BLOG DE NOTÍCIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA.....ARAÇATUBA- SP

Atenção

"AS AFIRMAÇÕES, INFORMAÇÕES E PARECERES PUBLICADOS NESTE BLOG SÃO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DE QUEM OS ELABOROU, ASSINA E OS REMETEU PARA PUBLICAÇÃO. FICA A CRITÉRIO DO RESPONSAVEL PELO BLOG A PUBLICAÇÃO OU NÃO DAS MATÉRIAS, COMENTÁRIOS OU INFORMAÇÕES ENCAMINHADOS."

quinta-feira, 10 de março de 2011

Divaldo Franco e Raul Teixeira interpretam Evangelhos

ENTREVISTA COM DIVALDO PEREIRA FRANCO

PUBLICADA NA FOLHA ESPÍRITA, SÃO PAULO

MARÇO/2011

Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira autografaM NA Mansão do Caminho, em

Salvador, BA, Os Evangelhos e o Espiritismo, da Editora Leal

Foto: Washington da E. Bacelar

A Mansão do Caminho, em Salvador (BA), foi o cenário escolhido para o lançamento, no final de janeiro, do livro Os Evangelhos e o Espiritismo, de Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira. Segundo revelam, a obra, da Editora Leal, nasceu um ano antes, quando militantes do Centro Espírita Caminho da Redenção propuseram a realização de um trabalho em torno da interpretação espírita de alguns tópicos do Evangelho de Jesus. “Aguardamos, então, que as questões nos fossem apresentadas e, após respondê-las, foi montado o livro”, conta Divaldo.

Segundo o médium, o estudo está rigorosamente pautado nas informações exaradas na Codificação kardequiana, com atualização e acréscimo da opinião dos benfeitores espirituais que por eles se comunicam, “inspirados no exemplo do venerando apóstolo da mediunidade Francisco Cândido Xavier”.

“Nenhuma novidade, nem apêndice ao trabalho apresentado pelo Codificador. Antes, é uma confirmação de tudo quanto o insigne Mestre nos ensina e propõe para a renovação moral e a prática da caridade mediante a autoiluminação”, diz Divaldo, que conversou com a Folha Espírita:

Folha Espírita – Na introdução a O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec nos coloca que o Espiritismo ao mesmo tempo que rasga horizontes para o futuro projeta luz não menos viva sobre os mistérios do passado. Como analisa essa colocação do Codificador?

Divaldo Pereira Franco – O nobre Codificador procura demonstrar, nesse admirável conceito, que a vida é uma constante em todas as circunstâncias, seja na realidade espiritual ou na temporalidade orgânica, elucidando que o Espiritismo, em penetrando o mistério que sempre envolveu a Criação, esclarece os seus enigmas, facultando melhor entendimento sobre as necessidades humanas em relação ao porvir, enquanto demonstra que, sendo os próprios construtores do destino, o homem e a mulher são, na atualidade, o que de si mesmos fizeram nas experiências transatas, assinalando o que serão nas ocasiões porvindouras. Elimina, portanto, os mitos e superstições que têm envolvido a Paternidade Divina, conceituando-a sempre como o Amor na sua mais elevada significação, conforme o evangelista João definiu o Criador. Graças aos seus postulados firmados na lógica e na razão, o Espiritismo faculta melhor entendimento sobre o futuro, ensejando-lhe a construção feliz, ao mesmo tempo que ilumina os complexos acontecimentos do pretérito, que permaneciam obscurecidos pela ignorância.

FE – Os postulados espíritas são identificáveis nas tradições filosóficas e religiosas dos povos antigos?

Divaldo – O Espiritismo, sob outras denominações, tem muitos dos seus paradigmas ínsitos nas tradições filosóficas e religiosas de quase todos os povos antigos, especialmente do Oriente. A crença na Causalidade Absoluta do Universo está presente nas antiquíssimas doutrinas da Índia, do Egito, da China, de Israel, do Tibete, da Grécia e de Roma, citando, apenas algumas. A sobrevivência do espírito ao corpo é de todas as religiões, assim como da filosofia idealista dos pré-socráticos, tanto quanto de Sócrates, de Platão e de Aristóteles. A comunicabilidade dos espíritos tem sido a alma das esperanças e consolações em todos os postulados religiosos do passado, presente no pensamento filosófico da cultura oriental e greco-romana, culminando no messianato de Jesus, inclusive, a pluralidade dos mundos habitados, conforme Ele enunciou (João, XIV: 1 a 3). Allan Kardec, o egrégio missionário, estudando a mediunidade e dignificando-a, reuniu todos esses postulados em uma síntese invulgar, dando à Doutrina que deles emana o nome de Espiritismo.

FE – No Movimento Espírita surgem trabalhos que tratam da análise dos textos bíblicos, apontando equívocos de interpretação ou mesmo erros de tradução. Acredita que esses trabalhos espíritas, a partir de dissertações acadêmicas, possam redundar em mudanças ao que hoje é oficialmente aceito?

Divaldo – Penso que os estudos sérios em torno de alguns textos bíblicos que hajam sido traduzidos de forma incorreta possam vir a ser aceitos, após a demonstração dos seus equívocos, mas que não irão produzir significativas alterações no comportamento espírita e cristão dos adeptos sinceros do Espiritismo. Assim penso, porque Allan Kardec teve o cuidado de examinar com sabedoria alguns deles, dando-lhes a correta interpretação, conforme se encontra em O Evangelho Segundo o Espiritismo e em A Gênese.

