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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Espiritismo no Sul de Minas

Dermeval Carinhana Jr. - dcarinhana@gmail.com

Instituto de Estudos Espíritas “Wilson Ferreira de Mello”, Campinas, SP.

Pela quarta vez tivemos a honra e a felicidade de visitar, em seqüência, diversos centros espíritas naquilo que se pode chamar de uma verdadeira viagem espírita. Dessa vez, o convite nos levou ao Sul de Minas Gerais, nas cidades de Campanha, Boa Esperança, Três Corações e Varginha. Na bagagem, palestras da série “Colaboradores de Allan Kardec”, pertencente ao projeto “Conheça Kardec”, elaborado e desenvolvido em nosso agrupamento espírita, o Instituto de Estudos Espíritas “Wilson Ferreira de Mello”: “Os Médiuns e Allan Kardec”; “Os Espíritos e Allan Kardec”; “A Correspondência de Allan Kardec”; e “As Viagens de Allan Kardec”. Como das outras vezes, nossa viagem tinha dois grandes objetivos: contribuir na propagação do pensamento de Kardec sobre as idéias espíritas e, como em uma via de mão dupla, recolher na forma de ensinamento as impressões e experiências em cada centro visitado. Nesse aspecto, nossa pequena incursão mineira não poderia ter sido mais proveitosa: em todos os lugares por onde passamos, vimos grupos espíritas, alguns com mais de 70 anos de atividades, altamente organizados, com grandes idealistas à frente de seus trabalhos, contribuindo, de forma simples e dedicada, com o esclarecimento da criatura humana sobre sua natureza espiritual.

Um ponto que nos chamou verdadeiramente a atenção foi o número de jovens e crianças presentes às reuniões. Em mais de uma cidade pudemos constatar sua presença em companhia de seus pais e responsáveis, acompanhando com vivo interesse e atenção a apresentação de conteúdos sobre a vida e obra de Allan Kardec. Prova disso, foram algumas das perguntas de elevado teor moral e filosófico que nos foram endereçadas ao final das exposições. Em Campanha, um garoto de 12 anos perguntou sobre as motivações que levaram Allan Kardec a iniciar seus estudos espíritas. Em Três Corações, outro jovem da mesma idade quis saber sobre o funcionamento de nosso centro, e como havia surgido a idéia de levar adiante o projeto “Conheça Kardec”. Tais manifestações apenas confirmam que, a despeito dos poucos anos apresentados pelo corpo físico, os jovens guardam as mesmas necessidades e possibilidades que quaisquer outros espíritos ligados a esse planeta. A sabedoria consiste, pois, em se aproveitar tal potencial, sempre tendo em vista as limitações naturais de cada fase em que o espírito se encontra.

Outro aspecto que desejamos destacar consiste nas relações existentes entre os diferentes grupos espíritas, mesmo localizados em cidades diferentes, algumas distantes mais de 100 km entre si. Há, entre eles, um respeito mútuo, não por uma forma de afiliação qualquer, mas sim pelo mais puro laço moral construído com base na convivência séria e saudável entre seus dirigentes e freqüentadores. Ao mesmo tempo em que se observa essa relação horizontal de mútua estima, há, por parte de alguns companheiros, uma ascendência moral natural, daquelas construídas ao longo do tempo, da experiência e, sobretudo, dos verdadeiros sentimentos de simpatia para com tudo e para com todos. Nesse sentido, foi em Boa Esperança e Varginha onde encontramos verdadeiros exemplos de referenciais de devotamento e empenho na implantação e desenvolvimento de trabalhos espíritas, apontados não por nós, mas sim pelos companheiros que, reconhecidos pela ajuda recebida, fizeram questão de compartilhar conosco seus sentimentos de carinho e agradecimento.

Um fato que desconhecíamos por completo foi a própria história do surgimento dos núcleos espíritas nessa região do país. Sabíamos, não há dúvidas com respeito a isso, da importância e do dinamismo do meio espírita em Minas Gerais, em particular pela influência natural, e importante, de Chico Xavier, cujo papel na história do Espiritismo dispensa maiores comentários. No entanto, em todos os lugares por onde passamos, sem exceção, ficou evidente que a criação e organização do Espiritismo datam de uma época anterior à própria atuação do Chico, o que mostra que, não sem motivo, seu trabalho encontrou um ambiente favorável na região de Minas.

Por fim, experiências como essa demonstram que, ao contrário do que pensam alguns, o meio espírita atual é formado por uma grande malha altamente ativa e organizada de agrupamentos espíritas. Como as pessoas que os compõem, tais centros são dotados das mais diversas características entre si. Uns são pequenos, ao passo que outros, grandes. Alguns são muito antigos, enquanto muitos outros possuem poucos anos de idade. Em muitos casos, ao lado de centros dotados de dezenas de grupos de estudos, há agrupamentos onde seus dirigentes ainda estão em vias de firmar um grupo dessa natureza. Em sua maioria, os centros possuem bibliotecas e livrarias notáveis pela organização e número de livros, enquanto outros tantos contam apenas com um punhado de livros bem aproveitados por todos. Daí se deduz que, longe de ser um obstáculo, a diversidade do meio espírita consiste em belas oportunidades de aprendizados e trocas de experiências entre todos os envolvidos. Carece, pois, de qualquer base racional e moral a afirmação de que o meio espírita é despreparado ou está envolto em crises de toda a ordem. Há muito que fazer, não há dúvidas, em prol da propagação e avanço do Espiritismo. Contudo, tão certo quanto isso é o fato de que as pessoas responsáveis por tais desenvolvimentos já se encontram, a maneira dos primeiros pioneiros espíritas, onde sempre se encontram os verdadeiros idealistas: realizando de forma alegre e desinteressada suas tarefas no Bem.

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