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sexta-feira, 2 de abril de 2010

CENTENÁRIO CHICO XAVIER

ESTE EMAIL ESPECIAL É UM TRIBUTO A CHICO XAVIER. ATENDENDO NOSSO PEDIDO MUITOS AMIGOS ENVIARAM SUAS COLABORAÇÕES DEVIDAMENTE ILUSTRADAS. A TODOS O NOSSO “DEUS VOS PAGUE”. AS FOTOS SÃO DE ACERVOS PARTICULARES E SÓ PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DE SEUS POSSUIDORES. ESTA PUBLICAÇÃO ESTÁ NA ORDEM ALFABÉTICA DOS NOMES DOS COLABORADORES EM TIPO AZUL. AS ILUSTRAÇÕES ESTÃO EM BAIXA RESOLUÇÃO PARA VIABILIZAR ENVIO E RECEPÇÃO.

ISMAEL GOBBO igobi@uol.com.br


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ANDRÉ GANDOLFO (Jales, SP)

O Homem Cândido



Um dia todo mundo ouvirá

O canto que aos ouvidos chegará

De uma vida que iluminou muitas outras

E ainda iluminará...



Um dia renderemos tributos de amor

A um homem mais que encantador

Que quando falava, sua voz vibrava

E tocava no imo do esplendor...



Mesmo quem não souber

Que pisou no chão terrestre uma luz

Sentirá Chico Xavier

Dentro da alma, como nada traduz



Qual ternura de mulher

Todo mundo saberá

Que há um Chico Xavier

Que no mundo cantará

E nos dirá com fervor

Como é lá

O mundo do amor...



Venha o que viver

Para sempre e simplesmente

Chico Xavier...











FOTOS: TODAS COLHIDAS NO SITE www.universoespirita.org.br ILUSTRAM FASES DA VIDA DE CHICO XAVIER


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ANTONIO CÉSAR PERRI DE CARVALHO (Brasília, DF)

O MARCO HISTÓRICO CHICO XAVIER

"Somos privilegiados por sermos contemporâneos de Chico Xavier e pela oportunidade de visitá-lo inúmeras vezes. Se em vida física, Chico Xavier foi um autêntico “divisor de águas” para o Movimento Espírita brasileiro, agora, oito anos após a sua desencarnação e ao se comemorar o Centenário de seu nascimento, Chico Xavier, mais uma vez é o instrumento para se intensificar a difusão da Doutrina Espírita. Na seara espírita, incluindo o estímulo à divulgação de suas obras psicográficas, na mídia e nos filmes, Chico Xavier é o tema marcante e continuado em todo o País!"

Antonio Cesar Perri de Carvalho - Secretário Geral do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira e diretor do Conselho Espírita Internacional.








FOTOS: CÉSAR COM CHICO XAVIER NO ANO DE 1987; CÉSAR E A ESPOSA CÉLIA COM OS FILHOS E CHICO EM 1976; CÉSAR CONDUZ CARAVANA DE ARAÇATUBA NO ANO DE 1979; CÉSAR E A ESPOSA CÉLIA CUMPRIMENTAM CHICO EM 1991; CÉSAR E D. JOSÉFINA PERRI C. DE CARVALHO “DONA BEBÉ”, MÃE DE CÉSAR, COM CHICO EM 1990. (FOTOS DO ACERVO PARTICULAR DE CÉSAR PERRI)

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CIDÁLIA XAVIER CARVALHO (Pedro Leopoldo, MG)

UMA ROSA PARA CHICO XAVIER



(PARTE DA ENTREVISTA CONCEDIDA PELA ÚNICA DOS IRMÃOS AINDA VIVOS DE CHICO XAVIER, A ISMAEL GOBBO, E PUBLICADA NA FOLHA ESPÍRITA, DE SÃO PAULO, EM 2009)



FE. E a família Xavier?

Cidália - “Papai, João Cândido Xavier, que se casou com Cidália, minha mãe, já tinha nove filhos do primeiro casamento, com dona Maria João de Deus, entre eles o Chico. Mamãe teve seis filhos: André, o mais velho, depois, Lucília, Neuza, eu, Dóris (Doralice) e João, o caçula. Vivos somos eu e o André, que mora em São Paulo. Mamãe era um sonho. O Chico, que tinha apanhado muito depois da morte da sua mãe, encontrou nela o carinho que precisava. A história é bonita. Ficamos sabendo que, logo depois do casamento com papai, mamãe colocou um banco e enfileirou todas as canequinhas para servir o café e o bolo para cada um dos filhos que recebia com todo amor e carinho. Ela era muito calma, muito meiga. Papai já tinha um temperamento meio nervoso, principalmente em relação ao Chico, porque ele ficava até tarde nos trabalhos de psicografia e de atendimento. Era quando ele falava: “Esse povo não dá sossego pro Chico. Será que não vê que ele precisa dormir para acordar cedo e ir trabalhar?”.



FE. João freqüentava os trabalhos espíritas?

Cidália - “Ele não freqüentava, mas o filhos todos iam ao centro espírita. José, que dos homens era o mais velho e muito alegre, foi o braço direito de Chico Xavier. Quando ele desencarnou o Chico ficou numa tristeza enorme porque sempre trabalharam juntos”.



FE. Como era o Chico no dia-a-dia?

Cidália - “Ele era maravilhoso, brincalhão, trabalhador, lindo. Não era vaidoso, mas sempre gostava de andar bem arrumado. Tinha um paletó xadrez que amava! Nunca me esqueço que à noite, quando a gente se preparava para dormir, ele marcava um horário para ser chamado de manhã porque tinha de ir para o serviço. E assim a gente fazia. Se era para chamar às 7 horas, a gente o chamava pontualmente. Ai ele dava uma acordadinha e falava para nós: “Me dá mais cinco minutinhos? ”. Passados os cinco minutos a gente o acordava de novo e ai não tinha jeito. “Já passáramos cinco minutos, então vou levantar”, dizia”.



FE. Chico assumiu muitos encargos com a morte de dona Cidália, sua mãe?

