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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Espiritismo: Ciência, Filosofia, e Religião

PARA: JORNAL CORREIO ESPÍRITA

PARA SER PUBLICADO EM: FEVEREIRO DE 2007



ESPIRITISMO: CIÊNCIA, FILOSOFIA, E RELIGIÃO





Conforme alguns lexicólogos, a palavra Ciência vem do latim – scientia – que significa conhecimento exato de certas coisas. É a primeira das três palavras que exprimem o tríplice aspecto sob o qual se apresenta a Doutrina Espírita, composta pelos três pilares que a sustentam: CIÊNCIA, FILOSOFIA e RELIGIÃO. Entendemos que todos estes três aspectos, geradores de conseqüências morais para a humanidade, são importantes, de acordo com a linha de pensamento exposta a seguir.



CIÊNCIA: ESTUDO E PESQUISA DOS FENÔMENOS



Se entendemos por ciência a sistematização lógica dos conhecimentos resultantes da observação e da experiência, orientados e dirigidos convenientemente, então, não há dúvida: o Espiritismo é também ciência. Ademais, se a ciência tem como finalidade a rigorosa investigação dos fatos observáveis, decorrentes de causas ignoradas, cuja extensão e natureza procura conhecer a fim de deduzir suas leis, o Espiritismo, ainda assim, é ciência, e como tal requer, por força de seus métodos comprovadamente experimentais, o lugar que lhe deve caber na classificação das ciências ditas positivas.

As características científicas da Doutrina Espírita são evidentes quando examinamos o intercâmbio existente entre encarnados e desencarnados. Neste caso, ela é pura ciência quando comprova, experimentalmente, a existência do Espírito e sua sobrevivência ao desaparecimento do corpo físico, por meio dos fenômenos espíritas.

Como se sabe, a pesquisa séria e toda a análise criteriosa conduzem sempre o homem ao encontro da verdade. Eis porque Allan Kardec, observando os fenômenos das chamadas “mesas girantes”, chegou a conclusões tão significativas capazes de levá-lo a codificar o Espiritismo. Por outro lado, embora os princípios da Doutrina Espírita sejam comprovados experimentalmente, o que lhe confere o caráter cientifico, podemos afirmar que a mesma é essencialmente filosófica.

Diante de tais colocações, concluímos que o Espiritismo como Ciência, estuda e pesquisa os fenômenos espíritas como fatos naturais e universais perfeitamente observáveis, e prova que os Espíritos existem e são imortais, sendo eterna a vida.



FILOSOFIA: INTERPRETAÇÃO DOS FATOS



O Espiritismo, enquanto Filosofia, define as responsabilidades do Espírito encarnado e desencarnado, estabelecendo uma regra moral de vida e comportamento para os seres da Criação, dotados de razão e consciência.

Ao encontro dessa assertiva, a questão 614, de O Livro dos Espíritos, nos mostra que “a Lei Natural é a Lei de Deus. É a única verdadeira, para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta”.

Portanto, o aspecto filosófico do Espiritismo está no estudo que faz do homem, em sua dimensão física e espiritual, da sua origem, da sua destinação e de seus problemas; e no estudo de Deus, Criador de todas as coisas e que tudo dirige inteligentemente.

Podemos dizer, então, que o Espiritismo enquanto Filosofia compreende todas as conseqüências morais que emanam da interpretação dos fatos naturais e universais, permitindo ao Homem chegar, pela reflexão e pela razão, à verdade a respeito de si, conforme alguns lexicólogos, e mesmo da Vida, do Mundo e de Deus.



RELIGIÃO: UMA DAS BASES DO ESPIRITISMO



Vale lembrar que, em todas as obras da Codificação, Allan Kardec evidenciou o caráter religioso do Espiritismo, como demonstraremos através das citações que faremos a seguir:



a) “O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da Religião: Deus, a Alma, as Penas e as Recompensas Futuras” – O Livro dos Espíritos (Conclusão, Item 5);



b) “(...) o Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da Religião e respeita todas as crenças; (...) um de seus efeitos é incutir sentimentos religiosos nos que os não possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes (...)” – O Livro dos Médiuns (1ª Parte, Capítulo III, Item 24);



c) “A Ciência e a Religião são as duas alavancas na inteligência humana: Uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se” – O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo I, Item 8);



d) “(...) o Espiritismo vem opor um dique à difusão da incredulidade (...)” – O Céu e o Inferno (1ª Parte, Capítulo I, Item 4);



e) “O Espiritismo, longe de negar ou destruir o Evangelho, vem ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da natureza, que revela, tudo quando o Cristo disse e fez (...)” – A Gênese (Capítulo I, Item 41);



f) “O Espiritismo é uma religião e nós nos ufanamos disso” – Discurso de 1º de Novembro de 1868, pronunciado na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e publicado na Revista Espírita (Dezembro de 1868);



g) “O Espiritismo vem confirmar as verdades fundamentais da Religião” – O Que é o Espiritismo (Terceiro Diálogo); e,



h) “O Espiritismo (...) não vem destruir os fatos religiosos, porém sancioná-los, dando-lhes uma explicação racional (...)” – Obras Póstumas (1ª Parte, Manifestações dos Espíritos, Item 7).



Por essas afirmações muito claras do Codificador, podemos dizer que a Religião que se traduz em fé na existência de Deus, na certeza da imortalidade da alma, na grandeza da vida aqui e no Mais Além, é o fator decisivo que garante a vida espiritual estruturada em nosso mundo, principalmente por intermédio da vida social e familiar.

Pelo visto, o Espiritismo como Religião compreende os deveres do Homem para com Deus, não admite liturgia ou culto exterior, prega a fé raciocinada e repousa sobre as bases fundamentais da crença religiosa: Deus, a alma e a vida futura.



CONSIDERAÇÕES FINAIS



Após tais considerações, podemos responder à pergunta-título deste artigo com o pensamento do benfeitor espiritual Emmanuel, à questão 260 de O Consolador, livro psicografado pelo médium Chico Xavier, ao ser perguntado se, “em face da Ciência e da Filosofia, como interpretar a Religião nas atividades da vida”. A resposta é cabal:

“Religião é o sentimento Divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas expressões mais sublimes. Enquanto a Ciência e a Filosofia operam o trabalho da experimentação e do raciocínio, a religião edifica e ilumina os sentimentos. As primeiras se irmanam na sabedoria, a segunda personifica o amor, as duas asas divinas com que a alma humana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da espiritualidade”.



Gerson Simões Monteiro

é Presidente da Fundação Cristã-Espírita

Cultural Paulo de Tarso

(operadora da Rádio Rio de Janeiro)

e-mail: gerson@radioriodejaneiro.am.br



(Recebido em email de Paulo Sérgio Peixoto)

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