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terça-feira, 13 de outubro de 2009

BALIEIRO, PRESIDENTE DA USE/SÃO PAULO EM ENTREVISTA PARA “O CONSOLADOR”



“O Centro Espírita será o que dele fizermos”

O presidente da USE estadual de São Paulo fala sobre as dificuldades encontradas no movimento espírita e os planos da instituição para os próximos anos

José Antônio Luiz Balieiro (foto), nosso entrevistado da semana, é o atual presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE), função que acumula com a presidência da USE Intermunicipal de Ribeirão Preto.

De família espírita, nascido em Franca (SP) e residente em Ribeirão Preto, Balieiro é, no meio espírita, vinculado ao Centro Espírita Amor e Caridade e ao Sanatório Espírita Vicente de Paulo, da mesma cidade.

Nesta entrevista, ele fala sobre o movimento espírita paulista e seus projetos para o futuro à frente da USE

O Consolador: O recente Congresso Estadual da USE, em Serra Negra, demonstrou uma vez mais a pujança e a força do movimento espírita paulista. Quais os resultados mais expressivos colhidos no recente evento?

No 14º Congresso da USE focamos o grande público, trabalhando o tema da vivência no amor, pelos caminhos da educação. Falamos sobre a importância do combate ao egoísmo, através da reformulação das instituições, fundamentalmente o lar. Sensibilizamos os congressistas nesse sentido, promovendo um grande encontro de pessoas. Ainda apresentamos as nossas campanhas permanentes, relançando a Comece pelo Começo. Tivemos a oportunidade de mostrar aos congressistas o jeito de ser da USE. Esta postura foi diferenciada em relação aos nossos últimos congressos e marcou uma nova fase nesses eventos.

O Consolador: Qual a maior experiência colhida no exercício de presidência de um órgão de caráter estadual e com o dinamismo próprio do Estado de São Paulo?

A convivência na diversidade e na pluralidade, respeitando peculiaridades, diferenças e necessidades das mais diferentes áreas de trabalho e regiões geográficas, bem como dos órgãos de unificação que compõem a USE e das casas espíritas, considerando principalmente as individualidades.

O Consolador: A extensão territorial do Estado, a diversidade de opiniões e experiências chegam a ser um obstáculo de difícil superação?

Temos nos empenhado no trabalho de divulgação dos princípios espíritas e do Evangelho de Jesus, fato que se apresenta como a finalidade maior da casa espírita. A nosso ver este é o caminho da convergência, de colocarmos a causa acima do personalismo e autoritarismo. A ausência de compromisso, comprometimento e fidelidade à Doutrina Espírita é visível neste momento de transição, em que a prática espírita vem sendo substituída por práticas estranhas, campanhas menos dignas, interesses financeiros e pessoais. O Estado de São Paulo, por ser considerado de alto potencial pelas outras unidades da federação, em todos os sentidos, chama muito a atenção para si, e isto também acontece com o movimento espírita, atraindo investidas e posicionamentos que perturbam o dia-a-dia e a demanda do serviço na casa espírita. Quando se levanta a situação de obstáculo de difícil superação, temos de colocar a necessidade de estudo, análise e avaliação. A doutrina é saudável, o que fazemos dela, que é de nossa responsabilidade, é que tem sido o grande desafio. Vigilância é a palavra da hora.

O Consolador: Quantas instituições existem no Estado de São Paulo? E estão filiadas à USE?

Cadastradas pelo CNPJ temos no Estado mais de quatro mil instituições que se dizem espíritas. Sabemos que este apontamento carece de estudo mais adequado, o que não é de nossa competência. A USE mantém relacionamento permanente com 2.200 sociedades, e tem unidas, comprometidas com a sua filosofia e com as tarefas de unificação, 1.400 casas espíritas. A troca de experiências, convivência no trabalho, relacionamento fraterno acontecem de modo espontâneo e natural nessa ação, facilitando e favorecendo o trabalho nas casas espíritas. É a história do feixe de varas...

O Consolador: Como você vê a ação do Conselho Federativo Nacional e sua integração com o trabalho realizado pelas federativas estaduais?

O Conselho Federativo Nacional, da Federação Espírita Brasileira, é o órgão que representa o movimento espírita brasileiro. É formado pelas federativas representativas dos Estados e do Distrito Federal, que lhe dão conteúdo e consistência. O CFN orienta o trabalho das federativas, sugerindo meios e ações para a orientação do centro espírita, o que facilita o estudo, a prática e a divulgação da Doutrina Espírita.

O Consolador: Quais, em sua opinião, as maiores dificuldades encontradas no movimento espírita, considerando-se a sua finalidade?

Estamos em fase de aprendizagem na convivência, envolvidos pelas nossas dificuldades pessoais, que se projetam na casa espírita e no movimento. Resolvendo as nossas dificuldades pessoais, as dificuldades de nossos lares, estaremos dando passo gigantesco para a solução das dificuldades institucionais. Isto depende da educação, já nos disseram os Espíritos Superiores, de nosso compromisso e responsabilidade com a Causa, de encarar e vencer o egoísmo.

O Consolador: E as maiores alegrias?