Cidália - “O Chico foi, ao mesmo tempo, irmão, pai e mãe. Com a morte de mamãe (2) ele assumiu muitas responsabilidades e, embora moço, soube distribuir atenção e zelar por todos nós. Lembro-me que eu trabalhava com minha irmã Neuza na fábrica até meia noite, e ele ficava nos esperando enquanto fazia as suas psicografias. Quando a gente chegava, ele parava de psicografar e nos perguntava como tinha sido o dia de trabalho, se tudo tinha corrido bem, queria saber das novidades, das pessoas. Às vezes, a gente falava que fulano estava gostando de cicrana, que outro estava namorando beltrana. Ele ficava contente e dizia: “É verdade?. Que coisa boa!”. No meu caso, lembro-me que ele dava os conselhos: “Olha, Dália, você precisa encontrar um moço bom, mais velho que você, que seja responsável e que lhe faça feliz”. Ao conhecer o Chiquinho, que era chefe na fábrica, fui falar com ele e disse: “Acho que estou gostando do Chiquinho, ele parece ser muito bom, mas estou achando-o meio idoso, mais velho que eu.” E Chico respondeu: “Ah, esse vai ser muito bom para você!”. E realmente foi.”



FE. Do que o Chico mais gostava?

Cidália - “As pessoas as vezes pensam que o Chico era tão diferente dos outros... Ele era uma pessoa normal. Chico gostava de cinema, de televisão, de teatro e muito de música. Achava interessante o povo sair para as ruas cantando em serenatas”.



FE. Na música, o que ele apreciava?

Cidália - “Ele gostava demais de musicas clássicas. O Geraldo Leão, nosso grande amigo aqui de Pedro Leopoldo, fez muitas fitas para ele. Uma do Waldo de Los Rios, o Chico gostou demais. Era muito linda, ele tinha mesmo razão. Mas o Chico gostava dos cantores também. Amava ouvir Roberto Carlos, Vanusa e muitos outros. Quando Elis Regina morreu, ele ficou arrasado. Uma música que o marcou muito foi Hi-Lilli Hi-Lo (3). Eu tenho tantas coisas dele que em um dia, dois dias... não dá pra contar...”



FE O Chico continua recebendo muitas homenagens...

Cidália - “Fizeram um memorial na região do Açude através da Câmara e da Prefeitura quando era prefeito o sr. Ademir Gonçalves (4). Mas o povo quebrou tudo. Deus permita que as homenagens alegrem o Chico. Ele era uma pessoa muito simples e humilde. A gente precisa se fazer uma pergunta quando vai fazer alguma coisa para ele: será que o Chico ficará contente? Será que isso o deixa alegre?. Temos de fazer as coisas pensando em dar alegrias para ele”



FE Nste ano, em abril, teremos aqui, em Pedro Leopoldo, novo Encontro dos Amigos de Chico Xavier.

Cidália - “Deus permita que isso aconteça. Temos o interesse do Geraldinho que é uma pessoa muito especial. Ele é o nosso sucesso. Apesar de não ter tido muito contato com ele, digo que é uma pessoa maravilhosa. O Chico dedicava a ele a maior consideração. Se a minha saúde estiver boa, irei ao encontro para retribuir aos amigos as alegrias que proporcionam ao Chico”.



FE. Uma mensagem para os Espíritas.

Cidália “Quem sou eu para dar mensagem aos espíritas... Diria apenas que fico muito feliz por amarem o Chico da forma como amam, dentro dos princípios da Doutrina Espírita”.












FOTOS: QUANDO ISMAEL FAZIA A ENTREVISTA COM D. CIDÁLIA XAVIER CARVALHO, FOTOGRAFOU-A EM SEU JARDIM, OFERECENDO A ROSA DA FOTO PARA O IRMÃO CHICO XAVIER; D. CIDALIA DEFRONTE DE SUA CASA QUE FOI MUITO FREQUENTADA POR CHICO XAVIER, PRÓXIMA DA FABRICA DE TECIDOS; RUA SÃO SEBASTIÃO EM PEDRO LEOPOLDO COM A CASA ONDE CHICO NASCEU – A PRIMEIRA DE DUAS ÁGUAS À ESQUERDA DA FOTO; FÁBRICA DE TECIDOS CACHOEIRA GRANDE, ONDE CHICO COMEÇOU A TRABALHAR AOS NOVE ANOS; CASA ONDE CHICO RESIDIU EM PEDRO LEOPOLDO ATÉ O ANO DE 1959, HOJE UM CENTRO DE REFERÊNCIA DA VIDA E DA OBRA DE CHICO XAVIER; A CAMA E O BANHEIRO DA CASA, PRESERVADOS; DONA CIDALIA (D) COM A FILHA MARY ROSE; CARTÃO DE CARMEM MIRANDA, A PEQUENA NOTAVEL, ENVIADO PARA CHICO XAVIER PELO IRMÃO DE CARMEM, OSCAR MIRANDA, E O CARTÃO QUE CHICO ENVIOU A D. CIDALIA POR OCASIÃO DOS CINQUENTA ANOS DE DESENCARNAÇÃO DE D. CIDALIA BATISTA, SUA MÃE ADOTIVA E MÃE BIOLÓGICA DE CIDÁLIA XAVIER CARVALHO, OCORRIDO NO DIA 19 DE ABRIL DE 1931. (FOTOS EM PRETO E BRANCO DO ARQUIVO GERALDO LEÃO, PEDRO LEOPOLDO, MG, E AS COLORIDAS DE ISMAEL GOBBO)

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GERALDO LEÃO (Pedro Leopoldo, MG)

CHICO XAVIER VISTO PELO HISTORIADOR GERALDO LEÃO



(PARTE DA ENTREVISTA CONCEDIDA PELO HISTORIADOR GERALDO LEÃO, DE PEDRO LEOPOLDO, MG, A ISMAEL GOBBO E PUBLICADA NA FOLHA ESPÍRITA, DE SÃO PAULO, EM DE 2009



FE – Como conheceu e como avalia a importância de Chico Xavier para Pedro Leopoldo?
Leão - O meu primeiro contato com o Chico se deu quando eu contava com aproximadamente 20 anos. Eu estava naquela efervescência da juventude e namorando, circunstâncias que, de certa forma, não me faziam perceber sua importância. Ele freqüentava muito a casa de meu pai, que era motorista de praça, e o levava para viajar ou visitar a periferia. Inclusive, meu pai fez várias fotos de Chico Xavier que fazem parte do acervo. Passado algum tempo é que fui entendendo quem era realmente Chico Xavier e o que ele representava para Pedro Leopoldo. Descobri, como muitos, que ele era uma pessoa fora do comum.

