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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sobre a indicação do filme “Lula – O Filho do Brasil” para concorrer a vaga ao Oscar.



Texto de Joana Abranches, Vitória, ES





Joana Abranches

Do blog Amigo Espírita







Queridos companheiros espíritas,



Diante do e-mail recebido (abaixo) onde se questiona os motivos pelos quais o filme "NOSSO LAR" foi preterido, em detrimento da indicação do filme "Lula - O Filho do Brasil", para representar o Brasil na concorrência ao Oscar de melhor filme estrangeiro, me senti no dever de me manifestar no sentido de, acima de qualquer coisa, refletirmos lucidamente sobre o assunto antes de, enquanto representantes do movimento espírita, assumirmos atitudes impulsivas e precipitadas.



Creio que devemos ver esse fato sem fanatismo, nem religioso, nem político, ou seja, de forma neutra e sensata, como veria Kardec.



A nossa "praia" é Espiritismo, e não cinema. Não somos críticos, nem especialistas para julgar se o critério utilizado foi político ou se foram levados em conta não os custos e sucesso de bilheteria, mas as possibilidades de se ganhar a estatueta como melhor filme estrangeiro pelo interesse (lá fora), em termos culturais, do tema abordado. Vamos a algumas ponderações:



1 - Sejamos honestos. A expressiva votação de Nosso Lar, através da enquete que lhe conferiu o primeiro lugar na preferência popular, se deu porque nós espíritas nos mobilizamos através de uma campanha por e-mail, se não fosse por isso, com certeza tal fato não teria acontecido



2 - Amor à Doutrina e alegria por ela estar na mídia à parte... Adoramos NOSSO LAR!!! Produção muito bem cuidada... um ótimo instrumento para divulgação do pensamento espírita e tal... mas como tema, não tem representatividade e nem despertaria interesse maior, em nível internacional, que um filme como "Lula - O Filho do Brasil", que é quase um documentário sobre um lider operário que se tornou um dos ícones políticos da America Latina, com projeção e respeito internacional. Portanto, é preciso entender que se para nós, espíritas, o filme tem um peso muito grande, já para o mundo materialista, não. Para os que atuam na área da cinematografia, o filme do Lula tem o mesmo peso de filmes como "Fidel", "Ghandi", etc... que são personagens importantes na história do mundo e que despertam interesse, pela forte carga ideológica que carregam. Já os filmes de caráter religioso, a não ser épicos muitíssimo bem feitos e pra lá de milionários em produção, como Bem-Hur, O Gladiador e outros (que são excessão), não tem a mesma força de penetração numa sociedade materialista que quer, culturalmente, discutir a dinâmica do mundo atual em si, e não "divagar" pelo extrafísico ( a não ser pelos caminhos da ficção científica).

3 - Em vista disso, tentando ver com o olhar comercial dos homens que entendem de cinema, verificaremos que as chances que o filme sobre o Lula tem de ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro são muito maiores do que as que teria "NOSSO LAR", pois inclusive o próprio Lula e o Brasil estão num bom momento lá fora... e o filme é pura história, baseada em fatos materialmente reais e com um apelo social muito forte. Já o "NOSSO LAR", em termos competitivos, receberia o carimbo de sectário e, apesar de forte aqui no Brasil, teria resistências em um mundo global onde ninguém sabe direito ainda o que é Espiritismo e onde religião e política se misturam.... Um exemplo disso é que os filmes brasileiros que chegaram mais perto do Oscar (Central do Brasil e Cidade de Deus), tinham uma temática social, mais Terra a Terra, que é a língua que eles ainda entendem e valorizam lá fora (e aqui também, ainda) em termos de arte. A verdade é que estamos dando ainda os primeiros passos para mudar essa cultura materialista, isto é, para que se valorize a espiritualização da arte. E, fica óbvio, a qualquer observador mais atento, que há todo um projeto, toda uma mobilização espiritual para que não paremos por aí. É imperioso, portanto, abandonar o ôba ôba, a utopia de que as coisas funcionam como num passe de mágica, e pisarmos no chão da realidade com um pouco menos de imediatismo... e um pouco mais de humildade.

4 - Como o objetivo da cinematografia nacional não é divulgar o Espiritismo (este é o nosso objetivo e não o deles) e sim ganhar o prêmio (visão materialista), possivelmente escolheram o que julgaram ter mais chance de vencer, mesmo porque a enquete era só pesquisa de opinião e não condição "sine qua non" para a indicação. Em momento nenhum da enquete tinha alguma informação de que o mais votado seria o escolhido. Então não fomos ludibriados.

Isto posto, fica aqui o nosso apelo à reflexão de todos, para que não transformemos isso numa "guerra santa", para que não saiamos por aí divulgando suposições regidas pela nossa frustração, sem nenhuma comprovação de que sejam ou não verdadeiras; para que não comprometamos a reputação da Doutrina Espírita através de comportamentos mesquinhos que se igualam aos que qualquer materialista ou fanático de outras denominações teriam.

Pelo contrário, alegremo-nos pelo êxito do filme, irrefutável sob o aspecto espiritual. Através dele, milhares e milhares de criaturas foram beneficiadas com a divulgação do pensamento espírita.

Por fim, conclamamos os companheiros a lembrar Jesus, lá no nosso velho conhecido e tão estudado Evangelho, para que seus ensinamentos saiam dos nossos numerosos grupos de estudo para a verdadeira prática, ou seja, a consciência de que aqueles que cumprem os deveres cristãos que lhe competem aqui na Terra, não têm necessidade de receber nenhum outro "galardão".

Afinal, como espíritas, qual é o galardão que realmente almejamos? Qual o galardão que realmente nos importa?

Pensemos nisto!!!

Meu carinho a todos,

Joana Abranches

Vitória/ES



(Recebido em email de Nuno Emanuel)



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