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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Bem Longe

Richard Simonetti





O trabalho de vibrações, geralmente desenvolvido nas reuniões mediúnicas, é eficiente recurso de auxílio a Espíritos encarnados e desencarnados.

Um grupo de pessoas concentra a mente em torno de alguém, com o propósito de oferecer-lhe pensamentos positivos, de alegria, saúde, paz, equilíbrio…

Os resultados são excelentes.

Certa feita, no desdobramento dessa atividade, o dirigente indicava, pausadamente, o nome, o endereço e a idade dos beneficiários, detalhes que ajudam na mentalização.

Distraído, leu:



Fulano de tal.

Cinqüenta e sete anos.

Cemitério da Saudade.



Quando enunciou este último detalhe, deu-se conta de que estava se referindo a um defunto.

Os companheiros, não obstante a seriedade do momento, mordiam os lábios para conter o riso, ante a indicação inusitada.

Esse pitoresco episódio demonstra como as pessoas são mal informadas a respeito da morte, a ponto de imaginarem que o endereço do finado está em ruela na cidade dos pés juntos.





***



O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas.

Exprime a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo.

Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o fazem diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar.





***



Católicos, budistas, crentes, muçulmanos, espíritas – somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito.

Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério.

Não há porque freqüentar a suposta última morada.

Amanhã, meu filho muda-se para São Paulo.

Depois de algum tempo, visita-me em Bauru.

Imaginemos eu a telefonar-lhe, combinando:

– Irei encontrá-lo no cemitério…

Ridículo e de mau gosto!

Algo semelhante ocorre com nossos amados que partem.

Observe, leitor amigo, que o verbo partir raramente é empregado.

As pessoas preferem dizer que perderam o familiar, algo que explicita falta de convicção na sobrevivência.

Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu.

Quando dizemos “perdi um ente querido”, estamos registrando, em nossa contabilidade existencial, pesada baixa que nos imporá sérios prejuízos emocionais.

Se afirmarmos que ele partiu, haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a revelar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus.

Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, Dia dos Pais, Dia das Mães, sempre pensamos neles.

Eles também pensam em nós, e são atraídos por nossa lembrança.

Por que procurá-los entre túmulos?!

Por que atraí-los ao cemitério?

Não raro, é uma experiência penosa para os recém-desencarnados.

Melhor esperá-los em nossa casa.

Com as flores que levaríamos ao túmulo, enfeitemos o lar, lembremos os momentos felizes, oremos com eles, convictos de sua presença.

Roguemos ao Senhor nos ajude a enfrentar a separação com coragem, conscientes de que nossos amados torcem por nós e esperam que sejamos firmes na fé, perseverantes no Bem, conscientes de nossas responsabilidades.

Assim, o reencontro um dia, quando formos convocados ao retorno, se dará em bases de vitória sobre as provações humanas.



Longe, bem longe, da laje fria!

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