FE - Em janeiro completaram-se 50 anos da ida de Chico de Pedro Leopoldo para a Uberaba. Como era a cidade com Chico e, depois, sem ele?
Leão - Só para você ter uma idéia, na época do Chico em Pedro Leopoldo, ou seja, há 50 anos, a cidade contava, entre pousadas, pensões e hotéis, com aproximadamente oito unidades. Hoje conta com apenas dois hotéis. Pedro Leopoldo com o Chico Xavier era outra. Às segundas e sextas-feiras, a cidade ficava tomada por centenas de visitantes, que vinham para assistir às sessões no Centro Espírita “Luiz Gonzaga, para receber uma mensagem, um conforto ou apenas conhecer o Chico. Pela rua São Sebastião toda se via automóveis vindos de todos os cantos do país. E, também do exterior, Chico Xavier recebia visitantes. Um deles foi o famoso professor Pietro Ubaldi, em 1951, que, na ocasião, recebeu noticias da mãe, em italiano, através do Chico. Outra visita ilustre foi a do jornalista Clementino de Alencar, de O Globo, no primeiro semestre de 1935. Na companhia de um fotografo, ele assistia às reuniões, fazia entrevistas, fotografava e enviava quase diariamente as matérias para a sede do jornal, no Rio de Janeiro. Esse valioso material com ilustrações interessantes foi inserido no livro Notáveis reportagens com Chico Xavier, editado pelo IDE, de Araras, SP.

FE - Dona Cidália nos disse que o Sr. fazia gravações para o Chico. Quais?
Leão - Eu fiz, ao longo do tempo, muitas gravações para o Chico, sobretudo de músicas, que dona Cidália, sua irmã, enviava para Uberaba. Em compensação, ganhei um grande presente dele. Quando Chico esteve na casa dela, acho que em janeiro de 1982, pedi à Cidália que intercedesse junto a ele para gravar para mim a poesia Alma Gêmea, que está no livro Há Dois Mil anos. Ele disse para a irmã: “perfeitamente”. E fez a gravação pausadamente. Essa relíquia foi remasterizada em CD pelo amigo Oceano Vieira de Melo, da Versátil Home Vídeo, a quem reitero agradecimentos.

FE - A música era o prazer predileto de Chico?
Leão - Ele era apaixonado por musica. Lembro-me que o Chico sempre passava na hora do almoço em uma loja de eletrodomésticos daqui de Pedro Leopoldo, a “Radiolândia”, onde sempre havia uma radiola funcionando. Quando ele aparecia por lá para ouvir músicas, eu aproveitava e ia ouvir também. Um dia ele chegou para o dono da loja, Antonio Rafael, que faleceu em janeiro deste ano, e lhe disse: “Oi Nonô Rafael, coloque para mim os Prelúdios de Liszt que eu estou doido para ouvir isso hoje”. E nós ouvimos com ele. Era costume o Chico e alguns amigos, após o término das reuniões, irem para a casa de André Luiz, seu irmão, para tomar um lanche. Isso acontecia lá pela uma, duas da madrugada. Como eu morava em frente à casa do André, na rua Benedito Valadares, tinha a oportunidade de ouvir as músicas e as deliciosas gargalhadas do Chico. Sempre que ia fazer suas psicografias, Chico pedia música, como se pode comprovar no DVD do programa Pinga Fogo, da TV Tupi, do qual ele participou.

FE O senhor acha que Chico Xavier sofreu alguma pressão do clero para deixar Pedro Leopoldo?
Leão - Corre a lenda aqui que o Padre Sinfrônio Torres de Freitas, que ficou na cidade por mais de 40 anos, teria sido um dos responsáveis pela saída de Chico de Pedro Leopoldo. Não creio, e explico: no dia da inauguração da Praça Chico Xavier, em 15 de novembro de 1980, Chico fez um discurso extraordinário que eu tive a felicidade de gravar na integra com meus equipamentos. Gravei os discursos de todos os oradores. O Chico, na sua fala, nos deu uma lição de vida contando toda a sua trajetória por Pedro Leopoldo. Num dos trechos de seu discurso falou: “Agradeço a presença do Padre Sinfrônio Torres de Freitas, pastor das almas de Pedro Leopoldo”. Quando ele disse isso, uma estrondosa salva de palmas ocorreu. Logo depois dos discursos, Chico foi para a casa de sua irmã, Luiza Xavier, a mais velha, e num dos quartos recebia os visitantes que o vinham cumprimentar. Formou-se uma grande fila e nela pude divisar, meio espantado, a presença de três irmãs de caridade de Pedro Leopoldo, com seus hábitos, para cumprimentá-lo. Pode ser que alguns não gostassem do trabalho do Chico, mas posso afiançar que ele tinha amigos e simpatizantes em todos os redutos religiosos”.

FE - Além de fotos, quais os materiais do Chico o senhor tem para expor?
Leão - Temos bastante coisa. Em 1998, aqui, em Pedro Leopoldo, com patrocínio da prefeitura, foi realizada uma exposição em seis grandes salas, na Escola São José, retratando a cidade desde o seu inicio até aquele ano de 1998. Uma das salas foi exclusivamente para Chico Xavier. Nela colocamos a máquina de escrever, que ele usava na Fazenda Modelo, pertencente ao meu acervo; a cadeira na qual ele se sentava para psicografar no Centro Espírita Luiz Gonzaga, hoje exposta no Memorial; o livro de pontoda Fazenda Modelo, em que Chico assinava entrada e saída ao serviço; lápis que usou nas psicografias; óculos, a xícara de chá de seu uso, dentre outros. A particularidade da sala é que fizemos também um serviço de som com gravador auto-reverse, que reproduzia mensagens na voz do Chico. Então, as pessoas viam os objetos que pertenceram ao Chico e ouviam a sua voz. Como já frisei, parte desse acervo se encontra exposto no Memorial Chico Xavier instalado na sede da Unimed de Pedro Leopoldo. Precisamos de um espaço maior, se possível exclusivo, para darmos mais destaque a tudo aquilo que temos do inesquecível Francisco Cândido Xavier.

