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quarta-feira, 30 de março de 2011

Newsletter da Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires


Chico Xavier pede licença

Edição 12 | Março de 2011


SEGURANÇA E PAZFrancisco Cândido Xavier


O comentário dominante em nossas conversações, horas antes da reunião pública, referia-se à necessidade de preservarmos a segurança como fator de paz em nossas organizações de serviço, seja em casa ou no grupo social, nas instituições ou nos lugares de ordem geral.

Tantas situações difíceis encontramos e tantas lutas espirituais surpreendemos nas atividades do cotidiano, que indagávamos qual a melhor maneira de acertar com o caminho natural para as atitudes de equilíbrio que nos competem. Conduzidos à reunião, com surpresa notamos que O evangelho segundo o espiritismo nos oferecia o item 7 do capitulo IX para estudo e interpretação.

Vários amigos expressaram conclusões valiosas quanto os textos. E, no término dos trabalhos, o nosso caro Emmanuel escreveu a página que passo às suas mãos, com o nosso desejo de tê-la com os seus apontamentos doutrinários, com os quais vamos estudando a nossa redentora doutrina no Diário de S. Paulo.

PREPARAÇÃO GRADATIVA Emmanuel


Melancolia, saudade, carência afetiva, solidão, angústia: palavras chaves que designam a dor daqueles que perderam a companhia de seres queridos, arrebatados pela desencarnação.

Se essa prova te senhoreia o espírito na Terra, não configures os entes amados, transferidos para outras dimensões da vida, qual se fosse a vestimenta inútil confiada ao cofre de cinzas.

Aqueles que se desenfaixaram do envoltório físico não morreram. Seguiram à frente, no rumo da estação a que te destinas.

E, na maioria dos casos, surpreenderam tantas exigências de renovação, a par de tantas maravilhas que, habitualmente, tudo fazem para que se te dilate a demora no plano de matéria mais densa, a fim de que não lhes sigas os passos, na base da inexperiência.

Compreendemos o pesar de tantas criaturas sensíveis e afetuosas que acalentam a ideia de deserção, quando se sentem lesadas pela falta daqueles que as precederam na morte. Entretanto, de outra margem da vida volvem os que partiram, na decisão de sustar-lhes o anseio indébito, auxiliando-as na preparação necessária perante o futuro.

Se te despedistes de corações queridos, agora domiciliados no mais além, não te creias vítima de esquecimento por parte de quantos te foram no mundo âncora e benção.

Prossegue oferecendo-lhes paz e amor, atendendo quanto possível, à extensão do bem que estimariam continuar edificando em teu campo de ação. E conserva a certeza de que, enquanto lhes honorificadas a memória, junto dos homens, eles, igualmente, continuam realizando o máximo, em teu favor, não somente sustentando-te as forças, no dever a cumprir, como também organizando, a pouco e pouco, em ti e fora de ti, o clima adequado à vida nova, que te aguarda no mais além, a fim de que te ajustes com segurança às benções do porvir.

(Página recebida em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 20/02/1976, em Uberaba, MG)


AS VIAS DO PROGRESSO J. Herculano Pires (Irmão Saulo)


Estamos na era de velocidade e as vias do progresso exigem de nós alguns acréscimos de virtudes. Ao lado do velho ideal de paciência de que nos fala Emmanuel, temos de aprimorar a capacidade de visão, de raciocínio rápido e de ação imediata. A calma interior precisa conjugar-se com a coragem de tomar decisões sem perda de tempo para superarmos perturbações e obstáculos.

Para evitar choques destrutivos, temos de ver se manobras protelatórias não favorecerão a desvatação dos destruidores. Nosso entendimento exige bases seguras de conhecimento e lealdade, para não cairmos na traição dos nossos próprios ideais. Se não medirmos os limites da tolerância com a régua do dever podemos acumpliciar-nos no crime.

Lamentar as crises não resolve nada, mas convém analisá-las com espírito critico, sem o medo teológico das punições. Para vencer na causa do bem não podemos fechar os olhos ao mal ou tentar negá-lo.

Quando Emmanuel aconselha-nos paciência e amor, refere-se a uma dessas conjugações necessárias em nossos dias. Mas o amor tem os seus graus e as suas formas de aplicação. No item 7 do cap. IX de O evangelho segundo o espiritismo, o exemplo de Cristo é o nosso modelo. Vemos nos Evangelhos que Jesus, amando todas as criaturas, impediu a lapidação da mulher adultera e perdoou a Zaqueu os seus roubos, mas nunca deixou de corrigir com veemência os erros conscientes dos fariseus e doutores da lei.

Várias vezes desencadeou conflitos no templo para despertar a consciência dos que a abafavam nas malhas da conveniência, pondo em perigo o esclarecimento e a orientação espiritual do povo.

Kardec explicou, no Evangelho, as diferenças existentes entre o amor que temos por um amigo e o que podemos dar a um inimigo. O espiritismo é realista e não nos aconselha a esquecer que o mal predomina na Terra.

O dever de vigiar e orar deve lembrar-nos que não vivemos no céu, mas num mundo de provas e expiações. Se quisermos realmente seguir as vias do progresso, não podemos esquecer as virtudes viris da vigilância.

Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"
do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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