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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Narrativa do livro “O Voo da Garça”

“Na estrada que cortava os terrenos da Fazenda Modelo, um pouco aquém dos renques de bambus, havia a ponte do Ribeirão do Matuto. Uns cinquenta metros ao lado da ponte, sempre descendo na direção da estrada de ferro, o ribeirão contornava uma grande várzea, onde crescia capim-provisório, moitas de capim-gordura, uns poucos juncos, dois ingazeiros e lírios de cálices muito brancos e perfumados. E foi aí que nasceu a lenda que há muitos anos me foi contada por um velho do caminho de Vera Cruz, depois por Sá Tomásia e, em seguida, por Donana Preta. A lenda era a mesma, mas Sá Tomásia tinha mais talento para contar uma história, por isso lembro-me com mais nitidez de suas palavras. No fim do mês de março de 1910, começaram a aparecer garças naquela várzea, as quais foram-se misturando com os lírios. Palavras de Sá Tomásia: ‘E da ponte a gente via um branco que se movia e mudava de lugar, e um branco que não se movia nem mudava de lugar...’ No dia 2 de abril de 1910, o branco dos lírios e das garças cobriu toda a várzea. E foi na manhã desse dia, bem cedo, que as garças embranqueceram vários trechos do azul do nosso céu, voando aos bandos, sem a menor pressa, num ritual de graça e leveza, com as penas refletindo a luz do sol e espalhando o suave perfume dos lírios da Fazenda Modelo pelo povoado de Pedro Leopoldo. Sá Tomásia: ‘Foi a manhã mais bonita que vi em toda a minha vida!... E eu já vi as manhãs de mais de trinta mil dias...’ À tarde, as garças voltaram a voar sobre o povoado, levando em suas penas o perfume dos lírios. E só retornaram ao ponto de onde saíram quando o sol começou a se esconder no horizonte. Sá Tomásia: ’Quem abriu a janela naquela noite viu o céu como se ele estivesse atrás de um vidro de cristal, com as estrelas mais próximas da Terra e brilhando mais que em outras noites, e sentiu no vento um suave perfume de lírio...’

No dia seguinte, as garças, aos poucos, como chegaram, começaram a deixar aquela várzea. E só ficaram ali umas poucas garças e uns poucos lírios. Ainda hoje podemos ver naquela região um pequeno número delas, com certeza descendente das garças que sobrevoaram a cidade no dia 2 de abril de 1910, dia em que Chico Xavier nasceu. E Sá Tomásia concluía explicando que aquelas garças tinham aparecido em nossa terra para festejar, com seus voos e o perfume dos lírios, o nascimento de Chico Xavier. Sá Tomásia: ’Os lírios de Pedro Leopoldo nunca floriram com tanta vontade como naqueles dias...’ E o interessante é que hoje em dia, onde Chico Xavier se concentra para receber um espírito do além, quase sempre surge um suave perfume... às vezes de rosas, às vezes de lírios...”

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FILHO, José Issa. Coisas do reino de Pedro Leopoldo 3. Pedro Leopoldo: Tavares, 2002. p. 138-140.

Do livro: O voo da garça — Chico Xavier em Pedro Leopoldo (1910|1959)

Jhon Harley | Vinha de Luz Editora | 2. ed. | 2010 | p. 17-19.

O lindíssimo bambuzal na Fazenda Modelo à época em que Chico Xavier nela trabalhava.

Foto do acervo do historiador de Pedro Leopoldo, MG, Sr. Geraldo Leão

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