“Neste recanto das Minas Gerais nasceu e viveu por meio século a figura mais expressiva que conheci e que o Brasil inteiro reconhece como um dos mais belos modelos de conduta cristã a ser seguido por todos nós. Falo de Chico Xavier, uma figura ímpar, inesquecível, um orgulho para o Estado e o Brasil”

“Chico gostava de cinema. Certo dia dos anos 50, fui assistir ao filme Carrossel e lá estavam Chico Xavier, o irmão André Luiz e o Nelson Spampato., colega de trabalho de Chico na Fazenda Modelo. Ao final do filme, Chico disse: “Isso não é um filme, é uma poesia”
“Chico Xavier dizia que ao contemplar Pedro Leopoldo enxergava a Roma Imperial com suas obras gigantescas e os habitantes com seus usos e costumes”














FOTOS DE PEDRO LEOPOLDO: CHICO XAVIER, DE TERNO ESCURO, COM COLEGAS DE TRABALHO NA FAZENDA MODELO, EM PEDRO LEOPOLDO, MG; CHICO RECEBE DAMA DA ALTA SOCIEDADE PAULISTA NA FAZENDA MODELO; CHICO XAVIER COM SEU IRMÃO E GRANDE COMPANHEIRO ANDRÉ LUIZ; FAZENDA MODELO NA ÉPOCA DE CHICO; A PEDRO LEOPOLDO ANTIGA; RUA SÃO SEBASTIÃO COM O CENTRO ESPIRITA LUIZ GONZAGA, O ÚLTIMO PREDIO BRANCO DA DIREITA EM DIREÇÃO DA IGREJA MATRIZ, AO FUNDO; RUA ANTONIO ALVES COM O CINEMA, A ESQUERDA; ENTRADA DA CAVALARIÇA NA FAZENDA MODELO; ESTAÇÃO FERROVIÁRIA; RUA COMENDADOR ANTONIO ALVES; ANIMAIS NA FAZENDA MODELO NOS ANOS DE 1950; CHICO XAVIER AOS 45 ANOS; CHICO XAVIER COM O ITALIANO PIETRO UBALDI; (FOTOS DO ARQUIVO GERALDO LEÃO, PEDRO LEOPOLDO, MG)

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GERALDO LEMOS NETO (Pedro Leopoldo, MG)
CHICO XAVIER NA INTIMIDADE


Minha tia avó, Nair Machado Paschoal foi contemporânea de Chico Xavier em sua meninice na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Nascida em 11 de Abril de 1914 ela era apenas 4 anos mais moça que Chico. Contava-nos ela que costumava levar para o Grupo Escolar de Pedro Leopoldo a merenda que a mãe, minha bisavó Georgina Cândida Machado, fazia questão de enviar aos alunos mais pobres. O menino Chico era um dos que recebiam esta colaboração fraternal, e desde então estabeleceu-se entre a família de Chico e os Machado grande afinidade. Temos um trecho de uma carta dele em que ele afirma que minha bisavó Georgina Cândida Machado era a melhor amiga de sua mãe Maria de São João de Deus.

Muitas décadas depois, num dos chás beneficentes de Chico Xavier, promovidos em São Paulo por sua grande amiga Mercedes, Chico abordou publicamente este fato, chamando à sua presença nossa querida tia avó Nair, para lhe ofertar publicamente as rosas de sua gratidão.

Esta era uma das características principais da personalidade incomparável do amado Chico, a gratidão ! Como ninguém Chico sabia fazer amigos, respeitá-los, cultivar sua amizade, e ser-lhes fiel. Traço próprio das almas justas e generosas como ele.

O pai de Chico, Sr. João Cândido, era vendedor de loterias, e sabendo que o filho Chico tinha uma voz e uma afinação muito apreciada, levava o garotinho entre os seus 5 e 9 anos idade para cantarolar, alegrando seus prováveis clientes. Tia Nair nos contava que morria de inveja da voz maravilhosa do Chico, e um dia, décadas depois, contou este fato a ele. Para surpresa sua, Chico lhe confessou, “Nair, minha nêga, pois eu morria de vergonha de cantar em público ! “ – e os dois deram boas risadas.

Passaram-se os anos, Tia Nair casou-se com o engenheiro de Belo Horizonte, Sylvio do Couto Paschoal, que conhecendo então Chico Xavier, converteu-se também ao Espiritismo. O casal mudou-se para Cruzeiro, e depois São Paulo, capital, onde tiveram 5 filhos e criaram raízes.

Nos finais da década de 1960, tia Nair contou-nos que se afeiçoou a uma cadelinha extremamente gentil que foi apelidada de Brownie, em alusão à cor de seu pelo amarronzado. De uma hora para outra Brownie ficou arredia, macambúzia, parou de brincar esfuziante como era de seu costume, e começou a se esconder pela casa, ora debaixo das camas, ora no alpendre que dava para a Rua Cardoso de Almeida no bairro Perdizes da capital paulista, onde residiam. Nenhum veterinário conseguiu desvendar o mistério de seu comportamento, e a cadelinha permanecia amuada e triste, enfraquecendo-se a olhos vistos.

Numa tarde, Tia Nair, cuidando de seus afazeres domésticos, notou que um automóvel havia parado na porta de sua casa, dele saltando alguém que abriu o portãozinho delicadamente, dirigindo-se à varanda de sua entrada. Acompanhando a cena com emoção, verificou ela tratar-se de Chico Xavier. Para surpresa dela, Chico deteu-se por longo período acariciando o pelo da cadelinha Brownie, como se estivesse ali a prosear com ela. Alheado de tudo em volta, Chico orou pedindo a benção dos Céus em favor do animal.

Emocionada e surpresa Tia Nair abriu a porta, antes que Chico pudesse tocar a campainha, e os dois se abraçaram longamente, com alegria e emoção.

Como quem solucionava o problema de imediato, Chico Xavier lhe falou :

“Minha boa Nair, a nossa Brownie (ninguém havia lhe contado o nome dela ) está tristezinha assim porque ela deseja ter uma prole numerosa. Ela precisa cruzar e ser mãe! “

Dias depois, providenciado o cruzamento de Brownie, era de se ver a sua algazarra alegre novamente !

