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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Homenagem para João Marchesi, grande vulto espírita de Penápolis, SP

Acontecerá neste sábado 26/02/2011, a partir das 17hs15min., no programa “A Caminho da Luz”, na Rádio Difusora AM 820 de Penápolis e será reapresentada à noite no Centro Espírita Allan Kardec, a partir das 20 horas. Vão participar da homenagem o Sr. José Ferrite Bravo, declamando poesias, Marco Viana, da cidade de Barbosa, que vai coordenar a apresentação, e João Marchesi Neto. O texto-roteiro vai destacar o trabalho de Joao Marchesi nas lides espíritas e sua trajetória exemplar na divulgação e vivência dos postulados do Evangelho de Jesus. Também será homenageada Benedita Fernandes, a grande líder espírita da região noroeste que, antes de conhecer o Espiritismo, passou por problemas obsessivos na cidade de Penápolis, sendo João Machesi um dos que a atenderam na oportunidade. Abaixo a biografia do homenageado João Marchesi e link para leitura da biografia de dona Benedita Fernandes.

João Marchesi
(05/02/1887 – 27/2/1959)

Biografia elaborada por: Mário Abe

João Marchesi nasceu em Nemoli, Itália, em 5 de fevereiro de 1887, filho de Antônio Marquese e de Anna Antônio Ferrari.

Chegou ao Brasil na condição de imigrante, desembarcando no porto de Santos, SP, na data de 15 de setembro de 1906.

Casou-se em 11 de outubro de 1910, na cidade de Taquaritinga, SP, com Carolina Corazzini, italiana imigrada de Veneza, filha de João Corazzini e Maria Meani, uma menina de 15 anos. Tiveram nove filhas e três filhos: Antônio, Romilda, Maria, Letícia, Joana, Pôncio, Isaías, Esperança, Janete, Leivi, Izabel e Romilda, esta última nascida depois da morte da irmã que tinha o mesmo nome.

João Marchesi chegou em Penápolis procedente da cidade onde se casou, Taquaritinga, e se dedicou à profissão de colchoeiro.

Elpídio Antônio Moreira, em “Orlas do Evangelho” (1978), conta que quando sua família chegou de Dobrada, aportando em Penápolis, no ano de 1917, alugaram uma casa no Bairro Alto, na Avenida Eduardo de Castilho, na frente da qual residia o sr. João Marchesi e dona Carolina, já com a numerosa prole de dez ­filhos.

Diz mais aquele autor que Marchesi tinha duas casas de sua propriedade, numa das quais tinha sua oficina de folheiro, posteriormente transformada em armazém de secos e molhados e que, além de folheiro, o italiano Marchesi desenvolveu outras atividades como: negociante, quitandeiro, fabricante de banha e lingüiça de porcos e comércio de móveis.

Quanto à vida espírita de João Marchesi, os registros disponíveis informam que teria se iniciado por volta de 1912. Elpídio narra em seu já mencionado livro que: “Já por meados de 1920, João Marquese, semi-analfabeto, reuniu-se comumente com outros amigos em sessões espíritas. De imediato, compra as obras exponenciais de Léon Hippolyte Denizard Rivail, “Allan Kardec” e uma Bíblia, fazendo anotações as comparava e assim se lhe deslumbrou diante de sua alegria, o Mundo dos Espíritos. Deixo aqui o nome de sua mentora do além, uma moça bela e loira, que dera o nome de “Esperança”.

Com a colaboração de diversos amigos, entre os quais: Giocondo Verri, Antônio Poço, Marino Jardim, Caetano Baraldi, José Verri e Paulo Galindo, João Marchesi deu início à construção da sede do Centro Espírita “Discípulos de Jesus”, em um grande terreno de 22x44m, que ele próprio adquirira para sua residência e ao lado da qual, edificara um pequeno cômodo, onde, por muitos anos, funcionou aquele Centro, fundado no dia 22 de junho de 1925.

Sabe-se também que Marchesi recebeu grande apoio do Dr. Raymundo Mariano Dias, personalidade de escol do movimento espírita de Barretos que residiu na vizinha cidade de Birigüi -SP, entre os anos de 1922 e 1924 e, também, de Cairbar Schutel, o grande “Bandeirante do Espiritismo”, residente em Matão, que, da mesma forma como fizera com outros dirigentes espíritas, como no caso de Gedeão Fernandes de Miranda, fundador da União Assistencial Espírita de Araçatuba, ajudou João Marchesi na elaboração dos Estatutos do Centro Espírita “Discípulos de Jesus” e, com isso, possibilitou-lhe legalizar a tradicional Casa Espírita penapolense.

Elpídio menciona que João Marchesi tinha o hábito de fazer leituras sistemáticas de trechos do Novo Testamento, seu livro preferido, e que, se de início, as mesmas pareciam provocar certo cansaço nos ouvintes, quando se iniciavam as explicações: “todos ficavam atônitos com suas revelações; comparava o Novo Testamento com os livros de Kardec e, então percebemos, se o Novo Testamento é a continuação do Velho, os livros de Kardec são a complementação de ambos”.

