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terça-feira, 23 de março de 2010

Minha gratidão

Jamiro dos Santos Filho

Araguari-MG


Estamos em festa. Não somente os espíritas comemoram os cem anos do nascimento de Chico Xavier, uma das personalidades mais influentes de nosso tempo. O povo brasileiro aprendeu a amar este homem de Bem que viveu para o próximo e deixou um rastro de luz com seus exemplos, por isso podemos afirmar que a festa é de todos, sem dúvida.
E o meu coração, muito embora pequeno em virtudes, pediu-me que escrevesse algo sobre ele, em sua homenagem.
Mas, o que dizer de Chico Xavier? Será que direi algo que já não tenham dito? O que poderei eu acrescentar a essa grandiosa homenagem que acontece em todas as Casas Espíritas do Brasil? Em minhas singelas palavras o que de interessante terá?
Lembrando sua vida exemplar de homem e médium espírita, haverá Congressos, Encontros, Eventos, Seminários, Feiras de Livros, Palestras, peças teatrais, Livros, Artigos em Jornais, matérias em Revistas e Filmes. Portanto, minhas palavras se tornam insignificantes.

Diante de tantas festividades, sabe como me sinto? Eu me sinto como um plebeu qualquer que sabe de sua pobreza e insignificância, e envergonhado se aproxima do Castelo onde acontece a grande festa, e de longe observa os nobres que chegam para o belo acontecimento ao homenageado. Escondido e afastado, ali permaneço e não ouso me aproximar. Tudo é muito lindo, gente importante que vão expressar a gratidão que dedicamos à figura ímpar que é Chico Xavier. Eu não me sinto triste pelo que sou, ou por não poder entrar no Castelo e participar de tão linda festa. Eu estou feliz e feliz por ele também.
Busco em minhas lembranças e encontro momentos de emoção e lágrimas. O lugar é o lar de Chico. Posso dizer que em Sua misericórdia Nosso Senhor Jesus presenteou-me nessa existência com a oportunidade de compartilhar momentos com o homem mais iluminado da Terra. E eu me pergunto quando eu poderei encontrá-lo novamente aqui, na mesma dimensão da vida? Sinceramente acho muito difícil, pois Espíritos como Chico Xavier já não reencarnam com tanta freqüência.


Foram 10 anos de visitas e hoje, ao lembrar ainda sinto um nó na minha garganta, o coração dói de saudade e os meus olhos choram desejando ter de novo a mesma visão. Não sei dizer quantas vezes almocei ao seu lado, nem as vezes que saí de lá altas horas da noite de volta para casa.
Que saudade de você, Chico.
É impossível avaliar o que a presença de Chico Xavier causou em mim. Não tem como dizer o que seria a minha vida se não tivesse vivido aqueles momentos ao seu lado. O que trago em meu coração tem muito dele. Eu presenciei muitos gestos de paciência com os desesperados, ouvi palavras de consolo aos aflitos e estímulos aos derrotados. Chico era bondoso com todos, ouvia com calma todo fato que contavam, chorava com quem chorava e era sincero quando falava. Por outro lado, como mineiro que era não dispensava os “causos” simples que o faziam rir, as piadas inocentes e até mesmo os seus tropeços de sua vida. Ele ouvia os casos e ria, contava os seus e ria. Chico era feliz.
Que saudade de você, Chico.

Chico influenciou meu jeito de ser e de agir. Meus conceitos sobre a vida mudaram, e hoje as minhas atitudes diante do próximo já não são as mesmas desde que passei a ler os livros que por ele chegaram ao mundo. Eu me atrevo a dizer que fui e ainda sou seu amigo, Chico. Perdoe-me se assim me expresso, mas por tudo que seu bondoso coração fez por mim, eu o chamo de amigo.
Eu poderia enumerar tantas coisas que Chico fez por mim, mas direi um fato inesquecível e de suma importância para a minha pobre existência. Numa noite cheguei à sua casa e contei a ele que havia ganhado o terreno ao lado de nossa Casa Espírita. Disse que estava pensando em abrir um albergue e ele sorriu, pegou em minha mão e respondeu: meu filho, você deve abrir uma Escola, pois essa é sua tarefa. Surpreso com a orientação, ainda perguntei se a Escola deveria ser no mesmo espaço físico do Centro, e ele afirmou que sim. Tentei argumentar a dificuldade e também minha incapacidade por não ter curso superior, ao que ele sorriu dizendo que eu não precisaria ser professor, apenas um colaborador. Entre lágrimas, ainda ouvi quando Chico disse que “os espíritas precisam provar que também são capazes de contribuir com a educação”. Naquela noite voltei pra casa levando o pedido de Chico Xavier e no ano seguinte foi inaugurada a Escola. Já se foram 16 anos e hoje o Colégio Dom Bosco/Nosso Lar atua do Ensino Fundamental ao Ensino Médio.
Que saudade de você, Chico.
O outro bom mineiro Milton Nascimento cantou que “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração”. É assim mesmo Chico, levo-o aqui do lado esquerdo, muito embora eu saiba que você é muito grande para se acomodar aqui nesse pequeno coração, mas tenho muita gratidão por você ter me aceitado como amigo. E quem sabe, talvez daqui a milênios eu também possa dizer “amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distancia digam não, mesmo esquecendo a canção, o que importa é ouvir a voz que vem do coração, pois seja o que vier, venha o que vier, qualquer dia amigo eu volto a te encontrar, qualquer dia amigo a gente vai se encontrar”. Meu querido amigo, eu quero te encontrar.
Que saudade de você, Chico.
Meus olhos brilham de felicidade, afinal a festa foi preparada para alguém que viveu muito do que Nosso Senhor ensinou. Toda essa alegria que sinto é por saber que Chico Xavier receberá o que tanto fez por merecer. Quisera eu poder dar a ele um presente de aniversário que o fizesse feliz de verdade. Mas, o que eu tenho para dar a Chico Xavier? O que eu daria que ele não tenha? Então, nada possuindo eu posso dizer obrigado Chico, pois você ensinou,


Disciplina sem rigidez,
Paciência com compreensão,
Simplicidade e educação
Alegria com humildade.



Fé sem fanatismo,
Trabalho e dedicação,
Usava sempre o perdão
Desconhecia a maldade.

Sorriso presente no rosto,
Palavra que não feria,
Lágrima que por nós caía,
Semeava a paz e o amor.



Sintonia fiel com Kardec,
Coração que escondia sua luz,
Seguindo sempre a Jesus,
Amando a Deus Criador.

Por isso eu digo:
Com onze letras eu escrevo Chico Xavier,
Com onze letras eu escrevo Allan Kardec,
Com onze letras eu escrevo Jesus Cristo,
Com onze letras eu escrevo Deus Criador.

Obrigado, meu amigo Chico Xavier.

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