Geraldo Lemos Neto

Casa de Chico Xavier

Pedro Leopoldo
























FOTOS: FOTO 1 : GERALDINHO LEMOS ENTREVISTANDO CHICO XAVIER PARA A COMPOSIÇÃO DO LIVRO BIOGRÁFICO "CHICO XAVIER - MANDATO DE AMOR"; FOTOS 2, 3 E 4 : GERALDINHO LEMOS COM CHICO XAVIER EM SUA CASA DE UBERABA EM OCASIÕES DISTINTAS ENTRE 1987 E 1989; FOTO 5 : CHICO XAVIER E VIVALDO DA CUNHA BORGES RECEBENDO O PRIMEIRO VOLUME DO LIVRO "ÍNDICE GERAL DAS MENSAGENS PSICOGRAFADAS POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER" DE AUTORIA DE VIVALDO; FOTO 6 : CHICO XAVIER HOSPEDADO NA RESIDÊNCIA DE GERALDINHO LEMOS EM BELO HORIZONTE EM SETEMBRO DE 1986; FOTO 7 : GERALDINHO E VIVALDO COM CHICO XAVIER EM SUA BIBLIOTECA DE UBERABA; FOTO 8 : GERALDINHO E ELIANA DA CUNHA BORGES COM CHICO XAVIER EM SUA SALA DE ALMOÇO EM UBERABA EM 1988; FOTO 9 : GERALDINHO E MÔNICA DA CUNHA PACHECO AUXILIAM CHICO XAVIER NAS TAREFAS DO CORREIO; FOTO 10 : GERALDINHO, ELIANA E DÉBORA DA CUNHA PACHECO APÓS ALMOÇAREM COM CHICO XAVIER EM UBERABA; FOTO 11 : CHICO XAVIER SUBSCRITANDO OS FAMOSOS PACOTES DE MENSAGENS COM DESTINO AOS CORREIOS SENDO OBSERVADO POR GERALDINHO E VIVALDO; FOTO 12 :GERALDINHO LEMOS VISITANDO O MUSEU CHICO XAVIER EM UBERABA EM 2008; FOTO 13 : CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO LADEADO POR FAMILIARES DE GERALDINHO LEMOS E WALDO VIEIRA, DA ESQUERDA PARA A DIREITA EM PÉ - ZECA E ZILICA MACHADO, DA DIREITA PARA A ESQUERDA - ADÉLIA MACHADO DE FIGUEIREDO E NAIR MACHADO PASCHOAL COM A FILHA AO COLO, AGACHADOS - LINDOLFO FERREIRA, ESPOSO DE DONA LUIZA XAVIER, E ARNALDO ROCHA, ESPOSO DE MEIMEI; FOTO 14 : CHICO XAVIER NA DÉCADA DE 40 EM PÉ DIANTE DA FAMÍLIA JOVIANO ( WANDA, DONA MARIA E DR. RÔMULO ); FOTO 15 : NAIR MACHADO PASCHOAL CONVERSA COM CHICO XAVIER EM SÃO PAULO, FOTO 16 : ZECA MACHADO - COMPANHEIRO DE TAREFAS DE CHICO XAVIER POR 35 ANOS EM PEDRO LEOPOLDO E QUE HÁ 56 ANOS FUNDOU A PEDIDO DE CHICO O GRUPO ESPÍRITA SCHEILLA; FOTO 17 : CHICO XAVIER ABRAÇANDO MARTINS PERALVA POR OCASIÃO DO RECEBIMENTO DO TÍTULO DE CIDADÃO HONORÁRIO DE BELO HORIZONTE EM 1974; FOTO 18 : DONA NENÉM ALUOTTO BERUTTO VISITANDO CHICO XAVIER NO HOSPITAL EM PEDRO LEOPOLDO, QUANDO ELE SE SUBMETEU A UMA CIRURGIA DE HÉRNIA NA DÉCADA DE 50; FOTO 19 : CARTÃO EM COMEMORAÇÃO AOS 100 ANOS DA CODIFICAÇÃO ESPÍRITA EM 1957 QUE CHICO XAVIER DEDICA A ADÉLIA MACHADO DE FIGUEIREDO, TIA AVÓ DE GERALDINHO; FOTOS 20, 21 E 22 : CARTÕES DE CONSOLAÇÃO QUE CHICO XAVIER ENDEREÇA A ADÉLIA MACHADO DE FIGUEIREDO DEPOIS QUE ELA VIU PARTIR PARA O ALÉM EM 1941 O FILHO CAÇULA WILLIAM, CUJAS MENSAGENS POSTERIORMENTE COMPUSERAM O LIVRO "BASTÃO DE ARRIMO" ORGANIZADO POR GERALDINHO LEMOS EM 1984 E PUBLICADO PELA UNIÃO ESPIRITA MINEIRA.


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ISMAEL GOBBO (Araçatuba, sp)

O PEREGRINO DE JESUS



CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO

www.universoespirita.org.br



Neste julho, o seareiro,

em festa que o mundo requer,

brilha, impoluto, altaneiro,

Francisco Cândido Xavier.


Setenta e cinco janeiros,

De mediunato, obras mil,

exaltam os brasileiros,

o maior médium do Brasil.


De Pedro Leopoldo a Uberaba,

sua mão só grafou luz,

em renúncia que não se acaba,

sempre louvando a Jesus.


Que o sol da paz ilumine,

a glória dos dias teus,

neste trabalho sublime,

herdado das mãos de Deus.

