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quinta-feira, 1 de julho de 2010

BÍBLIA

RICHARD SIMONETTI



1 – A Bíblia é a palavra de Deus?

É a palavra dos homens, eventualmente sob inspiração de Espíritos Superiores, que orientavam em nome de Deus.



2 – E a legislação mosaica?

Moisés legislou para o seu tempo. Os 613 mandamentos que ele atribuiu a Deus, 248 positivos, o que fazer, e 365 negativos, o que não fazer, dizem respeito às disciplinas que ele impunha ao povo judeu. Digamos que há ali algo do Céu e muito da Terra, algo de divino e muito de humano. Além do mais, Moisés não conseguiu superar seus próprios condicionamentos. Agia com braço de ferro, determinando sentenças de morte até para quem desrespeitasse a proibição de trabalhar no sábado, contrariando o não matarás, da Tábua da Lei (Dt, 5:17), que ele mesmo redigira.



3 – No livro Gênesis está a história da Criação. Até que ponto podemos considerar o que ali vai relatado como expressão da realidade?

Trata-se de uma fantasia, uma bela história da carochinha. Um dos equívocos lamentáveis da teologia medieval foi eleger a experiência do povo judeu, retratada no Velho Testamento, com todas as suas mitologias e fantasias, como berço da Humanidade. Milênios antes da cultura judaica tivemos inúmeras outras, destacando-se a China, a Índia, o Egito, a Babilônia… Qualquer delas poderia, com mais propriedade, até por direito de antiguidade, ser situada como o princípio da história humana.



4 – Moisés se destaca no Velho Testamento, tanto quanto Jesus, no Novo Testamento, como as figuras principais. Que importância o Espiritismo atribui a ambos?

Moisés falou para um povo, para uma época. Jesus falou para a Humanidade, para todos os tempos. A revelação de Jesus tem um caráter universalista e perene, porquanto, sendo o mais perfeito Espírito que já transitou pela Terra, como destaca a questão 625, de O Livro dos Espíritos, era inspirado pelo Criador. Nesse aspecto podemos dizer que há em Jesus a palavra de Deus.



5 – Jeová, o Deus do Velho Testamento, é o mesmo Deus proposto por Jesus?

São tão diferentes que seria preciso renunciar inteiramente ao bom senso para imaginar que possam ser a mesma divindade. O Jeová de Moisés é um deus mitológico, violento e cruel, que se vinga até a quarta geração daqueles que o ofendem, e determina que os judeus, em terra inimiga, passem a fio de espada tudo o que tem fôlego, envolvendo seres humanos, aves, peixes, animais… O Deus revelado por Jesus é o pai de amor e misericórdia, que trabalha incessantemente pela felicidade de seus filhos; que festeja o filho pródigo que retorna, e recomenda que jamais nos envolvamos com a violência, ou respondamos ao mal com o mal.



6 – O que você considera mais importante, no Velho Testamento?

A Tábua dos Dez Mandamentos, que expurgada da ingerência do próprio Moisés, resume o que não devemos fazer – não matar, não roubar, não mentir, não trair, não cobiçar… Temos aí, em síntese, a Revelação da Justiça, a demonstrar que nossos direitos terminam onde começam os direitos do próximo.



7 – Qual a postura de Jesus em relação ao Velho Testamento?

Jesus revogou o que era de caráter humano, e ratificou o que era de inspiração superior. Quando inicia suas observações dizendo tendes ouvido o que foi dito aos antigos, está se referindo a Moisés. E quando afirma: eu porém, vos digo, está modificando a legislação mosaica para uma visão de caráter universalista e perene.



8 – Considerada essa postura de Jesus, o que ele destaca no Velho Testamento?

O amor a Deus acima de todas as coisas, registrado em Deuteronômio (6:5) e ao próximo como a nós mesmos, em Levítico (19:18). Quando o Mestre proclama que ali estão a Lei e os Profetas, deixa bem claro que os dois mandamentos sintetizam o que de melhor há no Velho Testamento. E cultivando o amor fatalmente observaremos a justiça preconizada nos Dez Mandamentos, porquanto o amor, como destaca Paulo (1Co, 13:4-6), …é paciente e benigno. Não inveja, não se vangloria, não se ensoberbece. Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.

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