Um episódio digno de menção e que em muito enaltece a existência ilibada e cheia de virtudes de João Marchesi foi o encontro com a grande e festejada espírita da Noroeste - Benedita Fernandes -, que, no ano de 1922, perambulando por Penápolis, completamente obsediada, foi atendida primeiramente pela família de Elpídio Antônio Moreira, que contou com a indispensável e desvelada ajuda do eficiente passista João Marchesi para o atendimento espiritual daquela que se transformaria, pouco tempo depois, num dos mais importantes esteios do movimento espírita de Araçatuba.

Elpídio registra que, em face do problema obsessivo de Benedita Fernandes, que vagava pela sua casa dizendo coisas sem nexo e impossibilitados de mantê-la no reduto doméstico, requisitaram o concurso do carcereiro Padial, segundo ele “um espanhol de pouca prosa e bondoso”, que recolheu a doente na Delegacia de Polícia para lhe dar comida, cama e proteção e, com isso, propiciando-lhe alcançar o despertamento luminoso que a converteria, segundo Antônio César Perri de Carvalho, na “Dama da Caridade”, uma vida que é só exemplos, voltada ao atendimento diuturno de doentes mentais, crianças sem lar, peregrinos sem rumo e a difusão eficiente e cuidadosa dos postulados espíritas consubstanciados na gigantesca obra da codificação Kardequiana.

João Marchesi naturalizou-se brasileiro e, com isso, além de receber o Título de Eleitor de número 1924, em 25 de agosto de 1934, teve o seu nome adaptado à nossa língua, passando a assinar Marchesi ao invés de Marquese.

Em 1956, foi criada a Caravana da Fraternidade “Auta de Souza”, com a finalidade de arrecadar, pelo trabalho voluntário e por toda a cidade, doações que, até o ano de 1970, eram distribuídas para as famílias carentes e, posteriormente, destinadas à manutenção da própria creche que também leva aquele nome – Auta de Souza –, outra dama da caridade que a família espírita tanto venera.

Pouco tempo depois, aquele mesmo grupo dá início à construção de um asilo espírita, em terreno doado pela família Gomes, situado na Rua Dr. Ramalho Franco, 1039, transformado posteriormente em um hospital espírita que, a partir de 1994, ganhou o nome de Hospital Espírita “João Marchesi”, uma justa homenagem ao seu idealizador.

Em 1960, o prédio onde eram realizados os estudos doutrinários foi demolido, cedendo lugar às amplas instalações de dois pavimentos que abrigam a Creche “Auta de Souza”, no pavimento térreo, e o Centro Espírita “Discípulos de Jesus”, no piso superior.

Tudo isso foi possível graças ao trabalho grandioso e desprendido que João Marchesi difundiu por Penápolis e toda região Noroeste, uma vida digna que todos nós temos orgulho de rememorar e, sobretudo, vontade de seguir.

João Marchesi desencarnou em Rio Claro, SP, no dia 27 de fevereiro de 1959, com 72 anos de idade, deixando viúva dona Carolina, que veio a falecer em 19 de agosto de 1984, com 89 anos, na cidade de Lins, SP.

Encerramos estas pálidas anotações transcrevendo o poema “Homenagem Póstuma” de autoria de Gabriel Salina Valero, que assim se expressa em relação ao grande líder João Marchesi:

De tantos que aqui aportaram
E com a causa se defrontaram,
Houve um que mais brilhou.
João Marchesi era seu nome
Que o tempo o fez renome
Pelo marco que aqui fincou

Aqui chegando, não vistes nada,
então deixastes bem plantada
a bandeira que mais reluz.
Com os ensinos do Nazareno,
Que brilhando pelos milênios,
Ao bom caminho nos reconduz.

Ensinastes o Espiritismo
com a pureza do Cristianismo
para que todos tivessem luz.
Mostrando que a porta estreita
Aperfeiçoa quem se sujeita
A seguir as pegadas de Jesus.

Não paraste pelo caminho,
Sabias não estar sozinho
ao vir dar o teu recado.
Confiavas na Providência,
tinhas fé na assistência
que te davam do outro lado.

Quanta gente sofrendo,
da vida se aborrecendo
sem conhecê-lo jamais.
A quantos destes guarida,
desta gente tão sofrida
fostes um verdadeiro pai.

Fostes o grande pioneiro
e no filho do carpinteiro
depositavas tua fé.
Era tudo o que querias,
seguir o filho de Maria,
o Grande Mestre de Nazaré.

Foram feitos os teus desejos
pela grandeza que eu te vejo
e a pureza do teu amor.
Hoje vives noutras romagens
ensinando as mesmas mensagens
nas mansões celestes do Senhor.

(Biografia do site www.universoespirita.org.br)

Leia Biografia de d. Benedita Fernandes aqui:

http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultos/benedita_fernandes.htm

Benedita Fernandes, a Dama da Caridade, na extrema direita da foto, com doentes mentais na instituição que fundou.

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