(Esta poesia foi escrita na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, SP, no dia 11/05/2002, como homenagem aos 75 anos do mandato mediúnico de Chico Xavier, comemorado em 08/07/2002. Enviei para a Folha Espírita para publicação. Chico desencarnou no dia 30 de junho de 2002 e a poesia publicada pela FE, na edição de julho)


















FOTOS DE ISMAEL GOBBO: REPRODUÇÃO DE LIVRO DO TREM NA ESTAÇÃO DE PEDRO LEOPOLDO EM 1910; TREM HOJE; CENTRO ESPIRITA LUIZ GONZAGA; AÇUDE DO CAPÃO ONDE CHICO VIU EMMANUEL PELA PRIMEIRA VEZ; PLACA NO C.E. LUIZ GONZAGA; TOCA FITAS, XICARA, ÓCULOS, LAPIS E CADEIRA UTILIZADOS POR CHICO XAVIER NOS TRABALHOS, EXPOSTOS NO MEMORIAL CHICO XAVIER, NA UNIMED DE PEDRO LEOPOLDO; MATRIZ DE PEDRO LEOPOLDO; BUSTO DO PADRE SINFRÔNIO DEFRONTE DA MATRIZ. ALGUNS DIZEM QUE PADRE SINFRONIO TERIA PERSEGUIDO CHICO. PRAÇA CHICO XAVIER E BUSTO NA PRAÇA EM PEDRO LEOPOLDO; COMUNHÃO ESPÍRITA CRISTÃ FUNDADA POR CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA EM UBERABA, CIDADE PARA ONDE CHICO SE MUDOU NO ANO DE 1959 E FACHADA DA CASA DE CHICO EM UBERABA. (FOTOS ISMAEL GOBBO).

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MERHY SEBA (Ribeirão Preto, SP)

Merecidas e oportunas Homenagens a Chico Xavier


As homenagens em torno do centenário do nascimento de Chico Xavier são realmente oportunas e merecidas.

Guardo na memória, a liderança natural e expontânea de Chico Xavier, exercida em inúmeros setores da Seara Espírita. Foi um líder sem cargo institucional, que soube comunicar, inspirar, orientar e, sobretudo, servir a todos, com humildade, empatia e sinceridade - atributos essenciais para liderar, com amor e sabedoria. (Merhy Seba, Diretor da USE/SP).








AINDA COM SOL FORTE, ESCALDANTE, A MULTIDÃO VAI CHEGANDO APRESSADA PARA SUPERLOTAR AS MODESTAS DEPENDÊNCIAS DO GRUPO ESPÍRITA DA PRECE, EM UBERABA, MG. CHICO CHEGA, A MULTIDÃO SE ACOTOVELA, O TRABALHO ABENÇOADO SE REALIZA SOB A PROTEÇÃO DE JESUS E DOS EMISSÁRIOS SUPERIORES. CHICO PACIENTE RECEBE SEUS VISITANTES QUERIDOS, OSCULA-LHES AS MÃOS E, FELIZ, VOLTA PARA CASA COM A CONSCIÊNCIA TRANQUILA, TRANQUILA COMO SEMPRE FOI. FOTOS ISMAEL GOBBO

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OCEANO VIEIRA DE MELO (São Paulo, SP)

O CANAL BRASIL CELEBRA O CENTENÁRIO DE CHICO XAVIER


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL O CANAL BRASIL CELEBRA O CENTENÁRIO DE CHICO XAVIER (02/04/2010),COM TRÊS PRODUÇÕES SOBRE GRANDES MÉDIUNS ESPÍRITAS



Durante o período da efervescência da intelectualidade francesa no século XIX, em Paris, foi lançado na Galérie D’Orleans do Palais Royal, na

Librairie Dantu, O Livro dos Espíritos, pelo pedagogo Hippolyte Léon Denizard Rivail, sob o pseudônimo Allan Kardec, conhecido como o codificador do Espiritismo. Desde então, a filosofia, a ciência e a religião para qual a essência do indivíduo é seu espírito imortal, que evolui em direção a Deus por meio de vidas sucessivas, ganha cada vez mais adeptos, simpatizantes e estudiosos em diferentes classes sociais em todo o mundo.

Os estudos e práticas espíritas em nosso país, teve inicio através de intelectuais e estudantes abonados que estudavam na França ainda quando Allan Kardec vivia em Paris. O movimento espírita é formado por cerca de 20 milhões de adeptos, entre praticantes, simpatizantes e estudiosos, sendo o Brasil a maior nação espírita cristã do mundo, onde a crença na vida após a morte e na reencarnação tem mais seguidores do que outro país.

Um dos grandes responsáveis pela popularização do espiritismo cristão no Brasil, no século passado foi Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, o maior médium de todos os tempos. Chico nasceu em 2 de abril de 1910 na cidade mineira de Pedro Leopoldo e, desde cedo, dava sinais de que era diferente das outras crianças. Durante mais de 70 anos, psicografou cerca de 430 livros, doando toda a renda em benefício de pessoas pobres, colaborou com dezenas de obras assistenciais e recebeu milhares de pessoas em busca de mensagens psicografadas de familiares que tinham morrido. Chico Xavier foi motivo de centenas de reportagens espontâneas da TV, do rádio e dos principais jornais diários e revistas semanais. O bondoso e humilde médium faleceu em 2002, aos 92 anos.

No mês em que milhões de brasileiros comemoram seu centenário, o Canal Brasil traz ao assinante uma mostra composta por três produções sobre grandes nomes do espiritismo. A programação começa com O Grande Médium Espírita (2007), dirigido pelo documentarista e pesquisador espírita Oceano Vieira de Melo. O filme apresenta depoimentos daqueles que conviveram com Chico Xavier.

No sábado seguinte, estréia Eurípedes Barsanulfo – Educador e Médium (2007), documentário em que Oceano Vieira de Melo remonta a trajetória de outro mineiro que se tornou popular por seus trabalhos como educador e médium que adotou a codificação kardequiana. Encerrando a mostra, Divaldo Franco – Humanista e Médium Espírita (2008), também dirigido por Oceano, aborda a vida e o trabalho de um dos mais importantes humanistas brasileiros no Século 20. Um homem que dedicou toda sua vida divulgando o espiritismo no Brasil e em mais de 60 países. Divaldo chegou inclusive a fazer palestra na Sorbonne em Paris, na ONU de Viena, Genebra e Nova York, recebeu várias condecorações de Doutor Honores Causas nacionais e internacionais por seu trabalho humanitário.







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PAULO ROSSI SEVERINO (São Paulo, SP)

BENDITO SEJAS CHICO XAVIER



Vieste até nós de mansinho,

Construindo com trabalho constante

Muita humildade e carinho,

O ambiente de paz e amor abundante

Que agora encontramos em nosso caminho



Não tem sido fácil tua tarefa

Entre tantos companheiros insaciáveis,

Mas, demonstras com exemplo que paciência eleva,

E diante de obstáculos quase insuperáveis,

Ensinas os caminhos da evolução intermináveis.