Ademais, o extraordinário estudo de textos evangélicos apresentado pelo nobre espírito Emmanuel, nos seus incomparáveis livros Caminho, Verdade e Vida, Fonte Viva e Pão Nosso, através do venerando apóstolo da mediunidade Chico Xavier, confere autenticidade a todos esses, porque o iluminado benfeitor teve acesso aos originais existentes na espiritualidade, portanto, sem nenhum perigo de tradução alterada ou manipulação interesseira de segmentos religiosos ou de outra denominação.

FE – Como explicar a fama e respeito que Jesus granjeou ao longo dos séculos, ao passo que os “poderosos” de sua época jazem no quase esquecimento?

Divaldo – A mim, pessoalmente, fascina-me observar que o Incomparável Mestre é mais conhecido hoje do que nos Seus dias, porquanto a Sua sementeira de libertação de consciências foi dirigida ao futuro da humanidade. Os poderosos da Terra desenharam o seu périplo e desapareceram na voragem da sua própria presunção, enquanto Ele é cada dia mais vivo e amado, em razão da mensagem ensinada e vivida como ninguém antes o fez em igualdade de condições.

FE – Acha merecido o título de “Rei dos Reis” comumente direcionado a Jesus?

Divaldo – Sem a menor dúvida, acho esse um título merecido, embora não expresse toda a grandeza do amado Rei Solar...

FE – Temos acompanhado seu trabalho de divulgação pelo mundo comportando incursões por países muçulmanos. Como anda em relação a Israel, o berço do nosso Mestre Jesus?

Divaldo – Faz 20 anos que estive em Israel, quando proferi uma palestra na Universidade de Jerusalém, não havendo, porém, dado os frutos que esperávamos. Desse modo, que eu saiba, não existe nenhum grupo espírita no país, talvez havendo atividades domésticas realizadas por pessoas espíritas apenas no círculo familiar.

FE – Há espaços para expansão do Movimento Espírita naquele país?

Divaldo – Até onde vão as minhas percepções psíquicas, neste momento não me parece existir qualquer espaço para o surgimento e propagação do Movimento Espírita em Israel.

FE – Em sua missão de divulgação da Doutrina pelo mundo, você esteve não só em Israel, mas em dezenas de outros países, inclusive recentemente em Istambul. Como vê a aceitação do Espiritismo no exterior e a possibilidade de sua expansão?

Divaldo – Face ao seu conteúdo profundo, enraizado no conhecimento científico, com a incomparável contribuição filosófica e toda a grandeza ético-moral de consequências religiosas, o Espiritismo atende às necessidades da inteligência e aos impositivos da emoção da criatura humana, elucidando todos os enigmas que antes eram impostos como verdades incontestáveis. A visão espírita profundamente racional, estribada em fatos demonstrativos da sua realidade, convence os estudiosos sinceros e proporciona-lhes equilíbrio mental e emocional, por iluminar-lhes a consciência e oferecer-lhes as respostas próprias às interrogações perturbadoras.

Desse modo, tratado com o respeito e o carinho de que se reveste, onde quer que seja apresentado, é sempre recebido com simpatia e consideração, ensejando ao público oportunidade de reflexões sérias e mudança do comportamento hedonista, imediatista, para o abençoado esforço da transformação moral conforme o Evangelho de Jesus.

Acredito, portanto, fielmente, por exemplo, na missão histórica do Brasil, conforme o livro ditado pelo espírito Humberto de Campos, pela mediunidade ímpar de Chico Xavier, a respeito da tarefa de devolver ao mundo contemporâneo a mensagem de Jesus atualizada pela revelação espírita.

Em toda parte, onde o Espiritismo é apresentado com a dignidade de que se revestem os seus postulados, abrem-se-lhe as portas para a mais ampla divulgação e a inevitável expansão dos seus ensinamentos.

FE – Como vê a fase atual pela qual passa a humanidade?

Divaldo – Vivemos o momento da grande transição terrestre de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. Enquanto alguns profetizam calamidades e destruições, devemos reflexionar em torno do que vier depois e não das tragédias que fazem parte do processo da evolução.

Não existe ressurreição sem morte anterior, de igual maneira a felicidade que nos está reservada surgirá após a noite das transformações que se operarão no querido planeta, bem como das mudanças interiores que nos impusermos.

Assim sendo, que nos amemos, sim, uns aos outros, contribuindo para o bem geral, realizando o melhor que nos esteja ao alcance, evitando ser pedra de tropeço no caminho do nosso próximo.

FE – Nesta fase especial de transição, qual deve ser a conduta do Movimento Espírita?

Divaldo – Acredito que, neste grave momento que a sociedade terrestre vive, ao Movimento Espírita cabe a tarefa de demonstrar a excelência da Doutrina que esposa, através da integridade moral dos seus membros, do devotamento ao bem e à caridade de todos os espiritistas, a seriedade e a hombridade da conduta, o respeito a todos e a tudo, e, ante a impossibilidade de impedir os efeitos dos males antes praticados, é-nos lícito produzir novas causas, para os resultados felizes de amanhã, como asseverou o inolvidável benfeitor da humanidade Chico Xavier, em outras belas palavras...

Divaldo Pereira Franco em conferência no Centro Cultural Municipal, em Istambul, Turquia,

no ano de 2010. Foto: Jorge Moehlecke

“Não existe ressurreição sem morte anterior, de igual maneira a felicidade que nos está reservada surgirá após a noite das transformações que se operarão no querido planeta, bem como das mudanças interiores que nos impusermos”

“Que nos amemos, sim, uns aos outros, contribuindo para o bem geral, realizando o melhor que nos esteja ao alcance, evitando ser pedra de tropeço no caminho do nosso próximo”

Assine Folha Espírita

www.folhaespirita.com.br

0 comentários: