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quinta-feira, 17 de junho de 2010

ARTIGO: COMPLETANDO A MISSÃO

Richard Simonetti



– Devo ter atirado pedras na cruz! – suspirava um amigo, reclamando da vida.

Embora remotíssima essa possibilidade, não há dúvida de que há, em suas atribulações, algo relacionado com compromissos de resgate. É o empenho compulsório por consertar estragos em sua biografia espiritual.

Uma família complicada…

Uma limitação física…

Uma doença grave…

Uma dificuldade financeira…

Uma situação problemática…

Tudo isso, quando não resultante das imprudências do presente, tem sua origem nos comprometimentos do pretérito. É a cobrança das dívidas que contraímos nos Bancos da Vida, em saques desatinados de vícios e inconseqüências.

Não é difícil chegar a essa conclusão, tão bem explicitada pela Doutrina Espírita, à luz da Reencarnação e da Lei de Causa e Efeito.


***

Obviamente, nem tudo é resgate.

À medida que o Espírito evolui e toma consciência das metas que lhe compete alcançar, prevalecem, em seus mergulhos na carne, as iniciativas no Bem e na Verdade, em aprimoramento incessante.

Integra-se nas harmonias do Universo, não mais por mero estímulo da Dor; muito mais sob inspiração do Amor, a lei suprema.

Nesse empenho, nem sempre determinadas realizações concretizam-se numa única existência, mesmo porque pedem o concurso do tempo, no desdobrar dos séculos, para que sejam aceitas e assimiladas pela Humanidade.

Faço essas digressões a partir de uma leitura sobre Samuel Hahnemann (1755-1843), que instituiu a ciência homeopática.

Similia similibus curantur (os semelhantes são curados pelos semelhantes), este o seu princípio básico.

Hahnemann formulou esse axioma ao perceber que as doenças podem ser tratadas com substâncias minerais, vegetais ou animais que provocam sintomas semelhantes, quando aplicadas em pessoas saudáveis.

No desdobramento de seus estudos, concluiu que a substância selecionada deveria ser ingerida em quantidades mínimas, diluídas e dinamizadas pela trituração e a agitação. E quanto mais numerosas as diluições, efetuadas sucessivamente, acompanhadas de dinamizações, mais profunda a ação medicamentosa.

Em altas dinamizações nada restaria da substância original.

Por isso há quem imagine a homeopatia como uma agüinha, mero placebo. Os efeitos dependem da convicção do paciente, a admitir sua eficácia.

Um médico amigo, cético, caçoava:

– A homeopatia funciona sim, mas é preciso muita fé! Aquela de transportar montanhas!

Mas não sabia explicar por que a homeopatia beneficia animais e é hoje usada por muitos veterinários.

Modernos métodos de pesquisa, com aparelhos altamente sofisticados, demonstram que mesmo nas diluições mais altas permanecem traços da substância original na estrutura molecular do medicamento.

E o mais importante : de acordo com os princípios espíritas, concebe-se que as dinamizações liberam um componente energético que atua diretamente no perispírito. Daí a ação eficiente da homeopatia em problemas crônicos, cuja origem está em desajustes do corpo espiritual.

Na atualidade, a par das idéias espíritas, os princípios da homeopatia difundem-se rapidamente. A cada dia, mais médicos superam a acanhada idéia de que se trata de uma aguinha, para reconhecer na homeopatia um poderoso instrumento de cura.


***


Antes de Hahnemann, um outro médico concebeu, em embrião, os mesmos princípios: Philippus Aureolus Theophrastus Bombast Von Hohenheim, ou, como seria conhecido, Paracelso (1493-1541).

Paracelso era partidário do vitalismo. Os fenômenos vitais estariam subordinados à ação de uma força situada fora do organismo.

Olha aí, leitor amigo, o perispírito, a forma e a sustentação da forma física!

As substâncias medicamentosas deveriam ser eterizadas, buscando-se a alma do medicamento, para atingir esse organismo extracorpóreo, onde estariam as causas dos males do paciente.

Paracelso não teve tempo para avançar em suas teorias , nem havia campo para elas. Enfrentou forte oposição, porquanto era contrário ao receituário indiscriminado, que fazia a riqueza dos boticários, tanto quanto faz a riqueza, hoje, dos laboratórios.

***

Analisando a biografia desses dois nomes respeitáveis da Medicina, à luz da reencarnação, e com base em informações da espiritualidade, podemos dizer que estamos diante do mesmo Espírito.

Paracelso voltou como Hahnemann.

Veio completar o seu trabalho, em época mais receptiva à expansão de suas idéias, embora enfrentando, ainda, forte oposição.

Após fixar as bases da homeopatia, Hahnemann daria outra contribuição marcante, a partir da espiritualidade, participando da codificação da Doutrina Espírita.

Em Obras Póstumas há a transcrição de duas consultas feitas por Kardec a Hahnemann a respeito de questões doutrinárias.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo há belíssima mensagem do médico alemão, alertando quanto à falsa idéia de que o temperamento é algo imutável, o que justificaria todos os erros e vícios e situaria por inútil qualquer esforço em favor de nossa renovação.

Fácil perceber por que o grande benfeitor colaborou com Kardec.

Estava ciente do elementar:

Assim como é possível curar o corpo medicando o perispírito com a homeopatia, é possível mudar o Espírito educando o Homem com a Doutrina Espírita.


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