Bendito sejas pela tua dedicação

Preparando os caminhos do porvir,

Ensinando sentir o coração,

E o cérebro igualmente a discernir,

Para o áureo tempo que á de vir



Bendito sejas pelas horas de alegria

Que levas a tantos corações desesperados,

E por outras tantas de euforia,

Dos que se acham desamparados,

Conquistando de todos a simpatia



Bendito sejas em teu trabalho de amor

Semeando os ensinos de Jesus,

No complemento de tua missão.

Rogamos ao Senhor no reinado da luz,

Te abençoe e ampare o coração.


POESIA ESCRITA POR PAULO ROSSI SEVERINO, DE SÃO PAULO, SP, NO ANO DE 1963, E NÃO ENTREGUE A CHICO XAVIER.





Fotos: Chico Xavier e Paulo Rossi Severino (acervo Paulo Rossi) e Paulo sendo ouvido pelo Globo Repórter do dia 26/3/2010 especial para Chico (Ismael Gobbo)

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PEDRO BONILHA (Jales, SP)

CHICO XAVIER – A leveza do ser



MANCHETE visita o maior médium da Terra que se recupera de grave doença.

E constata: ele está cada vez mais longe deste insensato mundo



Foi com este título e subtítulo que a revista Manchete, no final de 1987 intitulou a reportagem feita por Júlio Saraiva, com fotos de Wilson Chumbo.

O repórter foi a Uberaba objetivando entrevistar Chico Xavier, e do que foi publicado na revista destacamos pequeno trecho para nosso comentário:


A expressão do seu rosto altera-se. Ora sorri, ora fica sério. A idéia que se tem é de que ele está sempre distante, muito longe deste mundo. Aproximo-me, pergunto-lhe sobre a saúde (o hematoma provocado pela queda é visível em seu rosto). Chico me olha, abre um sorriso:

Estou melhor, sim.

Em seguida, volta a atenção novamente para os seus pobres. Volto a insistir nas perguntas. Quero saber como se sente trabalhando 60 anos ininterruptamente. Outro sorriso e a resposta breve:

Muito feliz, mas por que você me pergunta isso? Eu não sou ninguém, sou muito pequeno. Não tenho nenhuma importância. Olhe, pegue o papel e escreva zero. Escreva zero e assine embaixo Chico...



Chico Xavier disse ao repórter que era um zero; e disse à muitas outras pessoas que era um cisco. Como deveremos interpretar essas afirmativas?

O conceito que espíritas e não espíritas têm do referido médium é exatamente o oposto do que ele afirmava ser. Por conta disso, ouvimos, no perpassar do tempo, diferentes considerações feitas em torno do assunto.

Alguns diziam que Chico Xavier estava “fazendo graça”, já que ele não era, absolutamente, aquilo que ele afirmava ser: um zero... um cisco. Outros, de forma direta ou indireta levantavam a suspeita da “falsa humildade”, já que ele sabia não ser o que dizia ser... A maioria permanecia e permanece silente.

Afinal, Chico Xavier estava “fazendo graça”, deixava-se levar pela falsa humildade ou estava falando a verdade? Estava falando a verdade!

É necessário lembrar e compreender que Chico Xavier via normalmente o mundo espiritual e convivia com os espíritos. Em decorrência da sua missão, relacionava-se também com espíritos de elevada hierarquia espiritual: Benfeitores Espirituais da Humanidade, Espíritos de Luz, Servidores do Cristo.

Embora já tivesse caminhado muito em direção a Jesus, levantando-se do erro para o acerto, das sombras para a luz, através de milênios conhecidos e desconhecidos, sentia-se muito pequeno diante desses seres angélicos que a ele era dado conhecer. Logo, quando Chico Xavier afirmava ser um zero, um cisco, levava em consideração a sua condição espiritual perante o Mundo Maior e não a posição que ocupava na Terra.

Lembremo-nos de Jesus quando afirmou: Em verdade voz digo que entre os nascidos de mulher João Batista é o maior, mas no Reino dos Céus, o menor de todos, ainda é maior do que ele. (Mateus, 11:11)


Pedro Bonilha



Chico Xavier e Branquinho

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RICHARD SIMONETTI (Bauru, SP)

LIVROS À MÃO CHEIA


Dois acontecimentos significativos marcaram o ano de 1910.

Primeiro, a passagem espetaculosa do cometa Halley pelos céus terrestres. Em muitos lugares instalou-se o pânico, sob a influência de religiosos mal informados que apontavam o evento como prenúncio de catástrofes que marcariam o fim do Mundo, o suposto juízo final. A Ciência se encarregaria de derrubar essa superstição, demonstrando que, atendendo à disposição dos corpos celestes e à lei de gravitação universal, o cometa passa pela Terra a cada 76 anos, numa rotina que desautoriza qualquer previsão apocalíptica.

Segundo, o nascimento discreto de um menino em Pedro Leopoldo, humilde cidade no interior de Minas Gerais. Seu nome, Francisco Cândido Xavier, o grande missionário que não veio para anunciar o juízo final, o fim dos tempos, mas para favorecer o advento de tempos novos, marcados pelos valores do Amor e da Verdade.

Chico completaria e desenvolveria a obra de Allan Kardec, nos quatrocentos e doze livros que psicografou, com uma contribuição marcante em favor da divulgação e aceitação do Espiritismo.



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Até o início de seus labores missionários, o movimento espírita enfrentava críticas e preconceitos. Os espíritas eram apontados como pagãos que abominavam a religião, representantes do demônio.

Com as obras de Chico, tocando a sensibilidade das pessoas, convocando à prática do Bem, estimulando a instalação de obras sociais voltadas para o atendimento da população carente, desdobrando uma visão objetiva do Mundo Espiritual, eis que aos poucos o Espiritismo foi se impondo em nosso país como um vigoroso apelo da espiritualidade, em favor da paz e da concórdia entre os homens.

Essa mudança culminou com o famoso pinga-fogo, realizado em 1971 pela TV Tupi. Chico simplesmente eletrizou a população brasileira, respondendo a perguntas relacionadas com vários aspectos da existência humana, exercitando uma sabedoria e uma profundidade surpreendentes.

