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sábado, 8 de janeiro de 2011

Palestra Sermão

Américo Sucena

A palestra é um recurso típico das casas espíritas.

O conceito de palestra é para o dicionário Michaelis: conferência ou discussão sobre tema científico ou literário. No Aulete: conferência sobre determinado assunto cultural ou científico. No Houaiss: conferência ou debate sobre tema cultural ou científico

Percebe-se não haver muita diferença entre os “pais da matéria” sobre o tema.

Mas algo nos preocupa com relação ao assunto palestra, que é a possibilidade dela se tornar um sermão.

O conceito de sermão para os três dicionários acima também não difere essencialmente: discurso moralizador; admoestar ou série de considerações com o fim de moralizar; censurar; repreender; reprimenda.

Uma das grandes lições de Jesus foi nunca criticar, ou censurar, até mesmo as pessoas mais comprometidas com o erro.

Diante de mulher adúltera, não impôs nem exigiu mudanças e quando curava, limitava-se a alertar “vai e não erres mais, para que não aconteça coisa pior” deixando por conta do livre arbítrio da criatura, o que fazer diante das experiências seguintes.

Diferentemente de Jesus, não temos o direito de fazer admoestações a quem quer que seja pelo simples motivo de que somos ainda espíritos passíveis do mesmo erro.

Voltando à preocupação inicial, precisamos estar vigilantes para não escorregar e tornar a palestra que estamos fazendo um sermão, ainda que por instantes.

Vamos a um exemplo.

Eu posso falar da seguinte maneira dirigindo-me à platéia: “Você é livre para decidir o que fazer, mas quando se lesa alguém fisicamente, afetivamente, emocionalmente ou comercialmente, você terá que reparar”.

A frase fica ainda pior se for dita assim: “Vocês são livres para decidir o que fazer, mas quando lesam alguém fisicamente, afetivamente, emocionalmente ou comercialmente, vocês terão que reparar”.

Eu posso falar dessa forma, mas não devo, sob pena de transformar uma boa palestra em um sermão.

A nosso ver a frase acima deve preferencialmente ser dita como segue: “Eu sou livre para decidir o que fazer, mas quando leso alguém fisicamente, afetivamente, emocionalmente ou comercialmente, eu terei que reparar”. Ou colocarmos no plural: “Nós somos livres...”.

Esta forma de se incluir como alguém que também está sujeito ao erro, mostra o cuidado e o respeito que o orador tem com a platéia, tornando o assunto mais leve e deixando por conta do público a reflexão necessária.

Estejamos atentos.

(Texto repassado por Orson Peter Carrara)

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