico Xavier”, instituído pela Fundação Cultural Chico Xavier de Pedro Leopoldo (...).

Do livro: O voo da garça — Chico Xavier em Pedro Leopoldo (1910|1959)

Jhon Harley | Vinha de Luz Editora | 2. ed. | 2010 | p. 67-71.

(recebido em email de Célia Soares celiasoares8845@gmail.com)

Rua São Sebastião em Pedro Leopoldo, MG. Arquivo do historiador Geraldo Leão

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