Muito do que o Centro Espírita Amor e Caridade é hoje, no campo doutrinário e filantrópico, tem por inspiração a obra maravilhosa, inesquecível de Chico Xavier.

Justas e extremamente meritórias, amigo leitor, as homenagens prestadas a esse grande missionário da Espiritualidade Maior, nas comemorações de seus 100 anos de nascimento.

Lembrando Castro Alves, em O Livro e a América, bendito Chico Xavier, que semeou livros a mão cheia e mandou o povo pensar a imortalidade, com a continuidade da vida que não acaba nunca e onde nunca está ausente a justiça de Deus!

Com ele, à feição de halleys imortais, somos convocados a superar o trânsito das reencarnações expiatórias, que se repetirão rotineiramente, no desdobramento do milênios, até que nos habilitemos a viver como filhos verdadeiros de Deus.





ILUSTRAÇÕS: CAPA DO REFORMADOR DE ABRIL DE 2010; SUMÁRIO DA EDIÇÃO; ROSTO DA 1ª. EDIÇÃO DO LIVRO PARNASO DE ALÉM TÚMULO, NO ANO DE 1932; E CAPA DO MESMO LIVRO NA EDIÇÃO DE 1939, QUE É A MAIS CONHECIDA. GENTILMENTE CEDIDAS PELA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA ATRAVÉS DO DIRETOR CÉSAR PERRI.


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SUZUKO HASHIZUME (São Paulo, SP)
MOMENTOS INESQUECÍVEIS COM FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E HERNANI GUIMARÃES ANDRADE NO IBPP



O Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas – IBPP foi fundado por um grupo de espíritas de São Paulo, em 13 de dezembro de 1963, com o propósito de dar apoio às pesquisas do Engenheiro Hernani Guimarães Andrade, que lançara em 1958 a sua Teoria Corpuscular do Espírito e Novos Rumos à Experimentação Espirítica, em 1960.

O I. B. P. P. é uma sociedade civil, de caráter cientifico, sem fins lucrativos, sem côr politica nem cunho religioso, cujo objetivo é promover a pesquisa cientifica em torno dos fenômenos psíquicos, biológicos e físicos, em todos os seus domínios e implicações dentro do campo dos fenômenos paranormais, bem como promover a difusão cultural relativa a tais conhecimentos, através de publicações, conferências ou outros meios equivalentes.

Em suma, considera-se como ideal precípuo do I. B. P. P. promover o progresso e a difusão dos conhecimentos científicos para o bem e a felicidade do homem, sendo seu objetivo fundamental o estudo dos fatos paranormais e a pesquisa sistemática das leis, propriedades e potencialidades do espírito, através do método cientifico.

Fizemos essa premissa a respeito do IBPP para informar aos leitores sobre a finalidade do Instituto e o que motivou Chico Xavier a desejar fazer essa visita de cortesia para conhecer os trabalhos de pesquisa do ícone do espiritismo científico brasileiro, Hernani Guimarães Andrade.

Assim, na memorável noite de 5 de outubro de 1978 tivemos a extraordinária honra de receber a visita do mais ilustre Mineiro do Século que se interessou em conhecer os trabalhos do outro Mineiro de Araguary: Hernani Guimarães Andrade.

Como todos podem avaliar foi uma noite inesquecível a presença de Chico Xavier entre nós. Estavam presentes nessa noite o Engenheiro Sérgio de G. Andrade (filho de Hernani), D. Cyomara de G. Andrade (esposa do Hernani), Suzuko Hashizume (assistente de Hernani) e os demais acompanhantes do Chico Xavier (D. Nena Galves e Francisco Galves), o fotógrafo Vicente Avella Netto e o casal Meirelles.


Dr. Hernani sempre reconheceu as valiosas informações e antecipações científicas que Chico através de sua inquestionável mediunidade trouxe para a Humanidade. Em artigos e entrevistas publicadas deu o seu testemunho a favor das psicografias recebidas por Chico de diversas fontes espirituais e principalmente de André Luiz e Emmanuel. Hernani, ainda, deixou registrado para a história que as obras recebidas psicograficamente por Chico seriam sem dúvida, num futuro bem próximo, fonte de estudo nas Universidades e que muito em breve a reencarnação seria reconhecida pela Ciência como uma Lei Biológica.


Parabéns CHICO XAVIER pelo centenário de sua reencarnação no Brasil e obrigada por nos ter proporcionado tantos e tão valiosos ensinamentos para nortear e iluminar a nossa jornada! (SUZUKO HASHIZUME, SÃO PAULO)








FOTOS: CHICO COM DR HERNANI GUIMARÃES ANDRADE; SUZUKO HASHIZUME, HERNANI GUIMARÃES ANDRADE, CHICO XAVIER E CYOMARA; SUZUKO, CHICO XAVIER E CYOMARA; SUZUKO HERNANI E CHICO XAVIER; CARTA DE AGRADECIMENTO DE CHICO XAVIER AO DR. HERNANI GUIMARÃES ANDRADE PELA RECEPÇÃO NO IBPP AOS 5/10/1978; FOTO HISTÓRICA NA CASA DE FRANCISCO E NENA GALVES, CHICO XAVIER, HEMENDRA NATH BANERJEE; HERNANI GUIMARÃES ANDRADE E AGENOR PEGADO, FUNCIONANDO COMO INTÉRPRETE. (FOTOS DO ACERVO DO IBPP)





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YEDA HUNGRIA (Niterói, RJ)

CHICO XAVIER ERA UMA ALMA TOTALMENTE DESPRENDIDA DOS BENS MATERIAIS


Sempre que visitávamos o querido Chico em sua modesta, mas luminosa casa, oferecia-nos seus livros autografados com palavras de extremo carinho. Não satisfeito, repassava-nos alguns presentes que lhe chegavam constantemente. Era uma alma totalmente desprendida dos bens materiais, símbolo da renúncia e do amor universal...

A foto de 1984 exibe um momento do seu conhecido fino humor, quando narrava-nos um caso hilário. (FOTO ACERVO PARTICULAR DE YEDA HUNGRIA, NITERÓI, RJ, RJ)