Conviver com pessoas. As mesmas que provocam as dificuldades dão-nos também as alegrias. Basta aproveitar as lições cotidianas e crescermos no entendimento do outro. Temos na Doutrina Espírita um tesouro, um bem. Se ele é bom, vamos compartilhar com todos. Boa vontade e ânimo propiciam oportunidades no trabalho espírita, úteis ao nosso aprimoramento pessoal e coletivo.

O Consolador: O tríplice aspecto da Doutrina Espírita tem sido bem assimilado pelo movimento espírita, com regiões e costumes tão diversos num país continental como o nosso?

No movimento orientado pelo CFN, âmbito de atuação das federativas estaduais, a assimilação e vivência dos aspectos doutrinários são naturais, e a campanha de divulgação do Espiritismo esclarece e orienta nesse sentido. Fora deste ambiente encontramos divergências semânticas, situações minoritárias e isoladas, não obstante atuantes e invasivas, que tentam afetar e embaraçar o trabalho na casa espírita.

O Consolador: Os misticismos e rituais ainda impregnados em instituições que se distanciam do estudo têm trazido prejuízos ao progresso da Doutrina Espírita no país?

Impregnados nas instituições e em personalidades com interesses individuais e de grupos, sim, trazem prejuízos, pois impedem o progresso da divulgação da doutrina, turvando os seus princípios e práticas. Todavia, pensamos que isto é processual e contribui para o aprimoramento de todos nós que estamos vivendo este momento, testando nossa firmeza de propósitos e responsabilidades. Os escândalos virão, é inevitável, mas ai daqueles que favorecem a sua chegada. “A prática espírita é realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.” (Campanha de divulgação do Espiritismo - FEB/CFN.)

O Consolador: O aspecto religioso de nossa Doutrina traz inúmeros benefícios à alma humana, fortalecendo a fé, disseminando o socorro moral e espiritual e ainda incentivando o amor através do estímulo oferecido às obras de caridade, tão comuns em nosso país. Comente esse detalhe tão vivo de nossa cultura.

Aponta o folheto do Conselho Federativo Nacional na campanha de divulgação que “o Espiritismo traz conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abre nova era para a regeneração da humanidade. Assim, deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social”. No aspecto religioso, abre para a conceituação da caridade tal como era entendida por Jesus: benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias, perdão das ofensas. Esta é a dimensão da caridade para a comunidade espírita.

O Consolador: Quais os planos para o futuro da USE nos próximos anos?

Na parte material administrativa, torná-la autossustentável, como centro facilitador de troca de experiências, âmbito de convivência e relacionamento, favorecendo a adequação da casa espírita para que ela cumpra o seu papel social; na parte doutrinária e moral, aprimorar as tarefas de unificação para propiciar melhor e maior divulgação da Doutrina Espírita, através das casas unidas, e a vivência do Evangelho de Jesus. Manutenção do foco central, que representa a missão da USE: a Codificação Espírita, a Educação e a Promoção do ser humano.

O Consolador: E as marcantes campanhas da USE, sempre estimuladas com sucesso e boa assimilação, têm ações planejadas?

Em nosso plano geral de trabalho priorizamos as nossas campanhas permanentes. Em 2008, fortalecemos a campanha “O Evangelho no Lar e no Coração”, fazendo dela, junto ao CFN, uma campanha nacional; neste ano, 2009, estamos relançando a campanha “Comece pelo Começo”, fazendo do ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita) meio para a sua implementação e divulgação. Em 2010, voltaremos a focar intensamente a campanha “Viver em Família”, criando motivações para o seu fortalecimento. Todas as nossas campanhas, somadas às campanhas do CFN/FEB permitem intensa movimentação dos órgãos da USE em todas as regiões do Estado.

O Consolador: A bagagem histórica da USE, em suas décadas de atuação, trouxe e continua proporcionando fortalecimento do pensamento espírita e integração dos espíritas. Existe uma receita para ampliar ainda mais esse aspecto?

A nossa história é marcada com respeito e compromisso com a Doutrina Espírita. Formamos no estado uma rede que atua com liberdade e autonomia, preservando os princípios espíritas com lealdade e firmeza, tornando-nos compromissados com as tarefas de unificação, o que nos dá a oportunidade do trabalho amigo e fraterno. A receita é geral e abrangente, está em Obras Póstumas, em trabalho eloquente do Codificador, quando exalta a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

O Consolador: Algo mais que gostaria de acrescentar?

Neste momento de transição, registramos a importância do trabalho do dirigente espírita na orientação do trabalho de suas casas, onde as práticas devem ser as “práticas espíritas” e a responsabilidade pelo que acontece está em nossos ombros. Os Espíritos oportunizam, porém não fazem por nós. O Centro Espírita será o que dele fizermos. O estudo e a prática dos princípios da doutrina são o roteiro seguro para que alcancemos objetivos, cumprindo tarefas antes assumidas.

O Consolador: Suas palavras finais.

Agradecemos pela oportunidade de mostrar um pouco de nossa USE e de nosso trabalho. No Estado somos dirigentes de órgãos da USE, em todos os seus níveis, distritais, municipais, intermunicipais e regionais, aproximadamente 1.100 trabalhadores da área de unificação federativa, todos prontos para informar e compartilhar atividades. O nosso convite para que se aproximem, conheçam, contribuam com este trabalho para que a Doutrina Espírita alcance o coração do homem e faça do nosso planeta um lugar de gente feliz.

Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano3/128/entrevista.html

(Informação repassada pela USE/Jaú)

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